Poisé, morreu o Sidney Sheldon.
Não, nunca fui seu fã. Não sei, não me ligava. Mas o cara teve grandes méritos. Se não academicamente literários, ao menos era um cara prolífico e criativo. Deixou sua marca, e isso é o que vale.
Vai na boa, Sidnão.
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Dica do Sérgio Rodrigues, do Todoprosa: Uma matéria na página do Travel Channel cujo título já instiga uma leitura: The Literary Guide to the World - Destination: Brazil (acesso livre). Não é nada, não é nada, ao menos dá pra levar algum assunto para a mesa do boteco.
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Por falar em boteco, hoje tem o famigerado INEUS ("INEUS Não É Um Sarau!") lá no Villa Amadeu (R. 13 de maio, 1802) à partir das 18:30hs. Apareçam por lá para falar de literatura, cultura útil e inútil, projetos e bobagens afins. Já sabem!
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Aproveitando o tema, a Carla Rodrigues, do Contemporânea, coloca em xeque a célebre máxima do Millôr que professa que intelectual não vai à praia, intelectual bebe. Eu discordo da Carla, mas apenas em seus argumentos. Pô, argumentar que intelectual não precisa abrir mão de coisas como "contato com a natureza, o bem-estar com o corpo e a harmonia com o ambiente" é uma coisa muito careta. Desculpe, mas sou do tempo que as pessoas que pensavam eram sujas, bêbadas e malditas. E não ligavam a mínima para o próprio corpo. Só o de outrem (!). E, além disso, São Paulo não tem praia!
Pena que a Carlinha (me permite esta intimidade?) está em Búzios. Adoraria discorrer sobre este assunto com ela no INEUS de hoje. Com uma caipirinha de Nega Fulô e uma porção de calabresa frita no colesterol puro.
Mas fica o convite. Toda quarta feira estamos lá.
* o melhor remédio para a dureza matutina.
31 janeiro 2007
29 janeiro 2007
A Cidade Perdida
Vou evitar comentar cinematograficamente o filme de Andy Garcia, A Cidade Perdida (EUA, 2006, disponível em DVD) pois não tenho o conhecimento técnico e a bagagem crítica para tanto, apesar de haverem falhas grotescas até mesmo para um espectador leigo como eu. A edição é confusa, os diálogos pedantes, a trama arrastada, a extensão exagerada... Mas isso não vem realmente ao caso. Não mesmo. Se fosse apenas um filme ruim seria algo que você assiste e depois de duas horas e meia percebe que perdeu apenas 150 minutos de vida, o que, convenhamos, nem é muito (principalmente se compararamos a um livro ruim, por exemplo). Não, o fato do filme ser um péssimo entretenimento nem o abona tanto. O grande problema é a falta de respeito flagrante que o ator/diretor/co-roteirista nos joga na cara. Falta de respeito com a luta contra a opressão que tomou conta da América Latina nas décadas de 50 e 60. Falta de respeito com as vítimas diretas e indiretas dos confrontos. Mas pior que tudo isso, falta de respeito com a História e com seus personagens, utilizando um pseudo discurso moralista e demagogo que com certeza faria George W. Bush aplaudir de pé.
Retratando a vida de uma família de classe abastada de Cuba durante revolução que derrubou a ditadura militar (1952-59), Garcia faz questão de mostrar em sua obra que a luta não passou de um delírio maniqueísta da burguesia cubana, tendo o povo sido apenas um mero coadjuvante na derrocada do ditador Fulgêncio Batista (1901-73), retratado estereotipadamente na trama como um egomaníaco afetado e com delírios de grandeza (até mesmo o sidekick capacho está lá). Sob a ótica alienada de Garcia a revolução foi em todos os aspectos um remédio pior que a doença, e seus protagonistas (notoriamente Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara) não passaram de assassinos cruéis e descontrolados, beirando a sociopatia completa. O filme mostra o aspecto "bárbaro" dos revolucionários cenas sem a menor sutileza, com a clara intenção de diminuir os envolvidos, como por exemplo na cena onde vemos Fidel ser taxado de manipulador ao discursar com uma pomba branca nos ombros ("Guano", diz o personagem de Bill Murray, no pior papel de sua carreira) ou quando testemunhamos o "sanguinário" Comandate Guevara atirando friamente na cabeça de um militar ferido em uma emboscada, argumentando logo em seguida que "os fins justificam os meios". Mais raso, impossível.
Independente da visão que o ator/diretor/co-roteirista desta bomba possa ter da Revolução Cubana vemos que sua intenção nunca foi a de fazer um registro histórico imparcial ou mesmo denunciativo das atrocidades que aconteceram posteriormente à tomada do poder por Fidel Castro (como no infinitamente superior Antes do Anoitecer de Julian Schnabel). Sua intenção foi a de claramente demonizar todos seus envolvidos, desde Batista e seus asseclas apatetados até os militares corruptos, a polícia ineficiente, os guerrilheiros limítrofes e, sobretudo, o povo ignorante. Apenas o protagonista Federico Fellove (Garcia), dono de uma boate que não se rende à máfia (resumida a uma ponta medíocre do decadente Dustin Hoffman), parece perceber o que acontece ao seu redor, o que o leva a fugir da ilha em busca de um lugar onde ele tenha mais liberdade (sim, ele vai para Nova Iorque...), abandonando a família e o grande amor de sua vida (sua cunhada viúva, num dos incontáveis clichês utilizados). Lá ele terá que sobreviver como puder até que a complacente Terra da Oportunidade se abra para ele (sim, isso acontece...). É de uma auto-indulgência enojante.
É uma pena ver uma reunião de elenco tão talentosa ser desperdiçada desta maneira. Triste ver atores do calibre de Bill Murray e Dustin Hoffmann serem sub-utilizados como papagaios-de-pirata (referência geográfica involuntária) em uma produção medíocre e mal conduzida como esta. Se eu tinha algum respeito pelo ator Andy Garcia este respeito se liqüefez ao conhecer suas facetas como diretor e roteirista. Uma decepção completa.
Retratando a vida de uma família de classe abastada de Cuba durante revolução que derrubou a ditadura militar (1952-59), Garcia faz questão de mostrar em sua obra que a luta não passou de um delírio maniqueísta da burguesia cubana, tendo o povo sido apenas um mero coadjuvante na derrocada do ditador Fulgêncio Batista (1901-73), retratado estereotipadamente na trama como um egomaníaco afetado e com delírios de grandeza (até mesmo o sidekick capacho está lá). Sob a ótica alienada de Garcia a revolução foi em todos os aspectos um remédio pior que a doença, e seus protagonistas (notoriamente Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara) não passaram de assassinos cruéis e descontrolados, beirando a sociopatia completa. O filme mostra o aspecto "bárbaro" dos revolucionários cenas sem a menor sutileza, com a clara intenção de diminuir os envolvidos, como por exemplo na cena onde vemos Fidel ser taxado de manipulador ao discursar com uma pomba branca nos ombros ("Guano", diz o personagem de Bill Murray, no pior papel de sua carreira) ou quando testemunhamos o "sanguinário" Comandate Guevara atirando friamente na cabeça de um militar ferido em uma emboscada, argumentando logo em seguida que "os fins justificam os meios". Mais raso, impossível.
Independente da visão que o ator/diretor/co-roteirista desta bomba possa ter da Revolução Cubana vemos que sua intenção nunca foi a de fazer um registro histórico imparcial ou mesmo denunciativo das atrocidades que aconteceram posteriormente à tomada do poder por Fidel Castro (como no infinitamente superior Antes do Anoitecer de Julian Schnabel). Sua intenção foi a de claramente demonizar todos seus envolvidos, desde Batista e seus asseclas apatetados até os militares corruptos, a polícia ineficiente, os guerrilheiros limítrofes e, sobretudo, o povo ignorante. Apenas o protagonista Federico Fellove (Garcia), dono de uma boate que não se rende à máfia (resumida a uma ponta medíocre do decadente Dustin Hoffman), parece perceber o que acontece ao seu redor, o que o leva a fugir da ilha em busca de um lugar onde ele tenha mais liberdade (sim, ele vai para Nova Iorque...), abandonando a família e o grande amor de sua vida (sua cunhada viúva, num dos incontáveis clichês utilizados). Lá ele terá que sobreviver como puder até que a complacente Terra da Oportunidade se abra para ele (sim, isso acontece...). É de uma auto-indulgência enojante.
É uma pena ver uma reunião de elenco tão talentosa ser desperdiçada desta maneira. Triste ver atores do calibre de Bill Murray e Dustin Hoffmann serem sub-utilizados como papagaios-de-pirata (referência geográfica involuntária) em uma produção medíocre e mal conduzida como esta. Se eu tinha algum respeito pelo ator Andy Garcia este respeito se liqüefez ao conhecer suas facetas como diretor e roteirista. Uma decepção completa.
26 janeiro 2007
Rapidinha...
Então, só para avisar que tem texto novo no Psicopata Enrustido.
Sumi, sim, mas é por uma péssima causa.
Um dia eu explico.
Sumi, sim, mas é por uma péssima causa.
Um dia eu explico.
22 janeiro 2007
Legendas: respeito é bom e me gusta mucho!
É complicado assistir TV a cabo. Li numa análise uma vez (não lembro onde) que TV a cabo é um mal necessário, que sem ela a vida seria muito pior. Ignorando o alarmismo e levando em conta a "qualidade" da TV aberta nos últimos anos percebemos claramente que este raciocínio é muito relevante.
Mas venhamos e convenhamos: os canais de TV a cabo estão muito longe do profissionalismo condizente com o que pagamos pelo serviço. Inúmeras repetições (principalmente nos canais de filmes e documentários), propagandas intermináveis e que se repetem no mesmo bloco duas ou três vezes (GNT e People+Arts, vocês estão quase perdendo um espectador!), ajuste do volume irregular (A Fox é campeã em me dar sustos) e grade confusa são alguns dos problemas. CSI (Sony) passa às terças ou às quintas? Em que hora? E Scrubs (Sony)? House (Universal Channel) é às 23hs ou às 23:30? Que dia passa American Inventor (Sony, a campeã!)? Alguém aqui agüenta assistir mais episódios reprisados d'Os Simpsons (Fox)? Que dia passam The Family Guy (Fox) ou American Dad (Fox)?
E a qualidade das legendas então? É uma coisa grotesca. Alguns erros são tão bisonhos que é difícil acreditar que seja feita ao menos UMA revisão no que é inserido. Fora os problemas de falta de sincronia, legendas que desaparecem ou invadem os comerciais, caracteres estranhos, textos em um portunhol medonho... O Bruno Carvalho, do blog Falando Série, em conjunto com o saite Séries Etc. do portal Globo.com passaram uma semana compilando os erros mais grotescos, listados na matéria (que você pode ler clicando aqui). Sugiro muito a leitura tanto da matéria quanto do pôste a respeito colocado com muita propriedade pelo Bruno em seu blogue.
Perceber a quantidade de erros nas legendas é uma experiência frustrante, além de caracterizar claramente uma postura desrespeitosa com os telespectadores que, diferente da TV aberta, PAGAM pelo conteúdo que recebem. E não pagam pouco! Será que é assim tão difícil garantir a qualidade dos textos? Será que é algo tão complicado que não mereça ao menos um pouquinho de atenção das empresas que mantém estes canais? Não, se lembrarmos da qualidade das legendas feitas por páginas independentes e sem fins lucrativos (como as que legendam, por exemplo, os episódios do Lost que ainda não passaram por aqui e que eu não me lembro dos endereços). Mesmo os caras não ganhando um mísero centavo pelo trabalho o resultado é infinitamente superior ao dos ditos profissionais do ramo. E incrivelmente mais rápido! Ou seja, toda vez que você vir uma garatuja como as listadas na matéria do Bruno Carvalho pode ter certeza que está testemunhando um atestado de incompetência de ao menos duas empresas envolvidas no processo de legendagem e transmissão dos programas.
Pode parecer um assunto fútil, mas não é assim não. TV a cabo é caro. E eu gosto de receber qualidade pelos serviços adquiridos. Se as operadoras de canais a cabo não perceberem isso o caldo vai entornar logo, logo.
Aliás, já passou da hora.
18 janeiro 2007
Duas em um
Não é de hoje que os portais de notícias vêm se especializando em notícias de relevância não apenas duvidosa, mas de flagrante inutilidade para qualquer ser humano que deseje ser assim denominado. Notícias como "Fulana é vista tirando catota do nariz" ou "Cicrano agita festa e pega todas longe da namorada" são de uma imbecilidade tão grotesca que quase chegam ao ponto de fazer a lembrança dos quarenta minutos de transmissão do nascimento da Sasha em pleno Jornal Nacional parecerem menos irritantes. Quase.
Mas esta foi demais. Estava hoje no portal Terra:
Primeiro a chamada para o "genial" video (não assisti) de um bêbado implicando com um ventilador(!). Me lembrou daquele episódio dos Simpsons em que o Homer passa mal de rir ao assistir um filme intitulado "Homem que leva uma bolada no saco". É de uma inteligência tão assombrosa que aposto que se Johnny Knoxville (do "programa" Jackass) visse ia morrer de vergonha. E isso não é pouca coisa!
Mas não era o suficiente. Logo ao lado vemos a chamada para mais uma daquelas matérias típicas de revistas femininas acéfalas (e digo isso das revistas E das leitoras, bem entendido), em que o(a) genial redator(a) não percebeu o ato falho da pretensa gracinha publicada. Um autêntico tiro no pé jornalístico. Não entrei na matéria, mas se fosse escrita por mim ela teria apenas uma palavra: "Casamento". Ué, não era isso?
Não é por nada não. Acho até divertido procurar por bizarrices na internet. Mas até aí ceder espaço útil em um canal de informações não é um pouco de irresponsabilidade demais? Que credibilidade podemos ter em uma página que veicula notícias verdadeiramente importantes junto com "videos de macacos atirando cocô em turistas no Suriname"? Um pouco mais de profissionalismo vai bem, meus amigos!
Ah, caso ainda não tenham lido uma matéria que escrevi (quase) a este respeito no Observatório da Imprensa, clique aqui em cima.
Mas esta foi demais. Estava hoje no portal Terra:
Primeiro a chamada para o "genial" video (não assisti) de um bêbado implicando com um ventilador(!). Me lembrou daquele episódio dos Simpsons em que o Homer passa mal de rir ao assistir um filme intitulado "Homem que leva uma bolada no saco". É de uma inteligência tão assombrosa que aposto que se Johnny Knoxville (do "programa" Jackass) visse ia morrer de vergonha. E isso não é pouca coisa!
Mas não era o suficiente. Logo ao lado vemos a chamada para mais uma daquelas matérias típicas de revistas femininas acéfalas (e digo isso das revistas E das leitoras, bem entendido), em que o(a) genial redator(a) não percebeu o ato falho da pretensa gracinha publicada. Um autêntico tiro no pé jornalístico. Não entrei na matéria, mas se fosse escrita por mim ela teria apenas uma palavra: "Casamento". Ué, não era isso?
Não é por nada não. Acho até divertido procurar por bizarrices na internet. Mas até aí ceder espaço útil em um canal de informações não é um pouco de irresponsabilidade demais? Que credibilidade podemos ter em uma página que veicula notícias verdadeiramente importantes junto com "videos de macacos atirando cocô em turistas no Suriname"? Um pouco mais de profissionalismo vai bem, meus amigos!
Ah, caso ainda não tenham lido uma matéria que escrevi (quase) a este respeito no Observatório da Imprensa, clique aqui em cima.
17 janeiro 2007
Eu Não Acredito que Não é Um Sarau!
Pois pode acreditar, meu filho.
Não é um sarau. O que é ainda não sabemos, mas vai acontecer de novo hoje (quarta-feira) lá no Villa Amadeu (R. 13 de maio, 1082, a duas quadras do Shopping Paulista). Começa às 18:30hs e vai até o último escritor embriagado e inconveniente.
Apareçam para conversar, beber, comer, fumar, paquerar, tietar e, se calhar, ler uns textos.
Mas que não é um sarau, isso não é mesmo!
E tenho dito.
Não é um sarau. O que é ainda não sabemos, mas vai acontecer de novo hoje (quarta-feira) lá no Villa Amadeu (R. 13 de maio, 1082, a duas quadras do Shopping Paulista). Começa às 18:30hs e vai até o último escritor embriagado e inconveniente.
Apareçam para conversar, beber, comer, fumar, paquerar, tietar e, se calhar, ler uns textos.
Mas que não é um sarau, isso não é mesmo!
E tenho dito.
16 janeiro 2007
O Paradoxo da Atualização
Visitando alguns blogues "umbiguísticos" (ou "blogues-que-falam-sobre-blogues") percebi que uma das maiores falhas de um blogue que se diga blogue (Aaaaaarghh!) é a falta de atualizações. O praxe é que é necessário ao menos uma atualização diária para manter a freqüência de visitação alta. Concordo. Sendo o blogue uma das maiores, digamos assim, "revoluções" da mídia de conteúdo nos últimos anos, e dada a proliferação deles, é preciso muito esforço para atrair a atenção mais do que simplesmente eventual dos leitores.
(Plim-plim. Essa história me lembrou uma HQ jurássica baseada na série Aliens que mostrava que, dada a proliferação dos canais de televisão a mudança de canais era guiada por desvios microscópicos da retina do telespectador. Deste modo a permanência em cada canal durante uma zapeada básica caía dos atuais 10s para míseros milésimos de segundo. O grande paradigma desta realidade era que cada milésimo de segundo contava para manter a atenção de um espectador, resultando em programas sempre exaltados e que falavam diretamente com o espectador. O resultado? Um boom de canais evangélicos. É sério! Pensem nisso. Plim-plim!)
O ideal é que os leitores, após uma visita eventual, coloquem o blogue em seus favoritos. Eu mesmo tenho uma pasta Blogues cheia de RSS Feeds na barra de favoritos do meu Firefox que sempre acesso quando tenho algum tempo livre. O problema é ajustar o conteúdo de seu blogue com os interesses de seu público. Blogues muito polarizados podem até atrair um público fiel, mas dificilmente sairá dessa panelinha. Blogues muito genéricos só atrairão os paraquedistas que lerão o que interessa e pularão fora para nunca mais voltar. Qual o caminho do meio?
Não sei a resposta. Tento manter este blogue atualizado sempre que posso, só falhando nos finais de semana, porque ninguém é de adamantium. O conteúdo é meio genérico, um pouco polarizado para a literatura, mas nada que assuste leitores ou ofenda escritores. Tento me manter antenado, comentar assuntos atuais e/ou polêmicos o suficiente para não aparecer oportunista, essas coisas. Mas, acima de tudo, tento colocar conteúdo de alguma qualidade, para que a visita não seja considerada um furo n'água nesse oceano de bits e pacotes IP. A resposta ainda está longe do que eu gostaria, mas ainda estou começando.
Bem diferente é o blogue do Psicopata Enrustido, que já entra no terceiro ano de existência. Quando comecei aquele blogue nem me preocupei muito com o público-alvo. Simplesmente precisava de um canal de escape para algumas frustrações, e como sempre o ato de escrever me ajudava. Como não queria me queimar em minha embrionária carreira literária com um blogue escatológico e boca suja criei um personagem que "traduziria" minhas idéias, mas que ainda assim seria ficção. Deu certo. Mais certo do que eu poderia imaginar. Hoje o blogue tem um índice de visitação que, se não é alto que nem alguns outros, é bem acima do que se poderia considerar condizente com o ritmo de atualizações que ele tem (em média um pôste por mês).
O lance é: já recebi diversos pedidos para que eu aumentasse o ritmo de atualização do Psicopata Enrustido, que isso aumentaria logaritimicamente (!) os acessos, que eu seria um sucesso, lançaria diversos livros, comeria várias mulheres (Ah, Eva Green...), essas coisas. Já pensei bastante a este respeito. Sério! Pensei mesmo em fazer ao menos uma atualização diária. Que mal isso teria?
Mas daí pensei a respeito do que o blogue havia se tornado, e no que os leitores realmente esperavam daquele alter-ego que havia tomado vida própria. Analisei que para o Zebedeu não importa realmente o número de acessos ou de comentários. O que interessa, por incrível que pareça, é a qualidade do que é escrito ali. Por mais pretensioso que isso possa parecer. Tenho plena consciência de minhas limitações e sei que não conseguiria escrever um texto memorável por dia. Desgastaria o personagem rapidamente com uma seqüência de pôstes desperdiçados em nome de uma carência de cliques. Não, não é isso que eu quero.
Por isso, em respeito aos meus poucos mas fiéis leitores, o ritmo de atualizações do Psicopata Enrustido vai ficar como está, mesmo sabendo que com isso eu perco a chance de (finalmente!) comer a Eva Green (Pardón, mon cher, c'est la vie...).
Isso, é claro, não quer dizer que eu vou ficar preso a uma mídia. Não sou tão cego a ponto de não reconhecer um potencial sucesso em minhas mãos. Sei que dá pra tirar algo mais desse filão. Mas as coisas vão no ritmo certo, sem pressa, pra não estragar tudo.
Tenham paciência.
(O que o elefante aí em cima tem a ver, você me pergunta? Não sei, mas achei a imagem divertida...)
15 janeiro 2007
A Canção dos Bardos
Estava fuçando no YouTube atrás de video-clipes de algumas bandas e me deparei com este video que me fez lembrar de um sonho que cultivei durante muitos anos e que infelizmente nunca realizei: ver uma platéia cantando em coro uma música de minha autoria.
The Bard's Song é o nome da música. Blind Guardian é a banda.
As lágrimas são minhas.
P.S.: Quando a banda esteve no Brasil divulgando o álbum Nightfall on Middle Earth eu fui ao show e fiz parte de um coro semelhante. De arrepiar qualquer cabeludo.
P.P.S.: Antes que eu me esqueça: Chupa, Cicarelli!
The Bard's Song é o nome da música. Blind Guardian é a banda.
As lágrimas são minhas.
P.S.: Quando a banda esteve no Brasil divulgando o álbum Nightfall on Middle Earth eu fui ao show e fiz parte de um coro semelhante. De arrepiar qualquer cabeludo.
P.P.S.: Antes que eu me esqueça: Chupa, Cicarelli!
Vonnegutiana até o osso!
Já disse que sou fã de Kurt Vonnegut, não disse?
Mas aposto que esta nem ele previria. Saiu no Portugal Diário uma nota que revela que Adolf Hitler (ele mesmo) além de ter sido o visionário inventor do Fusca também quase entrou para a história como o inventor da Boneca Inflável!
Diz a nota que o ditador nazista idealizou o aparato insuflável pensando numa maneira de relaxar suas tropas sem correr o risco de contaminação por doenças ou miscigenação.
Tá. Legal.
Mas o que catzu isso tem a ver com Vonnegut?
A relação vem justamente pelo fato de Adolf Hitler não ter sido o criador de fato da boneca inflável. E só não o foi pois a fábrica planejada para a produção de tais aparatos seria sediada na cidade de Dresden, que havia sido completamente destruída em um bombardeio aliado.
Para quem não leu o livro, o bombardeio de Dresden é o marco central da obra-prima de Vonnegut, Matadouro 5, um dos mais sangrentos e cruéis da Segunda Guerra (a cidade era apenas utilizada com fins hospitalares para prisioneiros de guerra feridos. Aproximadamente 25.000 pessoas morreram no ataque.).
É de se pensar que rumos a guerra tomaria caso o tal ataque não ocorresse: perderíamos uma obra-prima e ganharíamos um apetrecho erótico algumas décadas antes da revolução sexual.
Como diria o próprio Vonnegut:
Mas aposto que esta nem ele previria. Saiu no Portugal Diário uma nota que revela que Adolf Hitler (ele mesmo) além de ter sido o visionário inventor do Fusca também quase entrou para a história como o inventor da Boneca Inflável!
Diz a nota que o ditador nazista idealizou o aparato insuflável pensando numa maneira de relaxar suas tropas sem correr o risco de contaminação por doenças ou miscigenação.
Tá. Legal.
Mas o que catzu isso tem a ver com Vonnegut?
A relação vem justamente pelo fato de Adolf Hitler não ter sido o criador de fato da boneca inflável. E só não o foi pois a fábrica planejada para a produção de tais aparatos seria sediada na cidade de Dresden, que havia sido completamente destruída em um bombardeio aliado.
Para quem não leu o livro, o bombardeio de Dresden é o marco central da obra-prima de Vonnegut, Matadouro 5, um dos mais sangrentos e cruéis da Segunda Guerra (a cidade era apenas utilizada com fins hospitalares para prisioneiros de guerra feridos. Aproximadamente 25.000 pessoas morreram no ataque.).
É de se pensar que rumos a guerra tomaria caso o tal ataque não ocorresse: perderíamos uma obra-prima e ganharíamos um apetrecho erótico algumas décadas antes da revolução sexual.
Como diria o próprio Vonnegut:
Maldito IE7!
Acabo de perder uma hora e meia de minha vida.
Escrevi um pôste interessantíssimo (tá, nem tanto) sobre anglicismos na mídia e, na hora de enviar, o MALDITO IE7 simplesmente deu pau e perdi tudo.
Valeu, Bill Gates! A caravana passa e o Firefox ladra.
Não, não vou escrever tudo de novo! Nem peçam!
Fuck.
11 janeiro 2007
Criatividades Parlamentares
No dia 19 de novembro último publiquei uma crônica no Blônicas que ironizava a instituição do Dia da Consciência Negra (leia antes de julgar), dando sugestões aos recém eleitos deputados para a instituição de outros "feriados conscientes". O texto foi bem recebido por quem entendeu a crítica, acendendo um debate interessante nos comentários.
Mas chega hoje em minhas mãos uma matéria enviada pelo meu amigo Denis Lodi que saiu no G1, hospedado pelo portal Globo, com uma lista de projetos de lei absurdos da legislatura anterior que apenas serviu para demonstrar que ainda tenho muito o que aprender com nossos representantes eleitos de forma tão democrática.
O teor é tragicômico. Claro, não há novidade na criação de projetos estapafúrdios. Certa vez vi um projeto que tentava instituir uma carteira de habilitação especial para cegos (!). Há projetos que beiram uma cretinice patológica ("Dia do Sono", "Dia da Verdade", "Dia do Macarrão"). Não dá pra deixar de citar também a clara tendência neoliberal deturpada de alguns legisladores eleitos, como no projeto do deputado televisivo Celso Russomano (PP-SP) que propõe substituir o termo estupro por "assalto sexual". Como se a mudança de seis para meia dúzia fosse de alguma forma aliviar o sofrimento das vítimas. Vai ser demagogo assim lá no inferno!
Mas há os que demonstram uma perigosa tendência retrógrada e permeada com um renitente ranço ditatorial, tais como o projeto que "proíbe o beijo lascivo entre indivíduos do mesmo sexo" e o que proibe a "mudança de prenome em casos de transexualismo", ambos cometidos pelo deputado Elimar Damasceno (Prona-SP). Há também um que obriga que as escolas hasteiem a Bandeira e cantem o Hino Nacional antes de cada aula, graças à nostalgia iconoclástica do deputado Carlos Nader (PL–RJ). Só falta agora propor reinstituir as finadas aulas de Educação Moral e Cívica. Melhor nem dar a idéia.
Outro ainda pior é o que tenta jogar pela janela o laicismo do estado ao obrigar que estudantes do ensino fundamental leiam a bíblia durante as aulas. O pai desta pérola da intolerância religiosa é o deputado Maurício Rabelo (PL-TO).
Há algo de assustador nesses projetos. Uma ameaça velada, como que nos avisando que é só vacilar um instante e os ratos tomarão conta do navio. Felizmente a racionalidade ainda persevera, visto que os projetos listados aí em cima foram todas arquivados. Mas até quando? Nas últimas eleições testemunhamos a invasão de deputados e vereadores da chamada "bancada evangélica", pessoas que, sinceramente, não tem escrúpulos em distorcer a lógica comum em benefício próprio. Até quando idéias esdrúxulas e desrespeitosas como essas serão arquivadas ou tratadas como piada? Até quando o racionalismo será maioria?
Não vou dar aqui aquele batido sermão cívico de valorizar o voto nas eleições, mas não custa nada pensar direito na hora de apertar os botões e confirmar, não é?
Mas chega hoje em minhas mãos uma matéria enviada pelo meu amigo Denis Lodi que saiu no G1, hospedado pelo portal Globo, com uma lista de projetos de lei absurdos da legislatura anterior que apenas serviu para demonstrar que ainda tenho muito o que aprender com nossos representantes eleitos de forma tão democrática.
O teor é tragicômico. Claro, não há novidade na criação de projetos estapafúrdios. Certa vez vi um projeto que tentava instituir uma carteira de habilitação especial para cegos (!). Há projetos que beiram uma cretinice patológica ("Dia do Sono", "Dia da Verdade", "Dia do Macarrão"). Não dá pra deixar de citar também a clara tendência neoliberal deturpada de alguns legisladores eleitos, como no projeto do deputado televisivo Celso Russomano (PP-SP) que propõe substituir o termo estupro por "assalto sexual". Como se a mudança de seis para meia dúzia fosse de alguma forma aliviar o sofrimento das vítimas. Vai ser demagogo assim lá no inferno!
Mas há os que demonstram uma perigosa tendência retrógrada e permeada com um renitente ranço ditatorial, tais como o projeto que "proíbe o beijo lascivo entre indivíduos do mesmo sexo" e o que proibe a "mudança de prenome em casos de transexualismo", ambos cometidos pelo deputado Elimar Damasceno (Prona-SP). Há também um que obriga que as escolas hasteiem a Bandeira e cantem o Hino Nacional antes de cada aula, graças à nostalgia iconoclástica do deputado Carlos Nader (PL–RJ). Só falta agora propor reinstituir as finadas aulas de Educação Moral e Cívica. Melhor nem dar a idéia.
Outro ainda pior é o que tenta jogar pela janela o laicismo do estado ao obrigar que estudantes do ensino fundamental leiam a bíblia durante as aulas. O pai desta pérola da intolerância religiosa é o deputado Maurício Rabelo (PL-TO).
Há algo de assustador nesses projetos. Uma ameaça velada, como que nos avisando que é só vacilar um instante e os ratos tomarão conta do navio. Felizmente a racionalidade ainda persevera, visto que os projetos listados aí em cima foram todas arquivados. Mas até quando? Nas últimas eleições testemunhamos a invasão de deputados e vereadores da chamada "bancada evangélica", pessoas que, sinceramente, não tem escrúpulos em distorcer a lógica comum em benefício próprio. Até quando idéias esdrúxulas e desrespeitosas como essas serão arquivadas ou tratadas como piada? Até quando o racionalismo será maioria?
Não vou dar aqui aquele batido sermão cívico de valorizar o voto nas eleições, mas não custa nada pensar direito na hora de apertar os botões e confirmar, não é?
10 janeiro 2007
A quem interessar fossa...
... estarei hoje no Villa Amadeu (R. 13 de maio, 1.802) à partir das 18:30hs junto com o Richard Diegues, o Nelson Botter e mais quem estiver a fim de aparecer batendo um papo sobre literatura, cultura e outras abobrinhas em geral, tudo regado com muita cerveja e jurupinga.
Fica aí o convite.
Fica aí o convite.
09 janeiro 2007
Zebedeu e Cicarelli
Tá, tá, eu afirmei que não ia comentar sobre este assunto.
E, tecnicamente, eu não comentei.
Ah, deixa pra lá. Apenas leiam que é melhor.
http://psicopataenrustido.blogspot.com
E, tecnicamente, eu não comentei.
Ah, deixa pra lá. Apenas leiam que é melhor.
http://psicopataenrustido.blogspot.com
08 janeiro 2007
Descaminhos Zebedianos 3
Mais palavras que colocadas em frases de busca que acabaram levando para o blogue do Psicopata Enrustido. Mas desta vez, só para variar, não vou colocar todas, só as mais engraçadas. E premiá-las em categorias próprias.
Prêmio "Redundância": bizarro mulheres cagando
Prêmio "Pigméias Safadas": foto mulherzinhas nuas
Prêmio "Não sei mais onde procurar consolo": ele da presentes depois joga na cara
Prêmio "O Ivo viu a Vulva": sexo de mole de mone e mole
Prêmio "Punheteiro Pobre": disk sexo que nao vem na conta gratuito
Prêmio "Já tomei tantas que estou me desculpando até com o Google": ignorem minha cara de bebado
Prêmio "Quem não cola não sai da escola": lançamento oblíquo resolvido
Prêmio "Gorbachev Interior": mancha no cerebro
Prêmio "Não quero saber de velharia!": xerecas nova
Prêmio "Me engana que eu gozo!": falso coito
Prêmio "Não sei buscar por 'tarot' no Google": formas de jogos como coloco as cartas na mesa arcanos
ATENÇÃO: o conteúdo pode ser considerado ofensivo para alguns!
Prêmio "Redundância": bizarro mulheres cagando
Prêmio "Pigméias Safadas": foto mulherzinhas nuas
Prêmio "Não sei mais onde procurar consolo": ele da presentes depois joga na cara
Prêmio "O Ivo viu a Vulva": sexo de mole de mone e mole
Prêmio "Punheteiro Pobre": disk sexo que nao vem na conta gratuito
Prêmio "Já tomei tantas que estou me desculpando até com o Google": ignorem minha cara de bebado
Prêmio "Quem não cola não sai da escola": lançamento oblíquo resolvido
Prêmio "Gorbachev Interior": mancha no cerebro
Prêmio "Não quero saber de velharia!": xerecas nova
Prêmio "Me engana que eu gozo!": falso coito
Prêmio "Não sei buscar por 'tarot' no Google": formas de jogos como coloco as cartas na mesa arcanos
Daniela Cicarelli, video na praia e fechamento do YouTube
Podem esquecer.
Não vou perder nem uma linha de meu latim a este respeito. Tenha dó.
Este pôste é apenas para que meu blogue apareça nos resultados das buscas no Google.
Sacumé, aproveitar o ráipe não é crime.
Ainda.
(Aproveite que está aqui e leia, por exemplo, a resenha do livro Café-da-Manhã dos Campeões, de Kurt Vonnegut no pôste logo abaixo. E vê se pára de procurar bobagem por aí...)
Café-da-manhã dos Campeões - Kurt Vonnegut
O melhor momento de se encontrar determinada obra depende muito do leitor. É por esta razão que talvez só agora eu esteja realmente me abrindo a alguns autores que antes nem tinha ouvido falar. Eis que, quando Sérgio Rodrigues, do Todoprosa escreveu uma chamada sobre um livro de Kurt Vonnegut, eu fiquei com uma pulga. A chamada terminava com o instigante parágrafo:
Lembrei-me do título do livro numa de minhas fuçadas na, acreditem, seção de livros do Carrefour do lado de casa. Lá tinha uma daquelas estantes giratórias da L&PM cheia de livros de bolso (que eu chamo de curingas de bolso, pois sempre ajudavam a tapar um buraco entre um livro e outro com um clássico barato, em termos monetários, bem entendido). Fui até o mercado e comprei o tal livro. E imediatamente me apaixonei pela prosa insana de Vonnegut.
Matadouro 5 é um livro ímpar em vários sentidos, mas outro dia publico uma resenha dele com a calma que a obra merece. Esta aqui vai para o segundo livro que li do autor, Café da Manhã dos Campeões (2006, LP&M). Nele Vonnegut destrincha, com sua narrativa alinear e carregada de metalinguagem, grande parte da sociedade americana. O livro é narrado como um pequeno documentário a ser apresentado, talvez, a alienígenas interessados na população de bípedes supostamente racionais que habitam a terceira rocha a partir do Sol. Deste modo o texto é carregado de didatismo, cheio de descrições óbvias e impregnadas de sarcasmo, entremeadas com desenhos toscos do próprio autor que servem para ilustrar pontos que não necessitariam de descrições longas e maçantes. O autor toma como exemplo da vida na Terra duas pessoas: o escritor de ficção científica Kilgore Trout e o vendedor de carros Dwayne Hoover. Este último, descobrimos logo no começo da história, irá enlouquecer e ter uma crise violenta na fictícia cidade de Midland (que, num trocadilho bem óbvio, fica fincada no meio dos EUA). Tomando isso como ponto de partida, Vonnegut vai e vêm no tempo e no espaço, numa história onde ele mesmo é um personagem, o Criador não do Universo, mas daquele universo. E o criador sabe que tudo o que está se passando é apenas uma ficção originada de sua cabeça. Alguém aí disse Charlie Kaufmann ou Adaptação? Esqueçam. O livro de Vonnegut foi lançado em 1973.
A trama é desvelada aos poucos, inicialmente pelo final, depois numa desordem deliciosa. Vamos desvendando cada trecho, cada idéia em meio a digressões filosóficas carregadas de ironia e sarcasmo, tão típicas da sátira que Vonnegut se especializou em criar. Os melhores momentos são quando ele mesmo interfere nas descrições e joga pesado com a sociedade americana, como no trecho abaixo (tradução de Cássia Zanon):
Logo a seguir o autor/criador descreve a decisão que tomou a partir da conclusão acima:
E é exatamente o que ele faz. Não há ordem alguma em seu caos narrativo, não há resolução ou mesmo uma lição a ser tirada na trama como um todo, mas sim pulverizadas aqui e ali para que leitores atentos as descubram. No final das contas o tal acontecimento antevisto não é nem um pouco importante. Nem mesmo o título da obra é realmente importante, sendo sua referência apenas mais uma casualidade narrada de maneira quase acidental. Mas a soma de fatos desimportantes é o que torna todo o livro essencial. É nesta contradição que se encontra o grande charme da história.
Café-da-manhã dos Campeões não é melhor que o indefectível Matadouro 5, mas é um exercício de leitura interessantíssimo, daqueles que você pode amar ou odiar, mas nunca ficar sem opinião. Até porque sua opinião, de acordo com a ideologia do autor/criado, É importante.
P.S. 1: A imagem abaixo veio no Google quando procurei por imagens da capa através do título do livro. Pode não ter nada a ver, mas vale o registro pela coincidência divertida.
P.S.2: O pôste do Psicopata Enrustido, Desjejum dos Perdedores foi obviamente uma homenagem ao livro e a um de seus personagens.
P.S.3: Ainda está muito caro.
"Autor de pelo menos uma obra-prima incontornável da ficção americana no século XX, Matadouro 5 (hoje mais fácil de encontrar por aqui numa edição de bolso da L&PM), Vonnegut sempre ajuda a arejar o ambiente".
Lembrei-me do título do livro numa de minhas fuçadas na, acreditem, seção de livros do Carrefour do lado de casa. Lá tinha uma daquelas estantes giratórias da L&PM cheia de livros de bolso (que eu chamo de curingas de bolso, pois sempre ajudavam a tapar um buraco entre um livro e outro com um clássico barato, em termos monetários, bem entendido). Fui até o mercado e comprei o tal livro. E imediatamente me apaixonei pela prosa insana de Vonnegut.
Matadouro 5 é um livro ímpar em vários sentidos, mas outro dia publico uma resenha dele com a calma que a obra merece. Esta aqui vai para o segundo livro que li do autor, Café da Manhã dos Campeões (2006, LP&M). Nele Vonnegut destrincha, com sua narrativa alinear e carregada de metalinguagem, grande parte da sociedade americana. O livro é narrado como um pequeno documentário a ser apresentado, talvez, a alienígenas interessados na população de bípedes supostamente racionais que habitam a terceira rocha a partir do Sol. Deste modo o texto é carregado de didatismo, cheio de descrições óbvias e impregnadas de sarcasmo, entremeadas com desenhos toscos do próprio autor que servem para ilustrar pontos que não necessitariam de descrições longas e maçantes. O autor toma como exemplo da vida na Terra duas pessoas: o escritor de ficção científica Kilgore Trout e o vendedor de carros Dwayne Hoover. Este último, descobrimos logo no começo da história, irá enlouquecer e ter uma crise violenta na fictícia cidade de Midland (que, num trocadilho bem óbvio, fica fincada no meio dos EUA). Tomando isso como ponto de partida, Vonnegut vai e vêm no tempo e no espaço, numa história onde ele mesmo é um personagem, o Criador não do Universo, mas daquele universo. E o criador sabe que tudo o que está se passando é apenas uma ficção originada de sua cabeça. Alguém aí disse Charlie Kaufmann ou Adaptação? Esqueçam. O livro de Vonnegut foi lançado em 1973.
A trama é desvelada aos poucos, inicialmente pelo final, depois numa desordem deliciosa. Vamos desvendando cada trecho, cada idéia em meio a digressões filosóficas carregadas de ironia e sarcasmo, tão típicas da sátira que Vonnegut se especializou em criar. Os melhores momentos são quando ele mesmo interfere nas descrições e joga pesado com a sociedade americana, como no trecho abaixo (tradução de Cássia Zanon):
"Conforme meu quinqüagésimo aniversário se aproximava, tornava-me mais e mais enfurecido e assombrado pelas decisões estúpidas tomadas pelos meus compatriotas. E então, de repente, comecei a sentir pena deles, porque compreendi como para eles era inocente e natural se comportar de modo tão abominável e com resultados tão abomináveis: estavam fazendo o melhor possível para viverem pessoas inventadas em livros de histórias. Este era o motivo pelo qual os americanos matavam uns aos outros a tiro com tanta freqüência: era um truque literário conveniente para terminar contos e livros. Por que tantos americanos eram tratados por seus governos como se suas vidas fossem descartáveis como lenços de papel? (...) Porque era assim que os autores costumavam tratar os personagens menores em suas histórias inventadas".
Logo a seguir o autor/criador descreve a decisão que tomou a partir da conclusão acima:
"Eu escreveria sobre a vida. Cada pessoa seria exatamente tão importante quanto qualquer outra. Todos os fatos também receberiam o mesmo peso. Nada seria deixado de fora Deixaria os outros trazerem ordem ao caos. Eu, em vez disso, traria caos à ordem, o que acho que acabei fazendo.
Se todos os escritores fizessem isso, talvez os cidadãos fora dos ofícios literários compreendessem que não há ordem no mundo ao nosso redor, que, em vez disso, devemos nos adaptar às exigências do caos".
E é exatamente o que ele faz. Não há ordem alguma em seu caos narrativo, não há resolução ou mesmo uma lição a ser tirada na trama como um todo, mas sim pulverizadas aqui e ali para que leitores atentos as descubram. No final das contas o tal acontecimento antevisto não é nem um pouco importante. Nem mesmo o título da obra é realmente importante, sendo sua referência apenas mais uma casualidade narrada de maneira quase acidental. Mas a soma de fatos desimportantes é o que torna todo o livro essencial. É nesta contradição que se encontra o grande charme da história.
Café-da-manhã dos Campeões não é melhor que o indefectível Matadouro 5, mas é um exercício de leitura interessantíssimo, daqueles que você pode amar ou odiar, mas nunca ficar sem opinião. Até porque sua opinião, de acordo com a ideologia do autor/criado, É importante.
P.S. 1: A imagem abaixo veio no Google quando procurei por imagens da capa através do título do livro. Pode não ter nada a ver, mas vale o registro pela coincidência divertida.
P.S.2: O pôste do Psicopata Enrustido, Desjejum dos Perdedores foi obviamente uma homenagem ao livro e a um de seus personagens.
P.S.3: Ainda está muito caro.
Só para constar...
... conseguimos encontrar um lar adotivo para o Magrão (não sabe do que estou falando? Role a página três pôstes abaixo). Deu um trabalhão, teve muita frustração e chateação, mas também teve muito apoio e ajuda dos amigos na resolução deste problema. A vocês, um grande abraço!
Vai lá, Magrão (ou qualquer outro nome que você venha a receber de sua nova dona)! E não se esqueça dos amigos quando ficar rico!
Bola pra frente.
Vai lá, Magrão (ou qualquer outro nome que você venha a receber de sua nova dona)! E não se esqueça dos amigos quando ficar rico!
Bola pra frente.
05 janeiro 2007
Desprendimento
Viram a notícia do cara que salvou outro da morte no metrô de Nova Iorque?
Isso para mim é que é ser macho, ter culhão. Se jogar na frente de um trem em movimento, ser obrigado a torcer para que o vão entre o trem e os trilhos fosse suficiente para caber dois homens adultos empilhados, e tudo isso bem na frente de suas duas filhas!
Todo mundo pensa, ao menos uma vez na vida, se seria capaz de tamanha façanha. Wesley Autrey já tem a resposta para isso.
Puta merda...
Isso para mim é que é ser macho, ter culhão. Se jogar na frente de um trem em movimento, ser obrigado a torcer para que o vão entre o trem e os trilhos fosse suficiente para caber dois homens adultos empilhados, e tudo isso bem na frente de suas duas filhas!
Todo mundo pensa, ao menos uma vez na vida, se seria capaz de tamanha façanha. Wesley Autrey já tem a resposta para isso.
Puta merda...
04 janeiro 2007
Popularização? Eu quero é qualidade!
Vejam a citação do dia hoje no site Quotes of the Day:
Não sei quem é Robert Wilensky, mas este raciocínio divertido me remeteu à uma de minhas teorias menos simpáticas: de que a popularização da internet não é assim uma coisa tão boa quanto alardeiam. Claro, temos agora uma ferramenta que permite que qualquer um possa se expressar livremente, seja ele um multimilionário em sua mansão de concreto e vidro ou apenas um pé-rapado em um cybercafé. Isso abre um milhão de possibilidades, de novidades, de portas antes apenas imaginadas.
E onde chegamos com toda esta liberdade recém-adquirida?
É triste constatar, mas vemos que graças a esta popularização da liberdade de expressão chegamos apenas a uma explosão de idiotas que de repente descobriram que tem voz ativa e que, armados da famigerada Síndrome do Copy+Paste e de uma flagrante deficiência ética, saem despejando todo tipo de absurdo inenarrável pela rede. Nenhuma informação captada a esmo tem credibilidade nem embasamento. A internet se transformou numa imensa brincadeira de Telefone-sem-fio globalizada.
Não, não vou encarnar o Zebedeu e sair por aí reclamando de comentários e das críticas. Não confundam o criador (com 'c' minúsculo) com a criatura (com ego maiúsculo). Para falar a verdade gosto dos comentários, aprecio receber críticas em tempo real, gosto da interatividade proporcionada por esta nova mídia. Mas confesso que esta interação não interfere tanto assim na minha produção criativa quanto pode se imaginar, que não faz tanta diferença no que vou escrever ou não a seguir. Escrevo para ser lido, é claro, mas isso não vem ao caso, então voltemos ao assunto em questão.
Ontem li no blogue Contraditorium uma porrada de textos referentes a temática de blogues, estratégias para se tornar, em sua definição, um ProBlogger (ou um blogueiro profissional), suas defesas a respeito desta mídia em específico e aquilo me deixou com a pulga. Há muita coisa que concordo, muitas que discordo, mas em momento algum parei e pensei em deixar um comentário. Não sei por que, acho que apenas por conta de um ranço jurássico de ser meramente o receptor da mensagem, não o interlocutor. Sou fascinado por leitura, mas nunca precisei pensar em questões a serem ditas aos autores do que eu leio. Normalmente estas questões são respondidas por mim mesmo numa análise do tema abordado pelo texto. Acho que está aí a função do leitor, e conseqüentemente do texto feito pelo autor: incitar questões que serão respondidas através do raciocínio próprio. O resto é bajulação.
O que acontece é que com a popularização da produção "literária" por conta dos blogues vemos que a máxima de Nelson Rodrigues (de que 90% da população só produz cretinices) era incrivelmente otimista. Eu chutaria quase 99% sem medo de errar. É muita bobagem, muita coisa (mal) escrita, (mal) copiada, (mal) colada e etecétera e tal. É como nadar em uma lagoa cheia de lodo atrás de uma pepita ínfima. Sabemos que ela está lá, mas como é difícil de procurar, meu deus! Sem contar a imensidade de pirita no meio para enganar!
A resposta a esta questão (que foi respondida com muita classe numa entrevista recente do Marcelino Freire) é simples: apenas escreva quando tiver algo relevante a dizer! Não escreva para aparecer, para se promover, para comer mais mulher! Aqui eu coloco um mea culpa, pois diversas vezes caí nesta armadilha. Há quem diga que com a popularização nós aumentamos a chance de encontrar a tal pepita no mar de lodo, mas eu discordo. Estatística não é prova de porra nenhuma! Se ao invés de darmos ferramentas para que qualquer imbecil saia por aí despejando asneiras a torto e a direito nós parássemos para pensar a respeito do que escrevemos com calma, aí sim aumentaríamos a chance de encontrar algo que preste nesta rede de computadores interligados. E com certeza também aumentaríamos o número de desistentes do sonho de serem os próximos Filósofos-Escritores-Celebridades do Século ou qualquer objetivo besta que estas pessoas perseguem.
Carência de atenção também tem limite, gente. Vamos pegar mais leve. Nosso cérebro agradece.
"We've heard that a million monkeys at a million keyboards could produce the complete works of Shakespeare; now, thanks to the Internet, we know that is not true."Tradução: "Nos disseram que um milhão de macacos com um milhão de teclados poderiam produzir a obra completa de Shakespeare; agora, graças à Internet, sabemos que isto não é verdade."
- Robert Wilensky
Não sei quem é Robert Wilensky, mas este raciocínio divertido me remeteu à uma de minhas teorias menos simpáticas: de que a popularização da internet não é assim uma coisa tão boa quanto alardeiam. Claro, temos agora uma ferramenta que permite que qualquer um possa se expressar livremente, seja ele um multimilionário em sua mansão de concreto e vidro ou apenas um pé-rapado em um cybercafé. Isso abre um milhão de possibilidades, de novidades, de portas antes apenas imaginadas.
E onde chegamos com toda esta liberdade recém-adquirida?
É triste constatar, mas vemos que graças a esta popularização da liberdade de expressão chegamos apenas a uma explosão de idiotas que de repente descobriram que tem voz ativa e que, armados da famigerada Síndrome do Copy+Paste e de uma flagrante deficiência ética, saem despejando todo tipo de absurdo inenarrável pela rede. Nenhuma informação captada a esmo tem credibilidade nem embasamento. A internet se transformou numa imensa brincadeira de Telefone-sem-fio globalizada.
Não, não vou encarnar o Zebedeu e sair por aí reclamando de comentários e das críticas. Não confundam o criador (com 'c' minúsculo) com a criatura (com ego maiúsculo). Para falar a verdade gosto dos comentários, aprecio receber críticas em tempo real, gosto da interatividade proporcionada por esta nova mídia. Mas confesso que esta interação não interfere tanto assim na minha produção criativa quanto pode se imaginar, que não faz tanta diferença no que vou escrever ou não a seguir. Escrevo para ser lido, é claro, mas isso não vem ao caso, então voltemos ao assunto em questão.
Ontem li no blogue Contraditorium uma porrada de textos referentes a temática de blogues, estratégias para se tornar, em sua definição, um ProBlogger (ou um blogueiro profissional), suas defesas a respeito desta mídia em específico e aquilo me deixou com a pulga. Há muita coisa que concordo, muitas que discordo, mas em momento algum parei e pensei em deixar um comentário. Não sei por que, acho que apenas por conta de um ranço jurássico de ser meramente o receptor da mensagem, não o interlocutor. Sou fascinado por leitura, mas nunca precisei pensar em questões a serem ditas aos autores do que eu leio. Normalmente estas questões são respondidas por mim mesmo numa análise do tema abordado pelo texto. Acho que está aí a função do leitor, e conseqüentemente do texto feito pelo autor: incitar questões que serão respondidas através do raciocínio próprio. O resto é bajulação.
O que acontece é que com a popularização da produção "literária" por conta dos blogues vemos que a máxima de Nelson Rodrigues (de que 90% da população só produz cretinices) era incrivelmente otimista. Eu chutaria quase 99% sem medo de errar. É muita bobagem, muita coisa (mal) escrita, (mal) copiada, (mal) colada e etecétera e tal. É como nadar em uma lagoa cheia de lodo atrás de uma pepita ínfima. Sabemos que ela está lá, mas como é difícil de procurar, meu deus! Sem contar a imensidade de pirita no meio para enganar!
A resposta a esta questão (que foi respondida com muita classe numa entrevista recente do Marcelino Freire) é simples: apenas escreva quando tiver algo relevante a dizer! Não escreva para aparecer, para se promover, para comer mais mulher! Aqui eu coloco um mea culpa, pois diversas vezes caí nesta armadilha. Há quem diga que com a popularização nós aumentamos a chance de encontrar a tal pepita no mar de lodo, mas eu discordo. Estatística não é prova de porra nenhuma! Se ao invés de darmos ferramentas para que qualquer imbecil saia por aí despejando asneiras a torto e a direito nós parássemos para pensar a respeito do que escrevemos com calma, aí sim aumentaríamos a chance de encontrar algo que preste nesta rede de computadores interligados. E com certeza também aumentaríamos o número de desistentes do sonho de serem os próximos Filósofos-Escritores-Celebridades do Século ou qualquer objetivo besta que estas pessoas perseguem.
Carência de atenção também tem limite, gente. Vamos pegar mais leve. Nosso cérebro agradece.
03 janeiro 2007
Incêndios e Cachorros
Acabo de voltar do exercício de evacuação de incêndio mais moderno de minha carreira. E olha que eu já paguei um mico de brigadista em outro emprego, mas nunca tinha visto uma simulação tão real. A luz piscou duas vezes. De repente o andar foi tomado por um cheiro de queimado. Estranhamos, pois o alarme de incêncio não havia disparado. Pessoas com olhos arregalados então apareceram e incitaram todos a fugir. Deu tempo só de tirar o pendrive do micro e ir em direção às escadas. No caminho encontramos uma "vítima" sendo atendida. Aí a farsa se revelou. Uma menina tirava fotos do atendimento. Então ou era alguém incrivelmente frio e sádico, ou era um exercício. Enganou a mim e a três quartos da empresa. Uma pena. Eu estava tão feliz de ver uma de minhas resoluções malignas de ano novo se realizando... Fica pro ano que vem.
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Aproveito o pôste para solicitar um pouco da boa vontade dos meus poucos (mas fiéis) leitores. Há três semanas eu e alguns vizinhos recolhemos um cachorro que encontramos na porta de meu condomínio. Ele estava muito maltratado e debilitado, desidratado e desnutrido. Estava tão apático que não conseguia nem ao menos se levantar. Levamos ele para um veterinário, que o tratou, lavou, vermifugou e verificou que não tinha nenhuma doença além da fraqueza. Nem mesmo pulgas e carrapatos ele tinha. Também disse que o cachorro deve ter entre 2 e 3 anos, e que com certeza não era um cachorro de rua, e que provavelmente foi abandonado por alguém, pois não sabia se virar sozinho.
Levamos ele para minha casa para que recuperasse as forças, coisa que já aconteceu. Hoje ele está alegre e saudável, apesar de ainda estar muito magro (que já lhe rendeu o apelido de Magrão). O problema é que ele tem um porte médio, grande demais para o meu minúsculo apartamento, que já tem um cachorro e uma gata dividindo o pouco espaço disponível. Ele é bastante amigável e dócil, convivendo com os outros bichos sem problema algum, mas mesmo assim não tem como eu mantê-lo por muito mais tempo.
Quem estiver interessado em ajudar, seja dando ao cachorro um lar, mesmo que provisório, ou indicando alguém que possa ajudar eu agradeceria imensamente. Já o cadastramos em sites de adoção de animais abandonados e em ONGs de proteção, mas nunca é demais divulgar. Podem entrar em contato comigo pelo emeio alexandre.heredia@gmail.com. Abaixo segue uma foto dele:
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Aproveito o pôste para solicitar um pouco da boa vontade dos meus poucos (mas fiéis) leitores. Há três semanas eu e alguns vizinhos recolhemos um cachorro que encontramos na porta de meu condomínio. Ele estava muito maltratado e debilitado, desidratado e desnutrido. Estava tão apático que não conseguia nem ao menos se levantar. Levamos ele para um veterinário, que o tratou, lavou, vermifugou e verificou que não tinha nenhuma doença além da fraqueza. Nem mesmo pulgas e carrapatos ele tinha. Também disse que o cachorro deve ter entre 2 e 3 anos, e que com certeza não era um cachorro de rua, e que provavelmente foi abandonado por alguém, pois não sabia se virar sozinho.
Levamos ele para minha casa para que recuperasse as forças, coisa que já aconteceu. Hoje ele está alegre e saudável, apesar de ainda estar muito magro (que já lhe rendeu o apelido de Magrão). O problema é que ele tem um porte médio, grande demais para o meu minúsculo apartamento, que já tem um cachorro e uma gata dividindo o pouco espaço disponível. Ele é bastante amigável e dócil, convivendo com os outros bichos sem problema algum, mas mesmo assim não tem como eu mantê-lo por muito mais tempo.
Quem estiver interessado em ajudar, seja dando ao cachorro um lar, mesmo que provisório, ou indicando alguém que possa ajudar eu agradeceria imensamente. Já o cadastramos em sites de adoção de animais abandonados e em ONGs de proteção, mas nunca é demais divulgar. Podem entrar em contato comigo pelo emeio alexandre.heredia@gmail.com. Abaixo segue uma foto dele:
02 janeiro 2007
Jabs de ano novo
Poisé, poisé, 2007 chegou e eu ainda estou por aqui.
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A festa de reveillón foi boa, obrigado por perguntar. Bem melhor do que eu imaginava, mas como minhas expectativas eram pra lá de baixas, isso não é nenhum lucro.
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Não quero falar mais nada a este respeito.
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Aliás, vocês leram o texto do Xico Sá, no Ponte Aérea/SP?
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Vale a visita. Mas leia o meu texto até o final antes de debandar pra lá.
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Só por consideração, pô!
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2007, pelo que me disseram, será um ano ímpar.
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Mas só porque depois de um par sempre vem um ímpar.
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Aliás, de 2006 tenho muito o que comemorar.
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Foram dois livros lançados, um deles na Bienal de SP e outro na Casa das Rosas.
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Era para ser três, mas isso será resolvido este ano, que aliás já tem mais dois indo pro prelo.
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Não tenho resoluções, pois nunca as cumpro e então desisti de tentar resolver o insolúvel.
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Aliás, sobre o reveillón tem crônica nova no Psicopata Enrustido.
--
Está mais pirada que o normal. Mas caso interesse dentro de alguns dias vou colocar algo aqui que ajudará um pouco a elucidar o mistério.
--
Não, eu não sei que catzu aqueles babacas estão fazendo naquela porra de ilha.
--
O projeto que me sugou a alma acabou, finalmente. Teve até comemoração fatigada. Agora é hora de recolher os espólios. Entre mortos e feridos não sobreviveu ninguém.
--
Só eu, pra variar, mas apenas para apagar a luz.
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Aliás, deixa eu voltar para o trabalho, pois o ano mudou mas minha situação hierárquica não.
--
Ainda não.
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A festa de reveillón foi boa, obrigado por perguntar. Bem melhor do que eu imaginava, mas como minhas expectativas eram pra lá de baixas, isso não é nenhum lucro.
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Não quero falar mais nada a este respeito.
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Aliás, vocês leram o texto do Xico Sá, no Ponte Aérea/SP?
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Vale a visita. Mas leia o meu texto até o final antes de debandar pra lá.
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Só por consideração, pô!
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2007, pelo que me disseram, será um ano ímpar.
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Mas só porque depois de um par sempre vem um ímpar.
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Aliás, de 2006 tenho muito o que comemorar.
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Foram dois livros lançados, um deles na Bienal de SP e outro na Casa das Rosas.
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Era para ser três, mas isso será resolvido este ano, que aliás já tem mais dois indo pro prelo.
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Não tenho resoluções, pois nunca as cumpro e então desisti de tentar resolver o insolúvel.
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Aliás, sobre o reveillón tem crônica nova no Psicopata Enrustido.
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Está mais pirada que o normal. Mas caso interesse dentro de alguns dias vou colocar algo aqui que ajudará um pouco a elucidar o mistério.
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Não, eu não sei que catzu aqueles babacas estão fazendo naquela porra de ilha.
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O projeto que me sugou a alma acabou, finalmente. Teve até comemoração fatigada. Agora é hora de recolher os espólios. Entre mortos e feridos não sobreviveu ninguém.
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Só eu, pra variar, mas apenas para apagar a luz.
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Aliás, deixa eu voltar para o trabalho, pois o ano mudou mas minha situação hierárquica não.
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Ainda não.
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