tag:blogger.com,1999:blog-357981622024-02-19T00:40:36.071-03:00Gardenal com Fanta UvaDigressões, Elucubrações e Agressões de Alexandre HerediaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.comBlogger266125tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-74119174839307998762016-07-27T10:51:00.002-03:002016-07-27T10:51:28.822-03:00CORRE! "Filh@s dessa Mãe Gentil" DE GRAÇA na Amazon BR!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMhWRjeq0cSzGErlJcQI4TRU7V-4J1hnQyzevLmRU6I2O4m6m4mlUU4xa7z2zE9kZorlflFQ4qGJG1KzBvo8CYt9Yul26M8-VZnuMYxumzUN82OFRHFB1ad_i9Zp4dWjWx49LwWw/s1600/capa_final.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMhWRjeq0cSzGErlJcQI4TRU7V-4J1hnQyzevLmRU6I2O4m6m4mlUU4xa7z2zE9kZorlflFQ4qGJG1KzBvo8CYt9Yul26M8-VZnuMYxumzUN82OFRHFB1ad_i9Zp4dWjWx49LwWw/s640/capa_final.png" width="433" /></a></div>
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É isso mesmo! Meu livro mais recente, <b><i>Filh@s dessa Mãe Gentil: Crônicas sobre a Invisibilidade</i></b> está DE GRAÇA até o dia 31/07/2016 na Amazon BR.<br />
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<img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3H0gOJ45L4PG9GxQUd2vj9b_BIRFCJn4EBJnsj9Rwti_xSyRu3Cln8_BYZnoMmv_QSNe8qJBuvQACQMmnLhCEoycKAr0gyds-DdPWseluTZdeqJkmxdiHyglBGNJEJ0GasImyRw/s640/capa_final.png" width="433" /></div>
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SAIU!</div>
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<br /></div>
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<b><i><a href="http://www.amazon.com.br/dp/B01F2LPZQ0">Filh@s dessa Mãe Gentil: Crônicas sobre a Invisibilidade</a></i></b> é uma coletânea de contos, crônicas e ensaios, a maioria deles inéditos, que têm como tema central a invisibilidade social.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Segue a sinopse:</div>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: left;">
<strong style="background-color: white; color: #333333; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif; font-size: small;">Invisibilidade não é sinônimo de inexistência. Tem mais a ver com indiferença.</strong><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"> </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Ser invisível é estar à margem da existência. É alguém cuja realidade preferimos ignorar, que não nos interessa se vivem ou se morrem. No final são números, estatísticas, anônimos relegados ao esquecimento. Excluídos, às vezes voluntariamente, mas muitas vezes frutos amargos de decisões ruins, ou apenas vítimas do impiedoso acaso. E, por esse motivo, portadores de seus próprios dramas, tragédias, anedotas, romances, decepções, conquistas e derrotas. Podem ser mendigos e garotos de rua, mas também pais suburbanos ou vagabundos, assalariados ou pilantras, prostitutas ou recatadas, todos em um universo onde a moral é flexível e as escolhas sempre difíceis.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">As crônicas dessa coletânea tentam reverter esse quadro, trazendo estas histórias, que todos nós já ouvimos ou mesmo vivemos de maneiras diferentes, para o centro do picadeiro, sem julgamentos ou moralismos. Dramas, tragédias e mortes, mas também aventura, humor e erotismo. São experiências de nosso cotidiano, momentos culminantes ou triviais, mas que por um breve instante nos transformam em protagonistas de nossas biografias, heróis de nossa própria narrativa. Visíveis, para nossos pares e para a sociedade, mas principalmente para nós mesmos. </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Lembre-se: Esta é uma obra de ficção. Mas qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real poderá ser muito mais que mera coincidência.</span></blockquote>
Inicialmente o lançamento será exclusivamente em e-book para Kindle da <a href="http://www.amazon.com.br/">Amazon</a>, disponível para dispositivos móveis (smartphones e tablets) e PC.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR06bXiNUGNCPr0RM3rT6II5YzVX37w6s9NLyiKi2XVuPXXk8LrrgikBKzo2wiFi_RZZmbRrqeiK5qPaP7tS01YmGfANT8elv-GzdkwmI0IvVphDrDwHhTFKArUQpBgvHoLhy1-g/s1600/capa_africano_FINAL.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR06bXiNUGNCPr0RM3rT6II5YzVX37w6s9NLyiKi2XVuPXXk8LrrgikBKzo2wiFi_RZZmbRrqeiK5qPaP7tS01YmGfANT8elv-GzdkwmI0IvVphDrDwHhTFKArUQpBgvHoLhy1-g/s320/capa_africano_FINAL.png" width="215" /></a></div>
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<br /></div>
Para celebrar mais este lançamento, durante o período de 04/05 e 08/05/2016 estará TOTALMENTE GRATUITO um dos contos da coletânea, intitulado <b><i><a href="http://www.amazon.com.br/dp/B01F2LEU8E">O Africano</a></i></b>, uma fantasia urbana eletrizante.<br />
<br />
Segue a sinopse:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif; font-size: small;">"Todo mundo já tinha ouvido falar do Africano, menos eu. Até a Sheila, que passava mais tempo nos quartos da casa do que na rua, já tinha ouvido duas ou três histórias sobre o cara. Eu, não. Talvez fosse por isso que nem me liguei quando ele apareceu na porta pedindo pra entrar. Estranhei quando o Bigorna o deixou passar sem ser revistado e fui tirar satisfação. O que foi? É só um negão velho metido a marombado. Não era o primeiro nem o último a entrar na casa. Mas sem revista nem o Capeta entra, tá me ouvindo? Abre os braços."</i><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"> </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">A invisibilidade nem sempre é um castigo. Muitas vezes ela é o último refúgio da sanidade. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">É o que Formiga, segurança de um inferninho do Centro, irá descobrir depois de sem querer atrair a atenção de uma lenda urbana viva, o Africano, que o arrasta para um turbilhão de violência, personagens bizarros, sexo e morte. Um mundo onde a vingança é a única lei a ser respeitada. Será o Africano amigo ou inimigo? Herói ou vilão? Será que essa divisão ainda faz sentido? Aliás, qual poderia ser o sentido? E, depois de tragado pela sordidez e dor do mundo dos visíveis, quem sobreviver carregará para sempre cicatrizes que apenas a retribuição poderá aliviar. Pois, na palavras do Africano: "O Diabo é a culpa, e o inferno é viver com ela". </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">"O Africano" é uma aventura urbana atual, repleta de ação e drama, mas que remete a antigos heróis mitológicos e criaturas fantásticas que populam o imaginário dos submundos marginalizados de nossa pretensa civilização. </span></blockquote>
<br />
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<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-19300402546077774072015-07-02T17:25:00.001-03:002015-08-19T14:38:12.812-03:00Pré-lançamento: Samurais x Ninjas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFLuXnGv9H8UUVs5zOZUPoRFzW8xCs83Zrqo-QNJtYyf5LzY9bIW-29no8AdLM_kTOzOkAMfd3XPju-ZTE7r3dMm6jAO9T85rCoxx8q_45C1yYV0vGCfl44bz6lq535FfQicEtbQ/s1600/sxn_capa-72.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFLuXnGv9H8UUVs5zOZUPoRFzW8xCs83Zrqo-QNJtYyf5LzY9bIW-29no8AdLM_kTOzOkAMfd3XPju-ZTE7r3dMm6jAO9T85rCoxx8q_45C1yYV0vGCfl44bz6lq535FfQicEtbQ/s640/sxn_capa-72.jpg" width="432" /></a></div>
<br />
<a href="http://editoradraco.com/2015/07/02/samurais-x-ninjas/" target="_blank">Já está em pré-venda</a> a coletânea <b>"Samurais x Ninjas"</b>, organizada por Eduardo Krasse e Erick Cardoso, que será publicada pela <a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Editora Draco</a>, e que conterá um conto meu, <i>"A Sombra na Cerejeira"</i>.<br />
<br />
O lançamento será realizado durante o <a href="http://www.animefriends.com.br/" target="_blank">Anime Friends 2015</a>, nos dias 10, 11, 12, 17, 18, e 19 de julho de 2015, no Campo de Marte (SP).<br />
<br />
Mais informações no<a href="http://blog.editoradraco.com/2015/07/draco-no-anime-friends-2015/" target="_blank"> blog da Editora Draco</a>.<br />
<br />
Vejo vocês lá!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-12652289729736546082015-05-28T13:15:00.000-03:002015-10-15T17:19:00.176-03:00Planejando o Planejamento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidE8prLWhmVMTIxcZlpAjm27-2NvQ5A6Cckv8m19QHl7XyNPmtsZ8TAEzs-UGfk-ODlA-4eDgemCCdwmuKYYsM4MN8dLTQ-IorV5_5KFxWBSS6eU7aSbsM5Vp8wzA_YDiFmeLyag/s1600/jsw_paper_avalanche.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidE8prLWhmVMTIxcZlpAjm27-2NvQ5A6Cckv8m19QHl7XyNPmtsZ8TAEzs-UGfk-ODlA-4eDgemCCdwmuKYYsM4MN8dLTQ-IorV5_5KFxWBSS6eU7aSbsM5Vp8wzA_YDiFmeLyag/s400/jsw_paper_avalanche.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Muito bem, se eu consegui te convencer, através da <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/search/label/planejamento" target="_blank">série de artigos sobre as estruturas básicas de um romance</a>, que é importante realizar um planejamento prévio para a sua obra, imagino que você deva estar com a cabeça formigando neste momento, cheio de dúvidas. A principal delas deve ser:<br />
<br />
<i>"Como fazer meu planejamento de forma eficiente, de modo a não ser soterrado por informações?"</i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivMP-NKURwaJ6W_HcwQSTfrM3LHTvSC7BppN_34RpwxCvjP1JcJhkwuGzXpWpxdAsZPWg140HvJ8JYg2KOi_Pmv3aPfQK3rLB8vuML8gjWwlraxE42h8R6czYBplOg1cMRi9nTng/s1600/How-do-you-know-that.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivMP-NKURwaJ6W_HcwQSTfrM3LHTvSC7BppN_34RpwxCvjP1JcJhkwuGzXpWpxdAsZPWg140HvJ8JYg2KOi_Pmv3aPfQK3rLB8vuML8gjWwlraxE42h8R6czYBplOg1cMRi9nTng/s320/How-do-you-know-that.gif" width="320" /></a></div>
Há muitas técnicas e ferramentas para isso. Qual delas você vai escolher é uma decisão pessoal. Há quem anote tudo em um caderninho. Há quem forre a parede com post-it's. Há quem faça um catálogo repleto de fichas cartonadas. Há quem prefira usar um software dedicado como o <a href="https://www.literatureandlatte.com/scrivener.php" target="_blank">Scrivener</a>, <a href="https://www.celtx.com/index.html" target="_blank">Celtx</a> ou <a href="http://www.spacejock.com/yWriter5.html" target="_blank">yWriter</a>. A escolha é sua.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcTpRW1WbFk4zGkqGNEjrRlfeQ1CitOMR4LeGrSkkKCsI6iW_6918bTPHeINklnCXWij3aXa_fPQRceIv2xzosn7Umzy1NxS-RW2cQTU1ixGU35U1HzUlZk5tD3YMYXvjOXCqd9g/s1600/1892.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcTpRW1WbFk4zGkqGNEjrRlfeQ1CitOMR4LeGrSkkKCsI6iW_6918bTPHeINklnCXWij3aXa_fPQRceIv2xzosn7Umzy1NxS-RW2cQTU1ixGU35U1HzUlZk5tD3YMYXvjOXCqd9g/s320/1892.gif" width="320" /></a></div>
O importante é que esse planejamento seja feito, e que seja organizado o suficiente para poder ser acessado, referenciado e alterado a qualquer momento durante a realização do livro. É nele que você se guiará quando for sentar para escrever. É a ele que você vai recorrer quando estiver empacado. Ele será seu porto seguro nos momentos de desespero e a pedra fundamental sobre a qual sua obra se sustentará.<br />
<br />
Em meu livro "<a href="http://www.amazon.com.br/Scrum-para-Escritores-Alexandre-Heredia-ebook/dp/B00YAMXEZ2" target="_blank">Scrum para Escritores</a>" o planejamento prévio é essencial para o funcionamento da metodologia. Lá eu sugiro que seja criado um documento, chamado, obviamente, de "Documento de Planejamento", onde serão colocados todos os elementos estruturais básicos já especificados anteriormente, assim como o primeiro esboço da história que será escrita.<br />
<br />
Para que possam compreender melhor, estou disponibilizando um modelo deste documento para download, com todos os elementos necessários e instruções de preenchimento. Este modelo funciona muito bem em conjunto com as práticas e técnicas explicadas no livro "<a href="http://www.amazon.com.br/Scrum-para-Escritores-Alexandre-Heredia-ebook/dp/B00YAMXEZ2" target="_blank">Scrum para Escritores</a>", mas nada impede que seja utilizado de forma independente.<br />
<br />
<b><a href="https://drive.google.com/file/d/0B076kv9n00vHSlZ1b3Ytb2hWN1E/view?usp=sharing" target="_blank">Clique aqui para baixar o modelo de documento de planejamento de sua obra</a></b><br />
<br />
Este é o método que eu uso em meu trabalho, e funciona muito bem para mim. Como eu disse, a maneira que você organizará seu planejamento é uma escolha pessoal. O importante é que seja feito, e que os elementos necessários para você realizar seu trabalho estejam contemplados.<br />
<br />
Você vai ver que, fazendo o planejamento de forma meticulosa e ponderada, a realização de seu livro ficará muito mais simples, e as chances de você empacar ou perder o controle de sua história irão diminuir drasticamente. Faça uma experiência.<br />
<br />
<hr />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHPvAz0ngFeUjmX7K2pC4HqJaobO3wRPdtrX05dUcoCtcWt5rb-c6d811qy_BP5iW68Ov_-wV8zWQEWKm6cUmZP9a3UuHqUP8epzLzvN99V-cys63Thspe6liJvwnkVdl8HLqyTA/s1600/capa.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHPvAz0ngFeUjmX7K2pC4HqJaobO3wRPdtrX05dUcoCtcWt5rb-c6d811qy_BP5iW68Ov_-wV8zWQEWKm6cUmZP9a3UuHqUP8epzLzvN99V-cys63Thspe6liJvwnkVdl8HLqyTA/s200/capa.png" width="136" /></a><br />
<br />
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<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-79776879077228914872015-05-26T12:50:00.000-03:002015-05-28T13:05:58.217-03:00Encerrando o Planejamento e Iniciando a Produção<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggSIj867GQ7x1C-c2BC-7nga0Mw6xD6XQOzezJDmqtDXSEW0BjQYiK_vfOUwLZBcttCVOmFgbSB7RShj4haPzFioyenv-xrL9jcd-NV-cwxPyV7vW9w2Wo1u7pHrjIbKcXgjA88w/s1600/its-a-trap-pun-its-a-wrap-admiral-ackbar-star-wars-1363199217Z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggSIj867GQ7x1C-c2BC-7nga0Mw6xD6XQOzezJDmqtDXSEW0BjQYiK_vfOUwLZBcttCVOmFgbSB7RShj4haPzFioyenv-xrL9jcd-NV-cwxPyV7vW9w2Wo1u7pHrjIbKcXgjA88w/s400/its-a-trap-pun-its-a-wrap-admiral-ackbar-star-wars-1363199217Z.jpg" width="400" /></a></div>
E chegamos ao último artigo da série. Durante as últimas semanas discorremos sobre os elementos estruturais fundamentais de uma história, aprendemos a identificá-los, catalogá-los, e a melhor maneira de organizá-los, de modo a criar um planejamento eficiente para a sua obra. É hora de uma breve recapitulação.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_Jn_ja9EpKHTrELIBhNnNIdv4dxm994RfHwt1auLEbuZu1GsRURZg0bmJ2yjVpe4Vsh4Easauk-ciLuqvAGKPy8LF9fOEV1BYQYqtF4xlveviSUMksNmBvymGvgeSGhTXuBUsiQ/s1600/022.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_Jn_ja9EpKHTrELIBhNnNIdv4dxm994RfHwt1auLEbuZu1GsRURZg0bmJ2yjVpe4Vsh4Easauk-ciLuqvAGKPy8LF9fOEV1BYQYqtF4xlveviSUMksNmBvymGvgeSGhTXuBUsiQ/s320/022.gif" width="320" /></a></div>
Se você acompanhou toda a série até aqui, deverá ter em mãos os seguintes elementos básicos para a sua história:<br />
<ul>
<li><b><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">TEMA</a>: </b>Algo que resuma a grosso modo o assunto principal de seu livro, sobre o que ele falará ao leitor. Este tema deverá permear toda a narrativa, mesmo que não seja explicitado. Deverá ter no máximo 2 ou três palavras, e ainda não deverá mencionar nenhum detalhe da trama. Ex.: Desilusão amorosa, vingança, intolerância, ganância, etc.</li>
<li><b><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">CONCEITO</a>: </b>Uma série de questionamentos e especulações que geram novos questionamentos, e que irão instigar a criação de uma história para que eles sejam respondidos Ex.: "E se o mundo fosse acabar amanhã?", "E se descobríssemos a humanidade não passa de um experimento social alienígena?", etc.</li>
<li><b><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">PREMISSA:</a> </b>Um resumo do início de sua trama, apresentando o protagonista, o cenário e o primeiro ponto de virada. Ex.: "Soldado volta para casa depois da guerra e descobre que seu irmão gêmeo tomou seu lugar durante sua ausência, sem que sua esposa desconfiasse.", "Programador cria um algorítimo de inteligência artificial que foge do controle, e dá vida à internet.", etc.</li>
<li><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-dupla-triade-do-personagem-unico.html" target="_blank"><b>PERSONAGENS:</b></a> Primários (protagonistas e antagonistas), Secundários (coadjuvantes) e Terciários (de apoio). Pelo menos os primários devem estar bastante detalhados (tridimensionais).</li>
<li><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" target="_blank"><b>ESTRUTURA:</b></a> Uma trama de quatro atos, com a <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" target="_blank">Apresentação (1º ato)</a>, a <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" target="_blank">Resposta (2º ato)</a>, o <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-terceiro-ato-o-ataque.html" target="_blank">Ataque (3º ato)</a> e a <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-quarto-ato-resolucao.html" target="_blank">Resolução (4º ato)</a>, todos bem delineados, com descrição dos pontos de virada, pontos de pressão, momentos-chave e encerramento.</li>
</ul>
<div>
Não é pouca coisa. Com todos esses elementos já é possível começar a redigir a sua história, com grandes chances de chegar até o final com um primeiro rascunho bastante decente. Ainda não há nenhuma garantia, mas você já tem mais chances de efetivamente terminar seu livro do que se tivesse optado pela alternativa intuitiva.</div>
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Uma coisa importante sobre o planejamento: ele não é, e nem deve ser, algo engessado, escrito em pedra. Seu planejamento deve ser uma linha de base, um guia inicial que irá mostrar o caminho que você tentará percorrer durante a realização de sua obra. Mas isso não significa que, caso algo excepcional ocorra no meio do processo, tudo não possa seja alterado. Coadjuvantes podem virar protagonistas. Personagens podem desaparecer e outros serem criados. Arcos dramáticos e subtramas, que pareciam boas ideias durante o planejamento, mas se mostraram fracos durante a execução, podem ser alterados de maneira radical, ou mesmo subtraídos. Até o tema pode mudar. Nada é definitivo, sobretudo em criação artística. A diferença é que você será muito mais capaz de identificar esses problemas - e alterá-los durante a execução - do que os escritores intuitivos, que precisarão passar por incontáveis revisões e reescritas do texto para o mesmo fim. É uma questão de eficiência. Isso de forma alguma depõe contra a realização de um planejamento prévio. Planejar uma obra é uma prática recomendável, que poderá auxiliá-lo na realização de seu livro em muito menos tempo que o considerado método "normal". </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK1OIABw3-yJ9hkX_i8Z75Y_jymiJlpr03hIsR4Bw7fCbfE26fNNrau76ILEME6xYcmKwIfKt0Q3hASdr8w308YbvIPtuNYovHiGO7V7BEn4Y04LVIZqk7WB8MtwPUdNY74X_kyQ/s1600/normal.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK1OIABw3-yJ9hkX_i8Z75Y_jymiJlpr03hIsR4Bw7fCbfE26fNNrau76ILEME6xYcmKwIfKt0Q3hASdr8w308YbvIPtuNYovHiGO7V7BEn4Y04LVIZqk7WB8MtwPUdNY74X_kyQ/s320/normal.gif" width="320" /></a></div>
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Mesmo assim nada garante que você conseguirá terminar seu livro. Sim, você estabeleceu a linha-base (ou planta-baixa, ou <i>blueprint</i>, ou qualquer analogia de engenharia que queira aplicar) e sabe qual o caminho deverá percorrer, mas caso não siga um MÉTODO de trabalho, nada disso será útil. É preciso criar autodisciplina e ter muita perseverança. Planejar diminui o estresse durante o processo de redação de sua história, mas não o trabalho. E o trabalho DE VERDADE começa agora. Tudo o que fizemos até este momento foi estabelecer as diretrizes básicas que toda história deve conter. Elas são o suficiente para começarmos, mas mesmo com elas em mãos ainda existem muitas chances de fracasso escondidas nos cantos. Sem um método claro e bem definido de trabalho, ainda corremos o risco de naufragarmos nessa tarefa hercúlea que é escrever um livro.</div>
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<br /></div>
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Mas como evitar isso?</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLqog-HocIdRMeQ-Ztx71lLclaW4nmA3FaVPNTCToG-Oq5mGivZidDCTC7g6TDtDNEZ5B9iiADSIsJU7I2AWxHmVAi-5udC0WBoNUVBjaZIs8EQhXKOJrwVUo5OiRyipYgnFsXyg/s1600/Tell-me-how-GIF.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLqog-HocIdRMeQ-Ztx71lLclaW4nmA3FaVPNTCToG-Oq5mGivZidDCTC7g6TDtDNEZ5B9iiADSIsJU7I2AWxHmVAi-5udC0WBoNUVBjaZIs8EQhXKOJrwVUo5OiRyipYgnFsXyg/s320/Tell-me-how-GIF.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">CALMA, CARA!</td></tr>
</tbody></table>
<div>
Há alguns anos tive acesso a uma metodologia de desenvolvimento de projetos chamada <b>Scrum</b>. E o que é o
Scrum? Scrum é uma metodologia ágil, muito utilizada para o desenvolvimento de
produtos complexos, e que está revolucionando o conceito de gerenciamento de projetos
no ambiente corporativo, sendo usada com alto grau de sucesso em
desenvolvimento de software. Mas isso não impede que seja utilizada em outras
áreas, especialmente em projetos criativos. Longe (mas muito longe!) de ser uma
mera formalização, o Scrum estabelece uma série de técnicas e práticas cujos
objetivos são "empurrar" você na direção de sua meta, seja ela um
programa de computador ou escrever um livro.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgztdofQfoLl1qhLzdF7VTbEVvkTAqZbiFLx96GPOamFk_8E9ntNL3FnIaH2lyuWynV6rnnRsrYVdnZ1UaSd1GnlO2CU7MHh6rrmh3fiHikJA_w6DKR90piCOkCR-PIi47F5uKsCw/s1600/250l8nd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="137" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgztdofQfoLl1qhLzdF7VTbEVvkTAqZbiFLx96GPOamFk_8E9ntNL3FnIaH2lyuWynV6rnnRsrYVdnZ1UaSd1GnlO2CU7MHh6rrmh3fiHikJA_w6DKR90piCOkCR-PIi47F5uKsCw/s320/250l8nd.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estou chegando lá.</td></tr>
</tbody></table>
Tendo utilizado o Scrum (e me certificado como <i>Scrum Master</i> pela <a href="https://www.scrumalliance.org/" target="_blank">Scrum Alliance</a>) no desenvolvimento de diversos projetos, sou testemunha da eficiência deste método. Hoje é possível prever com alto grau de confiabilidade quanto tempo determinado projeto levará, qual o esforço necessário, sem demandar sacrifícios insanos da equipe ou tirar deles o prazer da criação.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWh0BDvzjI7dW77rA37dAUoMTT8h_gDVMbqwkMfQCmiaq_TDIVFSkQE57V98_YCoKoM6WGaD3xzlG3XdhaUjLMny4u_1ITZjbaw74SAgE7B5wfJjdINxf63Ap4o526F42U6szMKw/s1600/capa.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWh0BDvzjI7dW77rA37dAUoMTT8h_gDVMbqwkMfQCmiaq_TDIVFSkQE57V98_YCoKoM6WGaD3xzlG3XdhaUjLMny4u_1ITZjbaw74SAgE7B5wfJjdINxf63Ap4o526F42U6szMKw/s320/capa.png" width="218" /></a>Foi quando percebi que, caso fosse adaptado da maneira correta, o Scrum poderia ser utilizado de forma bastante eficiente no exercício da criação literária. E foi exatamente isso o que eu fiz. Munido tanto de meu conhecimento dos elementos narrativos (que expus nessa série de artigos) quanto de minha experiência de mais de 15 anos em projetos de desenvolvimento de software, escrevi um livro chamado <b><i>Scrum para Escritores</i></b>, que está disponível em format e-book Kindle a partir de hoje na Amazon, e que você pode adquirir clicando <a href="http://www.amazon.com.br/Scrum-para-Escritores-Alexandre-Heredia-ebook/dp/B00YAMXEZ2/" target="_blank">AQUI</a>.</div>
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Utilizando todos os conhecimentos sobre estrutura narrativa aqui apresentados, em conjunto com técnicas e práticas ágeis do Scrum, a tarefa de escrever um livro será muito menos um sacrifício, e muito mais um prazer, levando uma fração do tempo necessário (em comparação com o método intuitivo) e reduzindo drasticamente a quantidade de revisões e reescrituras necessárias para alcançar uma obra do jeito que você planejou.</div>
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Neste livro você aprenderá:</div>
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<ul>
<li>O que é Scrum e como ele pode ajudá-lo(a) a escrever seu livro;</li>
<li>Como planejar e organizar a sua produção, impedindo bloqueios e atrasos desnecessários;</li>
<li>Técnicas e práticas que irão auxiliá-lo(a) na criação de seu livro, mas sem abrir mão do prazer e da satisfação, essenciais para qualquer produção artística;</li>
<li>Terminar sua história de maneira coerente e, sobretudo, publicável;</li>
<li>Como preparar seu original para ser apresentada para editoras de forma profissional, aumentando suas chances de publicação.</li>
</ul>
<div>
Sei que muitos de vocês torcem o nariz quando sugerimos a aplicação de metodologias para a criação artística, com medo de engessar a produção e cair no arcabouço de obras formulaicas e pouco originais, mas eu afirmo que isso não pode estar mais distante da realidade. Como eu demonstrei nos artigos dessa série, mesmo a história mais original do mundo ainda dispõe dos mesmos elementos estruturais básicos, e é a perfeita coordenação destes elementos que os transformam em uma obra potencialmente inesquecível. Aplicar uma metodologia não significa que esses elementos serão utilizados sempre da mesma maneira, apenas que eles DEVERÃO ser utilizados, e até mesmo subvertidos, transformados ou evoluídos se for o caso. Aplicar uma metodologia ao processo criativo não irá tolher sua criatividade, apenas direcioná-la para o que realmente interessa, que é criar uma história espetacular, que sobreviverá ao teste do tempo.</div>
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Então por que não dar uma chance? Garanto que você não vai se arrepender.</div>
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<b><span style="font-size: large;"><a href="http://www.amazon.com.br/Scrum-para-Escritores-Alexandre-Heredia-ebook/dp/B00YAMXEZ2/" target="_blank">Clique aqui e adquira já o seu exemplar!</a></span></b><br />
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E com esse anúncio esta série chega ao fim, mas seu trabalho está apenas começando. Caso tenha alguma dúvida ou sugestão, sejo com relação à estruturas narrativas ou mesmo sobre o Scrum, poste um comentário aqui embaixo. Ou mande uma mensagem por <a href="mailto:alexandre.heredia@gmail.com" target="_blank">e-mail</a>, <a href="https://www.facebook.com/alexandre.heredia" target="_blank">Facebook</a> ou <a href="https://twitter.com/aleheredia" target="_blank">Twitter</a>. Prometo que tentarei responder a todos.</div>
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Um grande abraço!</div>
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<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o décimo primeiro de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sexto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sétimo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o oitavo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o nono <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-terceiro-ato-o-ataque.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o décimo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-quarto-ato-resolucao.html" target="_blank">aqui</a>.</i></div>
<div>
<br /></div>
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<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -.25in;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-55084694435509223672015-05-22T13:32:00.001-03:002015-05-28T13:06:07.840-03:00O Quarto Ato: A Resolução<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBvbYmlj0Co8v8YJOoH86HawblEKe3NpUDQGhqTafMn8_hMKo6qOWpQtY6ckikeWOb9GABdIRkpOCxgBvqKhL6R7tiVmLf96dRV7a7rQKrv-sxyH3ldEf2l99e23AKad2hIiyZTw/s1600/writing-process-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBvbYmlj0Co8v8YJOoH86HawblEKe3NpUDQGhqTafMn8_hMKo6qOWpQtY6ckikeWOb9GABdIRkpOCxgBvqKhL6R7tiVmLf96dRV7a7rQKrv-sxyH3ldEf2l99e23AKad2hIiyZTw/s400/writing-process-2.jpg" width="400" /></a></div>
Encerrar uma história nunca é fácil. Se a maioria dos iniciantes costuma patinar logo no <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" target="_blank">Primeiro Ato</a>, tanto eles quanto escritores mais experientes sofrem na hora de dar um ponto final para a sua trama. Há muitas variáveis em jogo, muitas possibilidades para errar, muitas tentações que surgem na ansiedade de finalizar aquele trabalho que te ocupou pelos últimos meses ou anos. Daí surgem resoluções fáceis, preguiçosas, incoerentes e, em grande parte, insatisfatórias.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4duXtjbBC3qITMONlutyT27McyHneANjEa4TAPzEtwAg0hvBd1-y0uPSgOQsr3Z6xGFqVonhROwNuFoe1RGzBFQ0gFiLNOcZWrUSfu9tt7JOkRBLWr55CI3BjTFdaUAls0ZK8jg/s1600/7195046.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4duXtjbBC3qITMONlutyT27McyHneANjEa4TAPzEtwAg0hvBd1-y0uPSgOQsr3Z6xGFqVonhROwNuFoe1RGzBFQ0gFiLNOcZWrUSfu9tt7JOkRBLWr55CI3BjTFdaUAls0ZK8jg/s320/7195046.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meh...</td></tr>
</tbody></table>
Este é um grande pecado. Um final nunca deve ser insatisfatório. Na verdade ele precisa ser NO MÍNIMO satisfatório. Claro que sempre miramos alto, sempre queremos que nossos finais sejam bombásticos, impressionantes, inesquecíveis, etc. Mas, para alcançarmos esse grau, é essencial que ele seja, de novo, no mínimo satisfatório ao leitor.<br />
<br />
E o que é um final satisfatório? O mocinho derrota o bandido, beija a mocinha e juntos cavalgam na direção do sol poente? Pode ser. Mas também pode ser uma reviravolta que subverte todas as expectativas criadas nos atos anteriores. Pode ser o trágico sacrifício final do protagonista. Um final satisfatório não precisa ser necessariamente um final feliz. Pode ser que a resolução gere implicações catastróficas. Pode até ser que o antagonista vença.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQUuKZg7LndQeBSLBDsf6LOOaCQ-KAyWGYWaXsfgMucPymFo9-tw9fhWJ0zGbZVvN_lAumXsgwKY3Q15g4O2Zi7xYgYViI16lVyGrNZgznFVR006lBrW1Knl-Rb5aN60EurS5eqg/s1600/200.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQUuKZg7LndQeBSLBDsf6LOOaCQ-KAyWGYWaXsfgMucPymFo9-tw9fhWJ0zGbZVvN_lAumXsgwKY3Q15g4O2Zi7xYgYViI16lVyGrNZgznFVR006lBrW1Knl-Rb5aN60EurS5eqg/s320/200.gif" width="320" /></a></div>
Na verdade, não importa <i>como</i> sua história irá terminar. O que importa é que, quando o leitor fechar seu livro pela última vez, ele deverá levar sua história com ele para sempre. Pode ser na forma de um questionamento incitante, uma nova ideia ou uma memória afetiva pelos personagens e/ou trama. Qualquer sentimento que não seja indiferença. Pode ser até mesmo raiva, desde que seja pelo que aconteceu na história, não de você. Algo precisa permanecer com ele após a leitura. É essa a satisfação que ele estava buscando quando começou o livro, e prover esse sentimento é sua responsabilidade. Não fuja dela.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7C7IG9KNG4Xsy7Y7WNevwSa46b5khYLICSrKyA-l9MTqpFIGJ5_gzA-FbXsBs490Nx69k0HOz4zcs6foK5xH4lMgHJ9Mmng0H1HQ1NbHjsQV0SzEz_ka5qF4h6SiUfIXMu0z0Q/s1600/cdXS2hk.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7C7IG9KNG4Xsy7Y7WNevwSa46b5khYLICSrKyA-l9MTqpFIGJ5_gzA-FbXsBs490Nx69k0HOz4zcs6foK5xH4lMgHJ9Mmng0H1HQ1NbHjsQV0SzEz_ka5qF4h6SiUfIXMu0z0Q/s320/cdXS2hk.gif" width="320" /></a></div>
E como conseguir esse efeito no ato de encerramento? Bom, alguns elementos precisam se fazer presentes:<br />
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<ul>
<li><b>Encerramento do arco dramático do protagonista: </b>Esse é essencial. O protagonista deverá sair da história diferente de como entrou. Ele deverá aprender algo, evoluir. Deverá enfrentar os demônios interiores e exteriores e superá-los de alguma maneira. Mesmo que no final o mundo esteja salvo e todos retornem à vida "normal" antes da crise, ele deverá sair modificado. Se a série de eventos narrados pelo livro não causou um grande impacto na vida do protagonista, como você espera que irá impactar na do leitor?</li>
<li><b>Encerramento da trama principal: </b>O drama principal deve ser resolvido, para o bem ou para o mal. Não importa se seu livro terá continuações ou fará parte de uma decalogia. A trama principal daquele volume deverá ser resolvida, mesmo que essa resolução impacte nos próximos livros. Aliás, se este for o caso, é importante que isso ocorra. </li>
<li><b>Exposição do Tema: </b><a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Lembra-se quando falamos sobre o Tema da história?</a> É neste ponto que ele se fará mais presente (mesmo tendo permeado toda a trama). É aqui que o leitor deverá ser tocado pela mensagem implícita em sua história, compreender a consequência de certo raciocínio ou ação. Não precisa ser algo explícito, mas precisa ser sentido de alguma maneira. Esse talvez seja o ponto mais importante a ser levado em conta.</li>
</ul>
<br />
Só tudo isso. Como eu disse, não é uma tarefa fácil. A boa notícia é que, como ainda estamos fazendo o planejamento da obra, sabemos o que precisamos fazer. Olhe para trás por um instante e veja tudo o que você tem à sua disposição: Você tem um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Tema</a>, um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">Conceito</a>, uma <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">Premissa</a>, <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-dupla-triade-do-personagem-unico.html" target="_blank">Personagens tridimensionais</a> e uma <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" target="_blank">Estrutura</a> bem definida, com um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" target="_blank">Primeiro Ato</a> sólido, um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" target="_blank">Segundo Ato</a> dramático e um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-terceiro-ato-o-ataque.html" target="_blank">Terceiro Ato</a> poderoso. Tudo isso irá tornar a sua tarefa de encontrar o final perfeito um pouco mais fácil.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWecKumjW2IBneVxd9MaNP1HH0FbBpixXHDnkADd8OhZ9Jd2a5ulsQACYQEvBsb1Rn0X2AqPYvpk60_gR3aF7qVUHk5OXZyy5evNiHhwvY3JFoKJimV5Dmva6dpB56Lgj2tcpI1A/s1600/would-we-actually-enjoy-a-super-villain-movie-328294.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWecKumjW2IBneVxd9MaNP1HH0FbBpixXHDnkADd8OhZ9Jd2a5ulsQACYQEvBsb1Rn0X2AqPYvpk60_gR3aF7qVUHk5OXZyy5evNiHhwvY3JFoKJimV5Dmva6dpB56Lgj2tcpI1A/s320/would-we-actually-enjoy-a-super-villain-movie-328294.gif" width="320" /></a></div>
Mas ainda há diversas armadilhas a se evitar nesse processo. Todo cuidado é pouco. Então, quando estiver delineando o encerramento de sua história, preste atenção para evitar alguns erros comuns nessa fase:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Deus ex machina: </b>Esse é o mais conhecido, mas mesmo assim muitas vezes acabamos encontrando em diversas histórias. Evite soluções que não foram apresentadas ou mesmo prenunciadas nos atos anteriores. Não introduza novos personagens ou elementos neste momento. A solução deve estar permeada na trama, só se fazendo clara no momento crucial. Se você não sabe como resolver o arco dramático principal, é porque precisa voltar e repensar toda sua história.</li>
<li><b>Protagonista como "mera testemunha": </b>Esse é mortal. Seu protagonista não deve apenas fazer parte da solução do conflito, ele deve ser a parte essencial. Caso contrário ele não será o protagonista. Serão suas ações, atitudes e ideias que irão encerrar a história. E ele não deve de maneira alguma ser resgatado. Se alguém resgata alguém aqui é ele. Não enfraqueça seu personagem logo no momento culminante de sua história. Você preparou todo o palco para aquele momento. Permita que ele brilhe.</li>
<li><b>Soluções "mágicas" (note as aspas) ou incoerentes: </b>Sua história não precisa seguir a lógica do mundo real, mas precisa ter uma lógica interna. Se em seu mundo dois mais dois é igual a cinco, o resultado não pode ser quatro no ato final apenas "porque sim". A resolução precisa fazer sentido, e deve ser o resultado das ações e reações dos personagens. Do contrário você somente atirará no lixo tudo o que veio antes deste final. Invalidará toda a luta do protagonista, diluirá todo o drama e destruirá tudo o que foi construído até então. Nada desrespeita mais o seu leitor do que isso.</li>
</ul>
<br />
Outra coisa importante: você não precisa atar todas as pontas soltas de sua trama, apenas as principais. Isso é importante especialmente caso seu livro venha a ter uma continuação ou faça parte de uma saga. Você pode deixar algumas perguntas sem resposta, desde que isso não invalide a resolução principal. Essas pontas podem criar um questionamento interessante, um "E se..." no canto do cérebro do leitor, que irá assombrá-lo por muito tempo.<br />
<br />
E finais abertos. Eu adoro, mas é algo que precisa ser feito com muito cuidado. Existe um abismo entre um final aberto e uma história sem final. Sua história PRECISA terminar. Um final aberto deve ser uma consequência posterior à resolução da trama principal, que não será narrada. Um imenso "E agora?" pulsando na cabeça de seu leitor. Pode ser um gancho para uma continuação, mas não precisa ser necessariamente isso. Pode ser a compreensão das consequências da resolução no futuro dos personagens, ou mesmo do mundo no qual a história está inserida. Um final aberto deve ser um questionamento sem uma resposta simples, que permanecerá após o ponto final. Quando bem feito o resultado é espetacular. Caso contrário, de novo, só gerará frustração.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNIehnwBWtiz_u64QqlpOMv9jWAClPbSrkINUdDtWIZLzIi-Zw_UbtbXoPheD9w9TXCl-98exR2vWcnJCsrGL1O7F9tydYHd2JIHFvplipUTLZQrscX8dhddPgFOEVQlnVrQYhmQ/s1600/436031.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="169" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNIehnwBWtiz_u64QqlpOMv9jWAClPbSrkINUdDtWIZLzIi-Zw_UbtbXoPheD9w9TXCl-98exR2vWcnJCsrGL1O7F9tydYHd2JIHFvplipUTLZQrscX8dhddPgFOEVQlnVrQYhmQ/s320/436031.gif" width="320" /></a></div>
Ufa! Como eu disse, não é fácil. Mas, se você acompanhou todo o processo, desde sua concepção até aqui, tenho certeza que o trabalho será menos doloroso e as chances de sucesso maiores. Não há nenhuma garantia, é claro, mas você já tem os subsídios mínimos necessários para começar a efetivamente redigir sua história. Você já sabe o caminho que irá percorrer, já planejou cada elemento. Com quase certeza haverá surpresas e mudanças de rumo, mas a diferença é que você agora sabe o que mudar, e por quê.<br />
<br />
No próximo artigo irei explicar como organizar todas essas informações de maneira coerente, criando um guia que irá acompanhar todo o processo criativo, justificando todo esse trabalho prévio e auxiliando na realização desta tarefa maravilhosa que é criar uma história. Estamos na reta final do planejamento, mas apenas começando a jornada da criação. Não esmoreça agora.<br />
<br />
Até lá.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o décimo de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sexto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sétimo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o oitavo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o nono <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-terceiro-ato-o-ataque.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-65928318496150870972015-05-20T15:49:00.001-03:002015-05-28T13:06:17.941-03:00O Terceiro Ato: O Ataque<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoUnqewEH7C3yC1GxHl_83BNtI18Q35t9hPU1wHpiHkHpZODpuEvAnO2hQq55vdp9-HGXfaffCxfACx5_UhoTHPfkrBxdah2JBtpYhNEAvNalGVhVBG4Lq7mjGdrlAXu8eTtcz6A/s1600/Focused_Eyes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoUnqewEH7C3yC1GxHl_83BNtI18Q35t9hPU1wHpiHkHpZODpuEvAnO2hQq55vdp9-HGXfaffCxfACx5_UhoTHPfkrBxdah2JBtpYhNEAvNalGVhVBG4Lq7mjGdrlAXu8eTtcz6A/s400/Focused_Eyes.jpg" width="400" /></a></div>
Chega.<br />
<br />
Seu protagonista já sofreu o suficiente. Chegou no seu limite. Se passar desse ponto e não houver uma nesga sequer de esperança, ele vai quebrar. Vai enlouquecer. Vai desistir. E com ele, sua história. Algo deve acontecer no Ponto Intermediário, que encerra o <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" target="_blank">Segundo Ato</a>, que promoverá uma mudança em sua atitude. Pode ser uma nova informação importante, o descobrimento de uma arma especial, ou até mesmo uma epifania. Mas é preciso dar algo para que ele consiga se reerguer. Que possa voltar a lutar. Sair da defensiva e partir para o ataque.<br />
<br />
Isso significa o fim de seu sofrimento? Claro que não. Ainda haverá dor, sacrifício e desespero pela frente. A diferença é que agora o protagonista não está apenas respondendo aos dramas que são atirados em sua direção. Agora ele está agindo, lutando pela resolução da trama, para encerrar a jornada de uma vez por todas, para o bem ou para o mal. Não será um caminho fácil. O antagonista irá sempre tentar reverter a situação, e na maioria das vezes será bem sucedido em seu intento. Mas o protagonista já saiu das cordas e há uma esperança, por menor que seja, de virar o jogo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhexMDXyGs4JgmUYtLndMPbVwzz3iWH4AZPQxNVZ3wuvIrnWXUtiPh6I8pqZk2DN-HouxFN8zpAtTwMUDkA0IG2Pc2HP3psE7RPoo3erYU6MUxPEJdApUj7bN1IoT87edQWVgmvQ/s1600/rocky4.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhexMDXyGs4JgmUYtLndMPbVwzz3iWH4AZPQxNVZ3wuvIrnWXUtiPh6I8pqZk2DN-HouxFN8zpAtTwMUDkA0IG2Pc2HP3psE7RPoo3erYU6MUxPEJdApUj7bN1IoT87edQWVgmvQ/s320/rocky4.gif" width="320" /></a></div>
A diferença clara entre o segundo e o terceiro ato é postural. No segundo ato seu protagonista é apenas humano, reagindo e respondendo aos problemas e tragédias que são atirados em seu caminho. No terceiro ato ele deixa de ser um mero espectador e se torna um agente modificador da trama. Suas escolhas e atitudes devem refletir isso. Ele pode até morrer no processo, mas não será uma vítima. Ele será um herói.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcyKtr0dCmcvyjSeXRSRToN7jgCBGdroYHXZS3nmpKKIQ6oBl04G3xI_7jrn4-vDhKIWiAhg0m_wxPSr7lxjD5_0EQ3kwRuPvqZjMkuAjhu1fL_VmNYwm3qGtW-zjgz9X5Z-tZ0g/s1600/53230280-c419-0132-9a5c-0e01949ad350.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcyKtr0dCmcvyjSeXRSRToN7jgCBGdroYHXZS3nmpKKIQ6oBl04G3xI_7jrn4-vDhKIWiAhg0m_wxPSr7lxjD5_0EQ3kwRuPvqZjMkuAjhu1fL_VmNYwm3qGtW-zjgz9X5Z-tZ0g/s320/53230280-c419-0132-9a5c-0e01949ad350.gif" width="320" /></a></div>
Quando digo um "herói", não é no sentido cartunesco do arquétipo. Pode até ser, mas não se limita a essa definição. Ele não precisa ser um super-herói. Nem mesmo um herói para a humanidade. Talvez não seja um herói para ninguém além de si mesmo. Mas ele precisa ser um herói para a sua trama, para a jornada que está inserido, seja ela qual for. Um protagonista não pode ser uma mera testemunha. Ele deve ser o responsável direto pela resolução da trama, que ocorrerá no próximo ato. E para isso deverá superar seus próprios medos, traumas, demônios interiores, além de todas as dificuldades que são atiradas contra ele.<br />
<br />
E haverá dificuldades. Aproximadamente no meio do terceiro ato deverá acontecer o Segundo Ponto de Pressão. Da mesma maneira que o primeiro, no ato anterior, algum evento acontecerá que irá relembrá-lo da presença do antagonista, e o que está em jogo no caso de uma derrota definitiva. Mas, diferente do primeiro ponto, que é uma fonte de desespero, desta vez essa pressão deverá motivá-lo. A água está batendo na sua bunda. Não há mais tempo para dúvidas. É hora de agir.<br />
<br />
E perder novamente.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjISgsSRlYvPgsh2oonGY-_LyW67taZ2xc2mfDnV_gIr-pQHnQuaNeld8bBqH9joVnwPh_tELnG4-2OtPZlQZYpGaE4JKsw-XQB_dsiJd5976hRIfHYPeIqQOLWcC-pTU82-eoCkw/s1600/tumblr_inline_mhpijvfUXx1qz4rgp.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjISgsSRlYvPgsh2oonGY-_LyW67taZ2xc2mfDnV_gIr-pQHnQuaNeld8bBqH9joVnwPh_tELnG4-2OtPZlQZYpGaE4JKsw-XQB_dsiJd5976hRIfHYPeIqQOLWcC-pTU82-eoCkw/s320/tumblr_inline_mhpijvfUXx1qz4rgp.gif" width="320" /></a></div>
Neste momento pode acontecer o que eu chamo de uma cena "Tudo está perdido" (ou, em bom latim: "Fodeu, galera!"). Os planos deverão ser frustrados pelo antagonista, aparentemente eliminando toda e qualquer esperança de resolução. Nada mais resta além do desespero. Todas as tentativas anteriores deram com os burros n'água. A derrota final é inevitável. Vamos todos morrer. Me abraça.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqb5cJEOJNipKiS-ep7EIkw94itoYu2QkvastFsI-zczv-s3zoeVloTZJbORylMUh5r4W5FpC_j9JsEa9XFgwmDrm3KC8VUN4t7qGKt9Y5bgAfVRI3S6bBk6LiFwH64gBBOGu2A/s1600/y8IYlya.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqb5cJEOJNipKiS-ep7EIkw94itoYu2QkvastFsI-zczv-s3zoeVloTZJbORylMUh5r4W5FpC_j9JsEa9XFgwmDrm3KC8VUN4t7qGKt9Y5bgAfVRI3S6bBk6LiFwH64gBBOGu2A/s320/y8IYlya.gif" width="320" /></a></div>
MAS (e sempre tem um "mas"), caso você tenha feito direitinho sua lição de casa, terá espalhado pistas por todo os atos anteriores. Pistas de uma resolução para aquele problema aparentemente insolúvel. Pistas que, combinadas, criam um fiapo mínimo de esperança. Um último torpedo, disparado por um fazendeiro que costumava caçar ratos Womp na juventude em Tatooine, e treinado por um velho cavaleiro Jedi, que deverá acertar uma saída de exaustão de apenas dois metros de diâmetro e detonar a Estrela da Morte. Um plano insano, improvável, contra todas as probabilidades de sucesso. Mas também a última esperança. É em torno deste plano que ele deverá juntar suas últimas forças, jogar suas últimas fichas. Deverá juntar toda informação relevante que puder, cada artefato ou aliado que tiver disponível. É tudo ou nada.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK4AtCSB1Da7RSVfPqq5JUpsAwC2iEQfOzP4rRXa5ZaeTjN2-cdIrUsXNtx-8_4W8TjwOa8fjhT2LBi0W6CI47qWbLiXQenWgHAj5E7c13P1VMqnV8V9wrDHE3bmn2yRjy2vQY6w/s1600/tumblr_lj9ckdmP8I1qbratlo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK4AtCSB1Da7RSVfPqq5JUpsAwC2iEQfOzP4rRXa5ZaeTjN2-cdIrUsXNtx-8_4W8TjwOa8fjhT2LBi0W6CI47qWbLiXQenWgHAj5E7c13P1VMqnV8V9wrDHE3bmn2yRjy2vQY6w/s320/tumblr_lj9ckdmP8I1qbratlo1_500.gif" width="320" /></a></div>
Esse plano desesperado deverá se tornar claro no Segundo Ponto de Virada, onde algum evento ocorrerá e dará ao protagonista os subsídios para sua execução. É a última chance de inserir algum fator importante à trama, uma informação relevante ou mesmo algum elemento novo. O ideal é que este novo elemento surja em consequência dos outros apresentados anteriormente, ou que seja uma soma deles.<br />
<br />
Este ponto irá encerrar o terceiro ato e pavimentar o caminho para o quarto e último ato: a Resolução.<br />
<br />
Mas isso é assunto pro próximo artigo.<br />
<br />
Até lá.<br />
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o nono de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sexto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sétimo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o oitavo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-segundo-ato-resposta.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-18945918170800537502015-05-18T15:01:00.000-03:002015-05-28T13:06:26.264-03:00O Segundo Ato: A Resposta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALv4za0e2eZ40-sDSebMmpBRqQoCjep76ZqVylyQLTzh-NTQ59e7Fmy2laaci2TbbKmK9nqum8eqTSdDYqMW-3Srqwwwedn7w2fE_U8CcKQIyKoH9tOAaCl7XufJ7REx6XD8bKg/s1600/Desespero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALv4za0e2eZ40-sDSebMmpBRqQoCjep76ZqVylyQLTzh-NTQ59e7Fmy2laaci2TbbKmK9nqum8eqTSdDYqMW-3Srqwwwedn7w2fE_U8CcKQIyKoH9tOAaCl7XufJ7REx6XD8bKg/s400/Desespero.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
É hora de falarmos sobre sofrimento.<br />
<br />
Sofrimento de seu personagem, não o seu, bem entendido. E, como consequência, sofrimento para o seu leitor. É hora de sujar as as mãos. De vestir o chapéu do sádico e distribuir bordoadas.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi_1zVb5m4NGIYY0HHqFYpcSkFcgyfm5_jXVwK9WjVvF09GUbFPkQlKY9detm0pErWppyuzLmMTI2BTohMcA_wBNea_qnvioHbsKIuVQU4nZTOqhyphenhyphengEGQrqMTE2V7kYfjbBwxisQ/s1600/13752826.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi_1zVb5m4NGIYY0HHqFYpcSkFcgyfm5_jXVwK9WjVvF09GUbFPkQlKY9detm0pErWppyuzLmMTI2BTohMcA_wBNea_qnvioHbsKIuVQU4nZTOqhyphenhyphengEGQrqMTE2V7kYfjbBwxisQ/s320/13752826.gif" width="320" /></a></div>
Se você foi bem sucedido(a) na construção do <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" target="_blank">Primeiro Ato</a>, seu leitor sabe quem é o protagonista (ou protagonistas), por quê deve torcer por ele, onde a história se passa, o que está em jogo, culminando no Primeiro Ponto de Virada, onde um evento importante ocorre e coloca a trama nos trilhos. Agora não há mais volta. Algo precisa ser feito. Tudo o mais é relegado a segundo plano. O protagonista precisa agir.<br />
<br />
E fracassar. De preferência da maneira mais cruel e trágica possível.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWWXyrSDCkaRdmd5Lnkp7CtPE95xfEhDFpTfM9u029JiYDqATpjF5F30pqaENZQQs96vrOLD5-XSSAraL_qSI4VKZs0mMqFfIvX4FIVl75KVbAo4N-S649rvJEfSzV2f6uWHrp2Q/s1600/epicfail.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWWXyrSDCkaRdmd5Lnkp7CtPE95xfEhDFpTfM9u029JiYDqATpjF5F30pqaENZQQs96vrOLD5-XSSAraL_qSI4VKZs0mMqFfIvX4FIVl75KVbAo4N-S649rvJEfSzV2f6uWHrp2Q/s320/epicfail.gif" width="320" /></a></div>
Na vida real somos confrontados com decisões todos os dias. Algumas importantes, decisivas. Outras nem tanto. E somos obrigados a conviver com as consequências dessas decisões. Não há <i>savegame </i>nem <i>checkpoint </i>a qual recorrer no caso de uma catástrofe. Raramente alguma decisão equivocada pode ser revertida. Precisamos responder a essas mudanças de rumos.<br />
<br />
E como respondemos quando somos confrontados com um evento importante? Geralmente o primeiro impulso é se retrair. Dar um passo para trás, analisar a situação, recolher informações. Precisamos de subsídios para tomar uma decisão a respeito do próximo passo. E é isso que seu personagem, como simulacro verossímil de um ser humano, deve fazer. Não é hora de heroísmos ainda. Se uma pessoa aleatória vem e te dá um tapa na cara, sua primeira ação é se surpreender. Depois vai tentar compreender o porque você foi agredido. Quem é aquela pessoa? Por quê ela te agrediu? Será que eu mereci esse tapa? Como devo agir de modo a evitar que eu leve novos tapas daqui pra frente?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTl7bbcgIUv2M5x5pNYhy4Gu4Ohufa3GkJtFwo0CtdEWQC6BX3RFYKyH4vAXjKEKEzuvhOv6whXXegM-2do9kvdZY1zI1NtqpEZzF6h6Fn9COsv0kKWpbgqkPDaTamK5-zUm0f5Q/s1600/kungpow.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTl7bbcgIUv2M5x5pNYhy4Gu4Ohufa3GkJtFwo0CtdEWQC6BX3RFYKyH4vAXjKEKEzuvhOv6whXXegM-2do9kvdZY1zI1NtqpEZzF6h6Fn9COsv0kKWpbgqkPDaTamK5-zUm0f5Q/s1600/kungpow.gif" /></a></div>
Essa é a essência do segundo ato. Algo aconteceu no Primeiro Ponto de Virada. Algo importante, crucial. Algo que não pode ser ignorado, e o protagonista precisa lidar com isso. Lidar como? Ele ainda não sabe. Ele pode até saber quem é o responsável, mas ainda não compreende totalmente as suas motivações, nem sabe ao certo como resolver essa situação. Precisa de mais informações. Mas para conseguir essas informações, precisa garantir que continue no jogo. Para isso precisa se retrair, se reagrupar. Ele pode até tentar uma atitude desesperada (ou intuitiva) com o objetivo de resolver aquele problema, mas irá fracassar. Pelo bem de sua história, ele DEVERÁ fracassar. Até porque se sua tentativa funcionar, o antagonista é derrotado e a história acaba.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2Lp8E2rESBspANL_o2wcP6bAhyphenhyphen8TeDMCRk-3T2iDOQy-pYBayG_-1-rPpjxFtsYxkgh3qNJB-hGV2pIwrPf77PD_BcsPVAiuPMf338hHF1TByv63II3F5fnwnAhVGDH7HSQosyA/s1600/giphy.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2Lp8E2rESBspANL_o2wcP6bAhyphenhyphen8TeDMCRk-3T2iDOQy-pYBayG_-1-rPpjxFtsYxkgh3qNJB-hGV2pIwrPf77PD_BcsPVAiuPMf338hHF1TByv63II3F5fnwnAhVGDH7HSQosyA/s320/giphy.gif" width="320" /></a></div>
Não, ainda é muito cedo. Seu protagonista precisa sofrer. Ele precisa chegar ao fundo do poço, mas deverá cair aos poucos. E toda e qualquer tentativa de resolver seu problema apenas agravará a situação, o afastará ainda mais da resolução. Cada elemento da trama, cada nova informação relevante, servirá apenas para aumentar seu desespero. E é nesse desespero que irão aflorar seus medos, seus traumas, seus demônios interiores. É neste momento que conheceremos a fundo os personagens. Quem eles realmente são.<br />
<br />
Mas não podemos esquecer de nosso antagonista (ou força antagonista). Sua história deverá correr paralelamente à do protagonista. Seu plano aos pouco deverá se revelar. E ele, em perfeito contraponto, deverá ser bem sucedido. Haverá um momento, aproximadamente no meio do segundo ato, onde uma vitória sua se tornará o Primeiro Ponto de Pressão para o protagonista. Já sabemos o que está em jogo, e o protagonista não está conseguindo resolver a sequência de eventos que surgem depois do Primeiro Ponto de Virada. Eis que, de repente, tudo piora. O antagonista se aproxima cada vez mais de seu objetivo, e há consequências diretas para o protagonista. Podem ser trágicas, podem ser estratégicas, mas precisam existir. Se antes as coisas estavam ruins, agora estão desesperadoras.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVI3Hz0_yq9lC4O5lHs-FjLUQMDLovuZJWJrznIodKtsjmwZaNpc6gwhywCZ968c_GVPHnLsTN-h57gCs9XqrURcEOTI3OoEo0LUlZGYQQXC1oAE8FcYyy-XSZ_lVJ56Uxqr2_Eg/s1600/581953.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVI3Hz0_yq9lC4O5lHs-FjLUQMDLovuZJWJrznIodKtsjmwZaNpc6gwhywCZ968c_GVPHnLsTN-h57gCs9XqrURcEOTI3OoEo0LUlZGYQQXC1oAE8FcYyy-XSZ_lVJ56Uxqr2_Eg/s320/581953.gif" width="320" /></a></div>
Uma coisa importante precisa ser dita: todo e qualquer sofrimento que você atirar em seu protagonista deve ter um motivo, um contexto inerente à trama ou à construção dos personagens. Qualquer forma de sofrimento deve mover a trama para frente, seja acrescentando uma nova camada de drama, seja apenas criando uma nova motivação aos envolvidos. Criar sofrimento apenas como fetiche, gratuito e desnecessário (ou seja, que não impulsiona a trama de alguma maneira), é apenas <i><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Splatter_film" target="_blank">torture porn</a></i>. Sensacionalismo barato. Mesmo que determinada cena possa até parecer gratuita, ela deve gerar consequências, deve fazer sentido no plano geral da história. Caso contrário, é descartável. Lembre-se: estamos fazendo o planejamento justamente para evitar esse tipo de coisa. Preste atenção.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJSPKbjORvMVmgLwjxVKObqnamqDl0cRXwyIqXZ0TtgQrQllNhWdy_UM90EEJT4CfwkKED-m80Mqp_Y2XSA7v2QZo0GdrtcTu4rRUNJ6N99w1aQqFAgTvt86Ql1B93bT0SdPh-3g/s1600/ElJT9Gu.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJSPKbjORvMVmgLwjxVKObqnamqDl0cRXwyIqXZ0TtgQrQllNhWdy_UM90EEJT4CfwkKED-m80Mqp_Y2XSA7v2QZo0GdrtcTu4rRUNJ6N99w1aQqFAgTvt86Ql1B93bT0SdPh-3g/s1600/ElJT9Gu.gif" /></a></div>
Tudo isso culminará no Ponto Intermediário da trama. A grosso modo, no meio do livro. O Ponto Intermediário é bastante semelhante a um Ponto de Virada: algo ocorre - um novo evento, uma nova informação, uma epifania - e, de repente, todo o jogo muda novamente. Mas, desta vez, é algo aparentemente positivo, pelo menos para o protagonista. Surge uma luz no fim do túnel. Uma nesga de esperança, por mais ínfima e improvável que possa parecer. Mas esse evento se abrirá em um novo caminho - talvez uma resolução - para a trama. Deste momento em diante seu protagonista saberá o que precisa ser feito para resolver seu problema. Talvez até delineará seu plano.<br />
<br />
É hora de parar de ser um mero humano, apenas respondendo aos empecilhos da vida, e se tornar um Herói, alguém dono de seu destino, alguém capaz de, por bem ou por mal, derrotar seu antagonista de uma vez por todas.<br />
<br />
É hora do Terceiro Ato: O Ataque.<br />
<br />
Mas isso fica para o próximo artigo.<br />
<br />
Até lá.<br />
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o oitavo de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o sexto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o sétimo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-primeiro-ato-apresentacao.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-75124473933251351812015-05-12T15:06:00.000-03:002015-05-28T13:06:35.878-03:00O Primeiro Ato: A Apresentação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1VcO1CC0M_uDI5tPHcOOXVhnu9A0WSHpoLQjdJ-CSb03p5OkDo7OnMzsIMwPTU_dba-0jSvIkArU-rUOTUg_F8bI9UhIiepCw2T-Tz3moTLLaqJUeEg2pThLXRpkbqkMT4z0ASA/s1600/stage_fright_by_lomonavojo-d62zhoq.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1VcO1CC0M_uDI5tPHcOOXVhnu9A0WSHpoLQjdJ-CSb03p5OkDo7OnMzsIMwPTU_dba-0jSvIkArU-rUOTUg_F8bI9UhIiepCw2T-Tz3moTLLaqJUeEg2pThLXRpkbqkMT4z0ASA/s400/stage_fright_by_lomonavojo-d62zhoq.png" width="400" /></a></div>
<br />
Imagine que você tenha uma banda, e que está prestes a entrar no palco. Não é um show só seu. Você foi contratado para animar uma casa noturna. As pessoas estão ali para se divertir, não para vê-lo. Ninguém te conhece, não sabem se você é um puta músico ou apenas um medíocre dedilhador de notas. Eles estão dispostos a gostar de você, mas você precisa cumprir suas expectativas, ou mesmo superá-las, de modo a que eles saiam de suas mesas e lotem a pista. É preciso ganhá-los logo de cara, caso contrário o show será um fracasso, independente de sua capacidade musical. É preciso chegar chutando a porta. Não comece com uma balada melancólica. Não diga "Oi, nós somos...". Dispare um acorde aberto e mande o baterista marretar as peles.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYj_vg71E9djW2PXo0vRs7ti9lWpXxcmX1fWvfI6EwEQ9J6zVA_SJd6cMPjzpj1KBjMKmUVIwVyNbVPs4rXCD9Hbj2ctM_13DlS6FQ3WNUs11m7qZvA6FRlO8SfcifuTiWC0ZZ5Q/s1600/mccartney-crazy-drummer-o.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYj_vg71E9djW2PXo0vRs7ti9lWpXxcmX1fWvfI6EwEQ9J6zVA_SJd6cMPjzpj1KBjMKmUVIwVyNbVPs4rXCD9Hbj2ctM_13DlS6FQ3WNUs11m7qZvA6FRlO8SfcifuTiWC0ZZ5Q/s1600/mccartney-crazy-drummer-o.gif" /></a></div>
<br />
É assim que uma história deve começar: agarrando o leitor pelo pescoço e arrancando seu fôlego. O grande erro da maioria dos iniciantes é demorar muito para chegar na trama, se perder em explicações, descrições e ambientações por páginas e páginas durante o primeiro ato. Aí, quando finalmente o protagonista entra na história que interessa e a trama pode fluir, você já perdeu grande parte de seu público. Não enrole. Seus leitores vieram. eles estão propensos a gostar de sua história. Não perca essa chance. Jogue-os sem piedade dentro da trama logo nas primeiras páginas. Depois você pode diminuir o tom, deixá-los respirar, explicar com calma o que está acontecendo. Mas quando esse momento chegar eles já estarão fisgados, e irão caminhar ao lado de seu protagonista até o final.<br />
<br />
Essa é a função primordial do primeiro ato. Tudo o que você fizer terá esse objetivo. Você não terá uma segunda chance. Se até a décima página o seu leitor não estiver minimamente intrigado com sua história, ele irá abandoná-la. Pense como um leitor por um instante, e me responda: quantos livros você já abandonou logo no início porque a história simplesmente não engrenava? Você pode até se esforçar, dar mais uma chance, mas se até o final do primeiro quarto da história nada relevante acontecer, as chances de você abandonar o livro aumentarão exponencialmente.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgcsFyQuDDlDs-1qB3PgRab3vVQf9KPcvvxEJdEoC8m5wCF7Am0yNzujtWtLEi94b0xr7WSAOVVmn4mIY8R8gBCciLTw-FX00-g02g8tBUalZ6Qcu-u4EwBbshqyfVqkNg9J8uIw/s1600/throwing-book-2.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgcsFyQuDDlDs-1qB3PgRab3vVQf9KPcvvxEJdEoC8m5wCF7Am0yNzujtWtLEi94b0xr7WSAOVVmn4mIY8R8gBCciLTw-FX00-g02g8tBUalZ6Qcu-u4EwBbshqyfVqkNg9J8uIw/s320/throwing-book-2.gif" width="320" /></a></div>
<br />
São três coisas que precisam ser apresentadas ao leitor logo no primeiro ato: o Protagonista, a Ambientação e a Premissa. Ao final dos primeiros 25% da história eles precisam saber pra quem irão torcer, onde a trama se desenvolverá e, mais importante de tudo, sobre o quê é essa história. Esses termos não são negociáveis. Caso você falhe em entregar esses elementos logo no início, sua história naufragará e seus leitores a abandonarão. Não enrole. Não arraste sua trama. Apresente seu protagonista e seu objetivo logo que puder. Contextualize o quanto for necessário, mas não perca muito tempo tentando explicar toda a vida de cada personagem antes de entrar no que realmente interessa. Você terá tempo para se aprofundar depois. Lembre-se: "Quem?", "Onde?" e "O quê?". São essas as perguntas que precisam ser respondidas logo no início. Está anotando?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYBiZ_cQ67tDMlfIAVZHxCgOaq3rE1PBik745DCypm29e2N10B_krtzLaZQZ6TTNKLH4q3sIV1xCod650dStPMi7FrjaeSJLKEn86CRoM1WR_LQBnp3xpVngnCNRm4wpjfRRfy1g/s1600/the-office-ryan-notes-gif-1427208419.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYBiZ_cQ67tDMlfIAVZHxCgOaq3rE1PBik745DCypm29e2N10B_krtzLaZQZ6TTNKLH4q3sIV1xCod650dStPMi7FrjaeSJLKEn86CRoM1WR_LQBnp3xpVngnCNRm4wpjfRRfy1g/s320/the-office-ryan-notes-gif-1427208419.gif" width="320" /></a></div>
A soma destes elementos irá criar o GANCHO de sua história. Sem um bom gancho, seu leitor poderá escapar, então é essencial que você defina como será esse gancho durante seu planejamento. Apresente seu protagonista, sugira seus demônios interiores, seus objetivos individuais (mas de forma orgânica, sem cair no didatismo), em qual realidade ele está inserido e o que está em jogo caso ele fracasse. Tudo isso já deve estar no tabuleiro quando o Primeiro Ponto de Virada (<i>Plot Point</i>) chegar, marcando o final do primeiro ato. Se tudo for feito de maneira correta, quando seu leitor chegar a este ponto, ele já estará fisgado e não terá mais como escapar.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcrtYItyXHAZ4BEhm8T5MbFa0Y_QxBnjKO21bvmlEJRw_KF4ia44YI5zUelhzL-yvGUWJK4cKJVZQamtWFcCg61S6GEwtWxg3jMEmwDjvEtATI2OzT0xkXDYa6qnLrtgr_8vFEBg/s1600/8872184.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcrtYItyXHAZ4BEhm8T5MbFa0Y_QxBnjKO21bvmlEJRw_KF4ia44YI5zUelhzL-yvGUWJK4cKJVZQamtWFcCg61S6GEwtWxg3jMEmwDjvEtATI2OzT0xkXDYa6qnLrtgr_8vFEBg/s320/8872184.gif" width="320" /></a></div>
Para conseguir esse efeito, é preciso que seu primeiro ato disponha de algumas cenas chave:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Cena de Abertura:</b> É quando seu protagonista deve ser apresentado. Ele não precisa aparecer, mas precisa ser ao menos mencionado. Sua presença deve ser sentida, e ele deve deixar já a sua primeira impressão. Quem é ele(a)? Como ele(a) é? Por quê ele(a) é importante? Por que devemos torcer por ele(a)?</li>
<li><b>Gancho Inicial:</b> Algo já deve prenunciar o que acontecerá nos próximos atos. O antagonista (ou força antagonista) já deve dar sinais de sua influência, mesmo que apenas indiretamente. É aqui que a Premissa deve surgir. Não entregue o ouro ainda, mas mostre que haverá algo reluzente mais pra frente.</li>
<li><b>Incidente Incitante:</b> Esse é opcional, mas sempre ajuda. Um evento que dará pistas do que acontecerá no Primeiro Ponto de Virada. Uma sugestão que prenuncia o conflito que se seguirá. Um incidente Incitante é sempre bom para reforçar ao leitor o que está em jogo.</li>
<li><b>Primeiro Ponto de Virada:</b> É onde a trama realmente engrena. Algo importante deve acontecer, e esse evento irá virar a vida do protagonista de cabeça para baixo. Ele precisará sair de sua zona de conforto e lidar com esse problema. Não interessa o que ele <i>quer </i>fazer, mas sim o que ele <i>precisa</i> fazer. Tudo mais passará a ser secundário depois desse ponto. O drama foi inserido, o conflito apresentado, e algo precisa ser feito. Caso contrário, as consequências serão catastróficas.</li>
</ul>
<div>
De novo, esse primeiro ato não deve ultrapassar 25% de sua história. Caso dure mais do que isso sua trama irá se arrastar. Se for mais curta, será muito corrida. Seu primeiro ato será a base na qual toda sua trama será construída. Ele deve ser sólido e consistente. Planeje-o com cuidado. Adicione os elementos necessários, mas tome cuidado para não exagerar. Não se perca em detalhes e em descrições. Conflitos internos ou detalhes importantes da história pregressa dos personagens deverão ser explorados mais a fundo no segundo e no terceiro ato. Mas largue algumas pistas pelo caminho, algo que instigue a curiosidade. Você sabe para onde está indo. Agarre seu leitor pelo pescoço e guie-o por este caminho.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio4tIwCmW9C-vBv5JrssIn3qpeT8M6sIWcnX7DPPx2GMDhGLCKUiLusuQJ4VEbAg3FrmLdTqEY16E7Rz1tOSsuoxjpN-PLmbEN0C3SzGz96WTatOEKwe0q_RcVREOygS192DzddA/s1600/tumblr_lmgced0D2R1qcju70o1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="129" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio4tIwCmW9C-vBv5JrssIn3qpeT8M6sIWcnX7DPPx2GMDhGLCKUiLusuQJ4VEbAg3FrmLdTqEY16E7Rz1tOSsuoxjpN-PLmbEN0C3SzGz96WTatOEKwe0q_RcVREOygS192DzddA/s320/tumblr_lmgced0D2R1qcju70o1_500.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mas não exagere!</td></tr>
</tbody></table>
No próximo artigo falaremos sobre o segundo ato, ou a Resposta do protagonista ao Primeiro Ponto de Virada. É aí que o bicho realmente pega.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Até lá.</div>
<div>
<br style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" /></div>
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o sétimo de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o sexto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/a-essencia-da-estrutura.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-55261832925386853502015-05-08T14:17:00.000-03:002015-05-28T13:06:44.320-03:00A Essência da Estrutura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiynil5Hwkc2uB6KiCY5JMXbRLeftQxwSU-j3vfmdYaYeMvzWV-V1hACzc7w7ZYHCn9hYJ4M3uA1Tdtm7-YcJ0Z9jPZP3DMajBtoVJsqmJOuWueFOqRmM8fbTwy5DjFU19vpXuG5w/s1600/knolling_typewriter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiynil5Hwkc2uB6KiCY5JMXbRLeftQxwSU-j3vfmdYaYeMvzWV-V1hACzc7w7ZYHCn9hYJ4M3uA1Tdtm7-YcJ0Z9jPZP3DMajBtoVJsqmJOuWueFOqRmM8fbTwy5DjFU19vpXuG5w/s400/knolling_typewriter.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
O que faz uma história funcionar?<br />
<br />
Não estou (ainda) entrando no mérito da qualidade do texto, mas dos requisitos mínimos que transformam esse texto em uma história. Que ingredientes são necessários? Em qual quantidade? E em qual ordem devem ser colocados (ou apresentados) de modo a se transformar em uma história coerente e compreensível, quiçá apreciável?<br />
<br />
Qualquer cozinheiro sabe que não basta juntar todos os ingredientes em um caldeirão e esquentar em fogo alto. Pode dar certo? Pode. Mas as chances são mínimas. É preciso atentar a cada detalhe, saber a hora certa de adicionar cada tempero, o tempo de cozimento, a temperatura necessária, a hora de parar.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicPwIkQNUSsvs8ClbF83-HuFD7HMUaV7S19azUEH-dT8qOXXwLiZUOjWyjvDcCYzFnwPpq03u9DQ1eKHqVQ-qPC6DxCPShibfZ2AHdXkXZyCEB74T8CkRV92bzItxTR0375gv8Zg/s1600/homer_chef.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicPwIkQNUSsvs8ClbF83-HuFD7HMUaV7S19azUEH-dT8qOXXwLiZUOjWyjvDcCYzFnwPpq03u9DQ1eKHqVQ-qPC6DxCPShibfZ2AHdXkXZyCEB74T8CkRV92bzItxTR0375gv8Zg/s320/homer_chef.gif" width="320" /></a></div>
O que fizemos até agora foi separar os ingredientes da história: <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Tema</a>, <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">Conceito</a>, <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">Premissa</a> e <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" target="_blank">Personagens</a>. Todos esses elementos são essenciais, mas é preciso saber quando e onde usar cada um deles. Não basta pegar tudo isso e jogar dentro de uma página em branco para, como num toque de mágica, a história surgir. Não interessa o quão bom seja o Tema, o quão instigante seja o Conceito, o quão sedutora seja a Premissa e o quanto seus Personagens sejam bem construídos. Sem uma receita, um plano inicial, simplesmente não vai dar certo. Sua "história" não passará de uma colagem incoerente e ilegível de elementos desconexos, sem forma ou sentido.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh96xwR6UGlCL6_mW0AbMgg4vsAbCH59cJj_XbIkFyljnOLB1UbitOm9E11HjJMr0MOikBk4d9eXsVfNqa13aul7LQiIsD3wbZZufyLcnM1E4Bjj-4HXdKNhGELGSa7QcxgEg9SQ/s1600/shit_pile.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh96xwR6UGlCL6_mW0AbMgg4vsAbCH59cJj_XbIkFyljnOLB1UbitOm9E11HjJMr0MOikBk4d9eXsVfNqa13aul7LQiIsD3wbZZufyLcnM1E4Bjj-4HXdKNhGELGSa7QcxgEg9SQ/s1600/shit_pile.gif" /></a></div>
Vamos fazer um exercício mental. Imagine que eu te dê uma pilha sortida de Legos. Você sabe, aqueles tijolinhos dinamarqueses que todo mundo já brincou pelo menos uma vez na vida. Dizem que é possível construir qualquer coisa com eles, então vamos colocar isso à prova. Toma, uma pilha de legos pra você:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZXv1Fn6uLT2J3D3aMuarhTKVxGuwVxVs-L5Qs7WX01efqNJAU5fKYsACh8c3RMpNUxW3LO6-XQMTnExzQs6shE9HkWauxi08AL_chA5etIHA7aOupVYPXKIZ33UsogvMpCcTYhg/s1600/legos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZXv1Fn6uLT2J3D3aMuarhTKVxGuwVxVs-L5Qs7WX01efqNJAU5fKYsACh8c3RMpNUxW3LO6-XQMTnExzQs6shE9HkWauxi08AL_chA5etIHA7aOupVYPXKIZ33UsogvMpCcTYhg/s320/legos.jpg" width="320" /></a></div>
Agora eu quero que você pegue essa pilha de legos e construa um Darth Vader, como esse aqui:<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Aw_pYkxCwhpmhn_e2QWtlfozoPYXJJ2nQAoMvHZtnJ_0iAK2BV0We2tBWmZ3CwH1dEhwNd6n_fYUSX8ZinzCTSwYIwA_X9npsxLU3p9EhbHpQO1lOcaCkhRzarYuaEH3gAWMyA/s1600/vader_lego.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Aw_pYkxCwhpmhn_e2QWtlfozoPYXJJ2nQAoMvHZtnJ_0iAK2BV0We2tBWmZ3CwH1dEhwNd6n_fYUSX8ZinzCTSwYIwA_X9npsxLU3p9EhbHpQO1lOcaCkhRzarYuaEH3gAWMyA/s320/vader_lego.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vamos precisar de mais peças pretas...</td></tr>
</tbody></table>
Eu garanto a você que, fora a lâmina do sabre de luz, todo o resto foi feito juntando bloquinhos de lego, iguais àqueles da pilha que eu te dei. Estruturalmente são os mesmos elementos. Você acha que consegue fazer isso?<br />
<br />
Não, não é uma comparação exagerada. É a diferença entre um aglomerado de elementos narrativos e uma história. E o objetivo aqui é escrever uma história, não é? É construir algo que faça sentido a algum receptor. Histórias, tal qual estátuas de Lego, necessitam de um <i>plano </i>para serem realizadas. Quantas peças serão necessárias, de quais cores, em que ordem serão montadas?<br />
<br />
De novo, dá pra fazer isso na louca, intuitivamente? Dá. Mas as chances de fracasso são muito maiores que de sucesso. E o trabalho será muito maior, para um resultado que, no final, pode ser apenas razoável (artistas têm a tendência à auto-condescendência quando perdidos). E não queremos isso, queremos?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Ot1utHb2vQ_fXaLTyM3y42jrbbGfQh8A1PkpLcMCKxmFDuvE0Um3sX4QoF0PnUVEfLnO6Pfodp0iBLhw66OOcuLURiSDjjWTzf1UoB2Kf0VyRljw7oGN-qvhi6qh5a1oJv73Tw/s1600/tumblr_m8m10iaNFw1qczbido3_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Ot1utHb2vQ_fXaLTyM3y42jrbbGfQh8A1PkpLcMCKxmFDuvE0Um3sX4QoF0PnUVEfLnO6Pfodp0iBLhw66OOcuLURiSDjjWTzf1UoB2Kf0VyRljw7oGN-qvhi6qh5a1oJv73Tw/s320/tumblr_m8m10iaNFw1qczbido3_500.gif" width="320" /></a></div>
Então necessitamos de um plano. Algo que sustente todos os elementos e dê sentido a cada uma delas. Precisamos de uma <i>estrutura</i> para a história.<br />
<br />
Você provavelmente já ouviu falar da famosa <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Three-act_structure" target="_blank">Estrutura de Três Atos</a>, defendida pelo roteirista <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Syd_Field" target="_blank">Syd Field</a>. Apresentação, Confronto e Resolução. Toda história que pode ser definida assim possui estes elementos básicos. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Campbell" target="_blank">Joseph Campbell</a> detalhou uma estrutura mais complexa em sua <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Monomito" target="_blank">Jornada do Herói</a>. Essas são estruturas conhecidas e que já comprovaram que funcionam. Você pode tentar inovar o quanto quiser em termos narrativos, mas no fundo o resultado será o mesmo. Mesmo histórias como <a href="http://www.imdb.com/title/tt0209144/" target="_blank">Amnésia</a> ou <a href="http://www.imdb.com/title/tt0290673/" target="_blank">Irreversível</a>, que são contadas do fim para o começo, ou narrativas não lineares como <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Slaughterhouse-Five" target="_blank">Matadouro 5</a> ou <a href="http://www.imdb.com/title/tt0110912/" target="_blank">Pulp fiction</a>, acabam caindo neste arcabouço. Não há como fugir.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierANyVMj33JExJ55zaEMDDhz3BQahImJ5u8Ex3CLAzr15X8COMXKmU7Vl5QdU8KmnQ6rqHBBo7GvxeHe13umJIlRtddnZhzUKFRaK_gVxpUjOPghWk-XaFTO5nqzWpy1GHKgQNg/s1600/V2IiM30.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierANyVMj33JExJ55zaEMDDhz3BQahImJ5u8Ex3CLAzr15X8COMXKmU7Vl5QdU8KmnQ6rqHBBo7GvxeHe13umJIlRtddnZhzUKFRaK_gVxpUjOPghWk-XaFTO5nqzWpy1GHKgQNg/s320/V2IiM30.gif" width="320" /></a></div>
<a href="http://storyfix.com/" target="_blank">Larry Brooks</a>, em seu livro <a href="http://www.amazon.com.br/Story-Engineering-Larry-Brooks-ebook/dp/B004J35J8W/" target="_blank"><i>Story Engineering</i></a>, sugere uma expansão da estrutura tradicional de três atos. Para ele, o segundo ato (Confronto) precisa ser dividido em dois: A Resposta e Ataque. Essa divisão, como veremos a seguir, faz todo o sentido, então vamos adotá-la. Assim, temos quatro atos básicos (Apresentação, Resposta, Ataque, Resolução) e cada ato é pontuado por pontos de virada (ou <i>Plot Points</i>), pontos de pressão, ganchos, incidentes incitantes e momentos que adicionam o tempero necessário para que a trama evolua. Em resumo:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Apresentação</b>: Quando o protagonista, coadjuvantes e cenário são apresentados. Há um prenúncio da trama e do conflito que ocorrerá nos próximos atos, e o leitor descobre o que está em jogo (o destino da humanidade, a vida de um ente querido, a sanidade do protagonista, etc.). Deve estar presente um gancho que irá prender sua atenção logo no começo. Pode ser um incidente incitante, que já começa a mostrar sobre o que a história tratará. Termina no primeiro ponto de virada (<i>Plot Point</i>), que é o ponto sem retorno para a trama. Agora a história começou de verdade, e os personagens terão que fazer alguma coisa a respeito.</li>
<li><b>Resposta</b>: Mas fazer o quê? Tudo que aconteceu no primeiro ato serviu para tirar o protagonista de sua zona de conforto (lembre-se da Jornada do Herói) e ele (ou ela, ou eles) agora precisa reagir. E fracassar. O antagonista (ou a força antagonista) agora deve estar bem claro, e as consequências do fracasso devem se fazer presentes. Novos elementos deverão ser apresentados, e o conflito deve crescer até o limite da ruptura emocional. Pode-se adicionar um ponto de pressão, que aumenta as apostas e cria um novo grau de desespero. No ponto central da história o todas as peças devem estar no tabuleiro. Agora só há um lugar pra correr.</li>
<li><b>Ataque</b>: O protagonista sabe o que precisa ser feito. E o fará. Ele, pela primeira vez na história, pega nas rédeas da situação. Ele tem um plano. Para de simplesmente reagir e parte para o ataque, disposto a resolver esse conflito de uma vez por todas. Ele pode ou não ser bem sucedido em seu intento, não importa. Pode-se adicionar aqui um novo ponto de pressão, ou mesmo um momento "Tudo está perdido", que aumentará o drama. Elementos chave, prenunciados nos dois primeiros atos, poderão mostrar sua influência, ou mesmo levar a novos elementos. Esse ato terminará no segundo ponto de virada, onde serão avaliados os sucessos e fracassos do plano do protagonista e do antagonista, deixando a ambos poucas opções. É o momento que conduzirá a história a seu inevitável clímax.</li>
<li><b>Resolução</b>: A trama precisa se resolver, para o bem ou para o mal. Planos e ações deverão chegar a um resultado. Todas as peças estão no jogo, e nenhum elemento novo poderá ser adicionado. Pontas soltas devem ser atadas, tramas resolvidas e a história deverá chegar a um inevitável fim.</li>
</ul>
<div>
É importante perceber que, sem uma estrutura sólida, sua história <i>não vai</i> funcionar. Você pode escolher o modo que quer contar a história, adicionar atos ou elementos novos, mas não pode negligenciar pelo menos esses pontos essenciais. Retire qualquer um deles e sua trama desabará. Ela nem poderá ser considerada uma história, pra princípio de conversa. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFpsFzGOtCUamv7ooWs6Fyr_KMwnUYlpPBuHyqMkMU8cFbzVsZZ89CSZWQ4VJp5rlpaB8T2xSO8mU0NJeHvILHKRF25kJxo6WlVKC9DnMCYlb2lo_cBuFuOlteLHNThZzfwuy1-g/s1600/14222678353467-anigif_enhanced-1602-1400721462-8.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFpsFzGOtCUamv7ooWs6Fyr_KMwnUYlpPBuHyqMkMU8cFbzVsZZ89CSZWQ4VJp5rlpaB8T2xSO8mU0NJeHvILHKRF25kJxo6WlVKC9DnMCYlb2lo_cBuFuOlteLHNThZzfwuy1-g/s320/14222678353467-anigif_enhanced-1602-1400721462-8.gif" width="320" /></a></div>
<div>
Então, antes de começar a escrever os capítulos, escreva o plano inicial. Defina o que irá acontecer em cada ato, quais serão os pontos chave da trama, como ela começa, como se desenvolve e como termina. Nada impede que você mude tudo isso durante a execução, mas é essencial saber para onde vai antes de começar a andar.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nos próximos artigos irei detalhar cada ato individualmente, bem como explicar com mais calma cada um dos pontos chave, de modo a criar um plano básico para a sua obra.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Até lá.</div>
<div>
<br /></div>
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o sexto de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o quinto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/05/o-interrogatorio-interior.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-20152004610210478962015-05-04T13:10:00.000-03:002015-05-28T13:06:52.581-03:00O Interrogatório Interior<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXIj5uq5gbS6ITUm9zdoy6XWaArpWSH9YwG9MZHwr_s6YQrT3_H-xeFqYGhugDcc9H6CZSbbTnl3mEfwnqbJrdthRtOM1RxomvKrrphu5-5ogjf7quHdO6oNVYYQ7Fe64E0c7pQ/s1600/interrogatory_by_filipefdsc-d32ouk4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXIj5uq5gbS6ITUm9zdoy6XWaArpWSH9YwG9MZHwr_s6YQrT3_H-xeFqYGhugDcc9H6CZSbbTnl3mEfwnqbJrdthRtOM1RxomvKrrphu5-5ogjf7quHdO6oNVYYQ7Fe64E0c7pQ/s400/interrogatory_by_filipefdsc-d32ouk4.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Por favor, sente-se. Fique à vontade. Quer uma água, um café, um refrigerante? Um <i>bourbon </i>duplo com soda?<br />
<br />
- Não, eu... Cara, onde eu estou? Quem é você?<br />
<br />
Eu faço as perguntas, se você não se importar. Quem eu sou e onde estamos não é relevante. Não estamos aqui para falar de mim, mas de você. Estamos aqui para nos conhecer um pouco melhor. Quer dizer, pra eu conhecê-lo um pouco melhor. Muito melhor. Na verdade estamos aqui para conhecê-lo a fundo.<br />
<br />
- Eu estou sendo acusado de alguma coisa?<br />
<br />
Está? Não sei, você me diz. Você já cometeu algum crime? Algo que tenha se arrependido?<br />
<br />
- Eu quero um advogado.<br />
<br />
Sem advogados. Sem intermediários. Somos apenas eu e você aqui, e é assim que vai ser. Vou te fazer uma série de perguntas e você vai respondê-las com toda a sinceridade. Como se sua vida dependesse disso. Porque ela depende, pode acreditar.<br />
<br />
- O que você quer saber?<br />
<br />
Quero saber tudo. Cada detalhe sórdido, cada trauma, mesmo que pareça irrelevante. Cada mania, cada trejeito, cada história que você testemunhou ou vivenciou.<br />
<br />
- E por que eu faria isso?<br />
<br />
Porque você não tem escolha. Porque você ainda não existe. Só existirá depois que responder às minhas perguntas. Até lá você será apenas um esboço, um conceito abstrato. Serão suas respostas que irão justificar sua existência, e irão determinar como será sua vida a partir de então. Desse modo, sugiro que você sente, relaxe e me conte tudo o que eu quero saber, tudo o que eu preciso saber. Caso contrário você retornará ao limbo amorfo da não-existência. Ou pior.<br />
<br />
- E se eu me recusar?<br />
<br />
Você não pode. Você não quer recusar. Estou lhe dando a oportunidade de se tornar algo. A alternativa é óbvia. Eu poderia te hipnotizar, injetar um pouco de soro da verdade, lançar um feitiço, te enrolar no laço da Mulher Maravilha, tanto faz. O que você preferir. O que for necessário. Mas você só sai daqui depois de responder minhas perguntas. Todas elas.<br />
<br />
- Quem é você?<br />
<br />
Eu sou quem irá contar sua história, que irá transformá-la em realidade. Eu irei pegar tudo o que você me der e misturar, bater, moer e destrinchar até virar polpa. Eu depois irei dar um sentido à essa polpa, e, por consequência, à sua existência.<br />
<br />
- E eu serei o herói dessa história?<br />
<br />
Pode ser. Pode não ser. Depende. A única coisa que posso garantir é que você será o protagonista de sua própria história.<br />
<br />
- Somos todos protagonistas de nossas próprias histórias.<br />
<br />
Agora você está me entendendo. Podemos começar?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BpbCl3BkIhWENJ1B2-pvHojVzrdg_ojCg4tDRl9WrJA1TqAccfqsyS4Y4-ygN_ZeQxtWWWWQZXU3Yrr7NW89-e-VJOHt__cLtzCcg6mH72y9nw4G2_XjyhjEaBOjdHVvA7nh1Q/s1600/anigif_optimized-19984-1429228794-9.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BpbCl3BkIhWENJ1B2-pvHojVzrdg_ojCg4tDRl9WrJA1TqAccfqsyS4Y4-ygN_ZeQxtWWWWQZXU3Yrr7NW89-e-VJOHt__cLtzCcg6mH72y9nw4G2_XjyhjEaBOjdHVvA7nh1Q/s320/anigif_optimized-19984-1429228794-9.gif" width="320" /></a></div>
<hr />
<br />
E é assim que deve iniciar a sabatina com todos os seus personagens principais. Um bom personagem, seja ele protagonista, antagonista ou coadjuvante, deve gerar empatia no leitor. E para que isso aconteça é preciso haver algum tipo de identificação, algo que justifique seus atos, suas decisões, sua existência. E para que isso ocorra é preciso começar a tratá-los como seres vivos. Conversar com eles. Colocar-se em seus lugares, compreendê-los da maneira mais completa possível.<br />
<br />
A técnica do "interrogatório" é eficaz pois coloca o personagem em uma situação vulnerável, onde ele deverá se abrir ao escritor sem nenhuma ressalva. Ele deverá contar tudo, desde eventos históricos, passando por ideologias e visões do mundo, chegando até a traumas e segredos que ele nunca compartilhou com ninguém antes. Serão esses detalhes, a soma deles, que transformará seu personagem de um rabisco mal ajambrado em uma pessoa viva, com objetivos, motivações e obstáculos claros. Que o tornarão verossímil, tridimensional.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnPhqPJDkJo3cYTfrznsIfoqS8aOuLs65HsqmQ1J3GFNF7s78VAZ1GFXeBJY1GQuMFQF04AlDiDdFULlVz6V_P2w28GTSYC_SVCq69guKHAyw2ehBpn07CHMymZTQxVTo5cTqYzw/s1600/mona_lisa_1.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnPhqPJDkJo3cYTfrznsIfoqS8aOuLs65HsqmQ1J3GFNF7s78VAZ1GFXeBJY1GQuMFQF04AlDiDdFULlVz6V_P2w28GTSYC_SVCq69guKHAyw2ehBpn07CHMymZTQxVTo5cTqYzw/s320/mona_lisa_1.gif" width="226" /></a></div>
Falando em dimensões, nesse processo você deverá passar por todas elas antes de poder considerar seu personagem como criado. Como vimos nos <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" target="_blank">artigo anterior</a>, as três dimensões do bom personagem são:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Primeira dimensão: </b>Como ele é visto pelos outros.</li>
<li><b>Segunda dimensão:</b> Como ele se enxerga, graças à sua história de vida.</li>
<li><b>Terceira dimensão:</b> Como ele realmente é, ou como ele age quando está sob pressão.</li>
</ul>
<br />
A primeira dimensão é a mais simples, mas nem por isso deve ser tratada com descaso. Há diversas técnicas para criar a aparência exterior de um personagem. Você pode escolher a que quiser, mas é importante que escolha pelo menos uma. Crie uma ficha de personagem, faça um desenho, uma escultura de argila, tanto faz. Mas faça. Descubra como seu personagem se parece e como ele se mostrará ao mundo que você irá inseri-lo. Visualize-o. Adicione manias, trejeitos, detalhes característicos.<br />
<br />
Coloco abaixo uma boa lista para se começar. Sinta-se à vontade para incluir ou excluir o que achar relevante, mas preencha-a:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Dados Catalográficos</b>:</li>
<ul>
<li>Apelido (Como o personagem é chamado por outras pessoas), Nome completo, Idade, Nacionalidade/Naturalidade</li>
</ul>
<li><b>Aparência</b>:</li>
<ul>
<li>Altura, Peso/Tipo físico, Cor da pele, Cor dos cabelos,<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Cor dos olhos, Tipo de vestuário</li>
</ul>
<li><b>Características marcantes</b>:<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></li>
<ul>
<li>Cicatrizes, Deficiências aparentes, Tatuagens, Piercings, etc.</li>
</ul>
<li><b>Atributos Sociais</b></li>
<ul>
<li>Profissão, Onde estudou, Renda, Bens, Relacionamento atual, Hobbies/Interesses.</li>
</ul>
</ul>
<br />
Este é um bom começo, mas ainda é pouco. Um protagonista ou um antagonista é muito mais do que isso. Se você parar aqui terá o que os críticos adoram rotular de "monodimensional", "superficial" ou simplesmente "ruim". Para evitar que isso aconteça, precisamos cobrir a segunda e a terceira dimensões. E é aí que o processo do "interrogatório" brilhará. Relembre a cena lá em cima. Imagine-se com o seu personagem em uma sala vazia. Somente você e ele. Você cheio de perguntas e ele repleto de respostas, e incapaz de mentir ou esconder qualquer coisa. É sua oportunidade de conhecê-lo a fundo, descobrir tudo a seu respeito, tudo o que ele fez ou vivenciou e que o transformou no que ele é hoje, no que ele será no princípio de sua história. Aproveite essa oportunidade. Mergulhe fundo. O mais fundo que conseguir. Não negligencie nenhum detalhe, por mais irrelevante que possa parecer. A solução para um bloqueio pode estar nesse detalhe. Você já tem um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Tema</a>, um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">Conceito</a> e uma <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">Premissa</a>. Use isso a seu favor. Pense em seu personagem nesta história que está sendo gestada, mas permita que ele tenha uma história própria, mesmo que elas sejam interdependentes (e elas são, não se esqueça!).<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj055ucY4syk_8FdAlbKOp5932KHp4AM8hUG3Nn9-Hjltt_BdGh5cmpYYnLj4FpKdABpwko53879c3d_X12GB4z1E_HLzkPb6Ejfx8iXIdnuFFHXapk-O45XU4Uucyrdl55Fd9dGw/s1600/tumblr_mb7xeixEwu1qakh43o1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj055ucY4syk_8FdAlbKOp5932KHp4AM8hUG3Nn9-Hjltt_BdGh5cmpYYnLj4FpKdABpwko53879c3d_X12GB4z1E_HLzkPb6Ejfx8iXIdnuFFHXapk-O45XU4Uucyrdl55Fd9dGw/s320/tumblr_mb7xeixEwu1qakh43o1_500.gif" width="320" /></a></div>
<br />
Tá, e quais as perguntas eu devo fazer, você deve estar se questionando. É ótimo pensar assim. Você está indo a uma entrevista crucial com um personagem importantíssimo da história que irá escrever pelos próximos meses ou anos. Tal qual um bom jornalista, é bom ir preparado. Saber o que perguntar é essencial. <a href="http://storyfix.com/" target="_blank">Larry Brooks</a>, em seu livro "<a href="http://storyfix.com/the-three-dimensions-of-character" target="_blank">The Three Dimensions of the Character</a>" lista uma série de perguntas básicas que devem ser feitas sobre o personagem, que traduzo abaixo (com uma pequena adaptação para fazer sentido no contexto do interrogatório):<br />
<ul>
<li>Qual é a sua história pregressa, suas experiências que programaram como você pensa, sente e age hoje em dia?</li>
<li>Qual é o seu “demônio interior”, e como isso influencia suas decisões e ações frente aos “demônios exteriores” que serão lançado a você?</li>
<li>Você tem algum ressentimento?</li>
<li>Como você se sente a respeito de si próprio(a), e qual a distância entre este sentimento e a maneira que outras pessoas pensam a seu respeito?</li>
<li>Qual é a sua visão do mundo?</li>
<li>Qual é a sua bússola moral?</li>
<li>Você é benevolente ou ganancioso(a)?</li>
<li>De que maneira você adere a gêneros ou estereótipos?</li>
<li>Se não adere a nenhum, de que maneira você se diferencia?</li>
<li>Que lições de vida você ainda não aprendeu?</li>
<li>Que lições aprendeu, mas as rejeitou ou falhou em aprender?</li>
<li>Quem são seus amigos?</li>
<li>São intelectualmente similares a você?</li>
<li>Qual é o seu QI social?</li>
<li>Você é tímido(a)? Ansioso(a)? Descontraído(a)? A Alma da Festa? Introvertido(a)?</li>
<li>Qual é o seu desejo mais secreto?</li>
<li>Qual sonho de infância nunca se realizou e por que?</li>
<li>Qual é o seu sistema de crenças ou religiosidade?</li>
<li>Qual é a pior coisa que você já fez?</li>
<li>Você tem segredos? Talvez uma vida secreta?</li>
<li>O que as pessoas mais próximas a você não sabem a seu respeito?</li>
<li>O que o(a) faz postergar uma tarefa, procrastinar?</li>
<li>Alguma pessoa ou evento já impediu seu avanço pessoal?</li>
<li>Quantas pessoas iriam a seu funeral? Por que alguém decidiria não comparecer?</li>
<li>Qual o seu aspecto mais improvável ou contraditório?</li>
<li>Quais são suas manias ou hábitos?</li>
<li>O que o(a) diferencia do resto das pessoas? Que ponto de sua história pregressa o(a) levou a isso?</li>
<li>Você tem alguma cicatriz psicológica que afeta sua vida?</li>
<li>Como você age quando está sob pressão?</li>
</ul>
Nada impede que sejam incluídas outras perguntas, para fins de maior aprofundamento, mas no mínimo essas devem ser respondidas. Escreva as respostas. Não as mantenha no campo das ideias. Faça seu personagem respondê-las. Isso, além de ajudar você a compreender seu personagem, irá auxiliá-lo a encontrar sua voz.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlVnjcbdTT66EukhAdZK4Z_hoAhCr1-WB0SuoH9bqBZFvhdVrhE5hfFTGxPhH1vY40Vfh_xH2UZUEyKGU-9Qg9oKSnob8kNlPmQjBxqjNK4nhh6nxespEZn6QLkjqUE1UNbANB1w/s1600/5-The-Wedding-Singer-quotes.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlVnjcbdTT66EukhAdZK4Z_hoAhCr1-WB0SuoH9bqBZFvhdVrhE5hfFTGxPhH1vY40Vfh_xH2UZUEyKGU-9Qg9oKSnob8kNlPmQjBxqjNK4nhh6nxespEZn6QLkjqUE1UNbANB1w/s320/5-The-Wedding-Singer-quotes.gif" width="320" /></a></div>
<br />
Muito importante: não tenha pressa. Desfrute esse momento de intimidade entre você e o seu personagem. Quanto mais tempo você investir nesse processo, melhor será para sua história. Um personagem bem construído, bem estruturado, irá impelir sua trama. Ele será a carne e os músculos de sua narrativa. E quanto mais você conhecê-lo, menor a chance de ficar bloqueado ou usar a desculpa esfarrapada de que "perdeu o controle do personagem". Isso é uma bobagem. Se você perdeu o controle é porque nunca o teve, pra início de conversa. Reverta essa situação. Você e seus personagens irão passar muito tempo juntos, então é bom que sejam íntimos. Permita-se essa intimidade.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLTOD5PH2jeyVUzrjbvgVsj0WsEq9kn-0D_5hIDUOvJgEfVLYDDVXj2xDihUlqkB4HnsxPsflx8_Uso9GvWGcWvoH1hs9jE8UuL6BsNRQnIISdw4drCEtLRhRO66xyIPnMTNq_lA/s1600/amyWink.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLTOD5PH2jeyVUzrjbvgVsj0WsEq9kn-0D_5hIDUOvJgEfVLYDDVXj2xDihUlqkB4HnsxPsflx8_Uso9GvWGcWvoH1hs9jE8UuL6BsNRQnIISdw4drCEtLRhRO66xyIPnMTNq_lA/s320/amyWink.gif" width="320" /></a></div>
<br />
Terminado o processo de criação de cada personagem principal (primários e secundários), é hora de sentar e colocá-los em algum lugar. E é importante que esse lugar seja sólido, resistente o suficiente para suportar eles e a sua trama. É importante que sua história tenha uma estrutura. De nada adiantará jogar personagens bem construídos em uma realidade desconjuntada, sem objetivos ou fronteiras claras. Se os personagens são a carne e os músculos, a estrutura é o esqueleto, o que sustentará sua história. E é disso o que falaremos no próximo artigo.<br />
<br />
Até lá.<br />
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o quinto de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-64962768557270566382015-04-27T09:16:00.000-03:002015-05-28T13:06:59.691-03:00A Dupla Tríade do Personagem Único <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUha2-HIMWYX0LUUIYFRIOFfwtDalKd1wmx8Gb7ozuqMmXJZwGq1nhMBQ5lwIF4BjONemtifYpOq6ISrw3gNCCjx9PG9QZgTGcVl8ITtDszVkS7laTk3v6zYi6iT8n5qV4PWCokQ/s1600/quote-Ernest-Hemingway-when-writing-a-novel-a-writer-should-103393.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUha2-HIMWYX0LUUIYFRIOFfwtDalKd1wmx8Gb7ozuqMmXJZwGq1nhMBQ5lwIF4BjONemtifYpOq6ISrw3gNCCjx9PG9QZgTGcVl8ITtDszVkS7laTk3v6zYi6iT8n5qV4PWCokQ/s1600/quote-Ernest-Hemingway-when-writing-a-novel-a-writer-should-103393.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Quando escreve um livro um escritor deve criar pessoas vivas; pessoas, não personagens. Um personagem é uma caricatura." - Ernest Hemingway</td></tr>
</tbody></table>
O que é mais importante em uma história, a trama ou seus personagens?<br />
<br />
Essa é uma questão que gera discussões acaloradas dentro dos chamados "círculos literários". Defensores da "alta literatura" (seja lá o que isso signifique) defendem que os personagens são o elemento mais importante de uma obra. Já os partidários da "literatura de gênero" (seja lá o que isso signifique) advogam justamente o contrário.<br />
<br />
E qual deles está certo? Não sei. Não me importa. A única coisa certa aqui é que não há consenso. Sendo assim você, como escritor(a), deve decidir qual dos elementos dará mais importância por conta própria.<br />
<br />
Mas, caso esteja disposto a aceitar uma sugestão (e, se você chegou até aqui, acredito que esteja) você não deveria entrar nessa disputa. Para o bem de sua história.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcZ49kBC9F8F7anmyxHK9KzavKjZk7Ms8IcCLheBk1TZCFbn-l4EzqGEF0bsWwPsIJzvz09LHWrCieQozkSkwS__wSrkIQSk6icytrQI6Q8BoZyIZAfNVZ7tIjweg-jtsrswUsA/s1600/balance_is_key-4430.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcZ49kBC9F8F7anmyxHK9KzavKjZk7Ms8IcCLheBk1TZCFbn-l4EzqGEF0bsWwPsIJzvz09LHWrCieQozkSkwS__wSrkIQSk6icytrQI6Q8BoZyIZAfNVZ7tIjweg-jtsrswUsA/s1600/balance_is_key-4430.gif" /></a></div>
Explico: Ambos os elementos - personagens e trama - devem ter o mesmo grau de importância. Tender para qualquer lado irá apenas desbalancear sua história. A importância de uma obra é medida por sua perenidade, ou seja, pelo que permanecerá com o leitor após o término de sua leitura. Uma trama excitante com personagens fracos será tão descartável quanto uma trama frouxa e incoerente permeada de personagens bem construídos. O segredo não está em dar mais valor a um ou outro elemento, mas balancear uma trama bem resolvida com personagens marcantes. Qualquer coisa abaixo disso e sua obra fracassará no desafio do tempo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp-OESt-XsHE8S5chNGGvT-jMDsuo7QkUwslZJGRPSvBw4lt0yOaOdyUbYinhAMWMLcBPXRuGQrQP2EZFIPQz7MkCBmVTzuAxnIj8ByYENJbdGVFa0ijAdlvehcfts2TQpUNEX0g/s1600/anigif_enhanced-buzz-927-1400183599-4.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp-OESt-XsHE8S5chNGGvT-jMDsuo7QkUwslZJGRPSvBw4lt0yOaOdyUbYinhAMWMLcBPXRuGQrQP2EZFIPQz7MkCBmVTzuAxnIj8ByYENJbdGVFa0ijAdlvehcfts2TQpUNEX0g/s1600/anigif_enhanced-buzz-927-1400183599-4.gif" width="320" /></a></div>
Tendo isso em mente, é hora de investir um tempo na criação de seus personagens. Você já tem uma <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">Premissa</a>, construída com o auxílio do <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Tema</a> e do <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">Conceito</a> (se não tiver, volte três casas). Nessa premissa deve ter sido delineado seu(sua) protagonista. Talvez um antagonista também. É com eles que você deve começar, mas não pode parar apenas neles. É hora de construir o elenco que irá sustentar sua trama, que irá vivenciá-la. Basicamente, há três tipos de personagens:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Primários (Protagonistas e Antagonistas): </b>Estes são a essência de sua obra. É através de suas ações, reações e decisões que a trama se centrará. Seus destinos serão o ponto central da história, bem como as consequências de seus atos. Tudo girará em torno deles. Torceremos pelos protagonistas e contra os antagonistas. Eles serão o alvo de nossa empatia. Toda história PRECISA ter um ou mais protagonistas e uma força antagonista (que pode ou não ser uma pessoa). Sem esse embate não há conflito. Sem conflito não há história. </li>
<li><b>Secundários (Coadjuvantes): </b>Os coadjuvantes não são o centro de sua história, mas ainda assim eles serão essenciais para o andamento da trama. São eles que irão auxiliar e/ou atrapalhar tanto protagonistas quanto antagonistas. Eles darão apoio ou motivação de forma direta ou indireta. Serão confidentes, traidores, vítimas, portos seguros. Orbitarão os protagonistas e antagonistas em diversos momentos, seja auxiliando ou colocando tudo a perder.</li>
<li><b>Terciários (Apoio): </b>São aqueles que surgem apenas em alguns momentos da trama, seja para dar verossimilhança a alguma cena, seja para apenas fazer figuração, mas aparecerão e desaparecerão quando necessário. Poderão ter envolvimento indireto na trama, mas isso não é um pré-requisito.</li>
</ul>
<br />
No processo de planejamento é essencial construir de forma abrangente os personagens primários. É importante também trabalhar bastante nos secundários, mas não precisa chegar ao grau de detalhismo dos primários. Já os terciários podem ser criados <i>on the fly</i>, ou durante a construção da trama. Mas é muito importante ter personagens primários e secundários bem construídos antes de começar a escrever.<br />
<br />
Tenho certeza que você já deve ter ouvido sobre a importância de construir "personagens tridimensionais" para a sua obra, de modo a evitar maniqueísmos e superficialidades. Eu concordo, mas o que são personagens tridimensionais? Quais são as três dimensões que definem um bom personagem?<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxl7SlA3ofZ56RIlj7E0r1jVQX8t-oIjKcl1S5STblwwJcK8GNbPU4z_Pp-lP61TQ3RzJFXQgOFi8mIILuxJYH574WZDqqfJk5kfF4pmTVeIPMKV4bgK7rXkpzQk6mTtYz5JvMAQ/s1600/timmy_wire_spin.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxl7SlA3ofZ56RIlj7E0r1jVQX8t-oIjKcl1S5STblwwJcK8GNbPU4z_Pp-lP61TQ3RzJFXQgOFi8mIILuxJYH574WZDqqfJk5kfF4pmTVeIPMKV4bgK7rXkpzQk6mTtYz5JvMAQ/s1600/timmy_wire_spin.gif" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dica: Não são essas.</td></tr>
</tbody></table>
Na geometria as três dimensões que definem um objeto são altura, largura e profundidade. Na criação literária as dimensões são dadas apenas pela profundidade que penetramos na psique de nosso personagem. Assim, as três dimensões do personagem são:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Primeira dimensão: </b>Como o personagem é visto pelos outros.</li>
<li><b>Segunda dimensão: </b>Como o personagem se enxerga, graças à sua história de vida.</li>
<li><b>Terceira dimensão: </b>Como ele realmente é, ou como ele age quando está sob pressão.</li>
</ul>
<br />
Na primeira dimensão temos o trato mais superficial de sua personalidade. Como ele se veste, qual sua aparência, trejeitos, como ele fala, no que trabalha, etc. É a casca que ele apresenta ao mundo. E sim, é importante definir esses traços, pois será através deles que o personagem irá interagir com outros personagens.<br />
<br />
Já na segunda dimensão penetramos mais um pouco. Aqui definimos ideologias, traumas, recordações relevantes, neuras, manias. Debaixo de nossas cascas todos temos um arcabouço de memórias, experiências e eventos que auxiliaram na construção do que somos. Todas as nossas decisões e atitudes podem ser justificadas por estes elementos, então é importante dar a seu personagem um histórico, uma vida pregressa, uma série de eventos que contribuíram em sua formação até o momento que ele entra na sua história.<br />
<br />
E a terceira dimensão? Bom, esta é a que realmente o bicho pega. É aqui que um personagem deixa de ser um amontoado de características e memórias, e "cria vida" (por favor, note as aspas). Porque não interessa o quanto tenhamos vivenciado ou nos esforçado para acreditar em determinada coisa, quando o momento crucial chega, quando precisamos tomar uma decisão de vida e de morte, quando estamos no fio da navalha, é aí que mostramos nossas verdadeiras cores. Um pacifista pode causar uma guerra mundial. Um notório covarde pode realizar um ato heroico. Um gênio pode chegar a uma conclusão estúpida, pelo qual todo o Universo sofrerá as consequências.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0JD87fal-7TM3JS06N5W51TH22qmLtfQyGf1dSQO7jBKQcfppOsNbE3ybSmUtRgIKO_JTq3VvEmeom3Yp79QkeWsMQj0uwS4J7JyO2G0AM-GKU58GtnjE1xcwzZFiBOLTPkpylA/s1600/10441786.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0JD87fal-7TM3JS06N5W51TH22qmLtfQyGf1dSQO7jBKQcfppOsNbE3ybSmUtRgIKO_JTq3VvEmeom3Yp79QkeWsMQj0uwS4J7JyO2G0AM-GKU58GtnjE1xcwzZFiBOLTPkpylA/s1600/10441786.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Por quê eu não matei Isildur quando tive chance?"</td></tr>
</tbody></table>
Mas não pense nisso como algo arbitrário. A terceira dimensão é a soma das duas primeiras, mas com uma pitada extra de tempero, algo inesperado até mesmo para o próprio personagem. E é nessa pitada que está a diferença entre um personagem bom e um inesquecível.<br />
<br />
Parece complicado? E é, pode acreditar. Ninguém disse que seria fácil, ou que eu daria aqui todas as respostas (até porque não as tenho). Mas no próximo artigo explicarei uma técnica que, mesmo não sendo infalível, irá auxiliá-lo na criação de personagens tridimensionais.<br />
<br />
Até lá.<br />
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o quinto de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a> e o quarto <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-promessa-da-premissa.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-14259360287488477522015-04-23T10:38:00.001-03:002015-05-28T13:07:07.420-03:00A Promessa da Premissa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhArDL-IWgonGOKQhdUK6QkYFN-es8HnqceaIBcMvL8J_pG1kW8LdrtL7rXpa2vw1oKFpW7zPFw0SoqPodh_AyqsfKNt5wv0AKP64dE94Ds0rk7N2RbyxQeqce8jwb8D_VfTi9ucA/s1600/executor-checklist.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhArDL-IWgonGOKQhdUK6QkYFN-es8HnqceaIBcMvL8J_pG1kW8LdrtL7rXpa2vw1oKFpW7zPFw0SoqPodh_AyqsfKNt5wv0AKP64dE94Ds0rk7N2RbyxQeqce8jwb8D_VfTi9ucA/s1600/executor-checklist.jpg" width="236" /></a></div>
<br />
Muito bem, já temos um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">Tema</a>, já elaboramos um <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">Conceito</a>, é hora de escarafunchar um pouco mais, abanar a neblina, assoprar a poeira e ver o que tem de verdade nessa coisa que chamamos de história. É hora de começarmos a nos comprometer com o que realmente será escrito. É hora de estabelecer uma <b>PREMISSA</b>.<br />
<br />
E o que é uma premissa? <a href="http://www.priberam.pt/dlpo/premissa" target="_blank">Pode ir no dicionário</a> dar uma olhada se quiser (Aliás, esse é um hábito muito saudável). Já olhou? Entendeu? Legal. No nosso caso específico, a premissa será o fator que irá vender sua história. Sim, isso mesmo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUZg5a374oRF1phYVfdhShwnqQ6y06907efs5qzvgghTUHZuRyLpkZ_lN2riRW5OzsaQzBKoP6amyToiKhFJOO9cCGcTDcIZYR24VbcJCnO8UPRYvJbVBf3TuNJJgL85ftPg0bVw/s1600/head-banging.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUZg5a374oRF1phYVfdhShwnqQ6y06907efs5qzvgghTUHZuRyLpkZ_lN2riRW5OzsaQzBKoP6amyToiKhFJOO9cCGcTDcIZYR24VbcJCnO8UPRYvJbVBf3TuNJJgL85ftPg0bVw/s1600/head-banging.gif" width="320" /></a></div>
"Mas eu nem comecei a escrever a história e você já quer vendê-la?". Calma, pequeno gafanhoto. Primeiro, como eu já disse no artigo anterior, você <i>já está</i> escrevendo a história. Segundo, estamos falando mais em termos de gerar atrativos do que de cifras e montantes.<br />
<br />
Sua história precisa ser "comprada" por seus leitores. Eles precisam sentir um comichão irresistível para saber como ela se desenvolverá, e como terminará. Ele se interessou pelo tema, foi paquerado pelo conceito. Agora é hora de dar o bote e agarrá-lo. E a arma para isso é a premissa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2vi2KFVYEUo4_vTwC09XSACzcbnN7ix0vbRBnzRPWAoIa0dyCMV2VBYsemY6a9nTOnAYrqCyQ_jiVkGw0HooT1dCDEYJ5UwHBhx15PwbeAzB30ttmTnHug-Pe1Jx8iZPJaDxgOw/s1600/How+i+look+when+i+flirt+source+jay+leno_42fffb_4824141.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2vi2KFVYEUo4_vTwC09XSACzcbnN7ix0vbRBnzRPWAoIa0dyCMV2VBYsemY6a9nTOnAYrqCyQ_jiVkGw0HooT1dCDEYJ5UwHBhx15PwbeAzB30ttmTnHug-Pe1Jx8iZPJaDxgOw/s1600/How+i+look+when+i+flirt+source+jay+leno_42fffb_4824141.gif" width="320" /></a></div>
<br />
Uma premissa precisa se comprometer. Agora é hora de delinear efetivamente QUAL a história será contada. Entrar mais no detalhe, delinear um pouco mais os personagens e tudo aquilo que torna sua história interessante e instigante o suficiente para ser lida.<br />
<br />
Tá, mas como fazer isso? Não é fácil. Temos pouca matéria prima em mãos ainda (de novo, apenas Tema e Conceito). Precisamos de mais coisas, de mais ferramentas. Bom, aqui uma lista do que uma boa premissa DEVE conter:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Um (ou mais) Protagonista(s): </b>É hora de pensar na figura que impulsionará nossa história, que levará as bordoadas da trama e carregará nossa empatia até o ponto final. Mas não se preocupe com muitos detalhes ainda. Nesta etapa pode se ater à primeira dimensão (explicarei sobre dimensões de personagens no próximo artigo). Use arquétipos. Mas, se puder (e isso puder ser relevante para a trama), adicione um <i>twist</i>: "Um açougueiro vegetariano", "Uma freira com tendências sadomasoquistas", etc.</li>
<li><b>Cenário: </b>Toda história se passa em algum lugar, e em alguma época. Diga onde e quando sua trama se desenrolará, mesmo que ela se passe em diversos lugares e épocas diferentes. Cite todos, se for necessário. "São Paulo, início do século XXI", "China, 250 a.C.", "<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Tralfamadore" target="_blank">Tralfamadore</a>, do Big Bang à Entropia".</li>
<li><b>O Primeiro Ponto de Virada: </b>ou, em bom português, <i>Plot Twist</i>. Um ponto de virada é quando a vida pregressa do protagonista vira do avesso e ele precisa agir. É o primeiro impulso da história, algo que a transforma de um simples retrato prosaico em uma trama, em uma sequência de eventos que puxarão seus leitores do primeiro parágrafo até o ponto final.</li>
</ul>
<br />
Só isso. Tudo isso. Se estes elementos forem adicionados, você terá uma premissa. Junte tudo em poucas frases, se possível. Mas não negligencie os detalhes. Aqui, mais do que nunca, o Diabo está nos detalhes. É hora de correr riscos, de elevar a barra. Não tenha medo.<br />
<br />
Vou exemplificar. Imaginem a premissa abaixo:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>Após a morte de seu marido, uma mulher vasculha seus e-mais e descobre um segredo terrível que virará sua vida de cabeça para baixo.</i></blockquote>
É uma premissa? É. Tem uma protagonista (a viúva), um cenário básico (é um trama contemporânea) e o primeiro ponto de virada (a descoberta dos e-mails comprometedores).<br />
<br />
Agora, é uma boa premissa? Ela te deu vontade de continuar, de descobrir como a história se desenvolverá? Não, pois é genérica demais. Quem era o marido? Qual o segredo? Não precisa entregar todo o ouro, mas algo precisa ser dito, algo que seduza, que atice a curiosidade do leitor.<br />
<br />
Vamos tentar de novo:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>Após o assassinato de um milionário filantropo, sua viúva, ao ter acesso aos e-mails do marido, descobre que ele talvez esteja envolvido em uma rede de tráfico de escravas sexuais. Para desvendar essa história ela viajará pelos recantos pobres do Brasil até bordéis na Tailândia, numa experiência que colocará em xeque suas convicções conservadoras e sua própria sexualidade.</i></blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNPyIkwJzGDozVdC0x84capW281ssbAlPf8CHstxXSQkxJGrgsTlsmDw5gZpZ1PoLg64EU9IHCzSLS4LXaSp1WsUBqUstpqCqrFUb4ukCoyUTSmZFus6dp01AyqhSqyuOwwxmr8g/s1600/tumblr_mkr05mjsV21r98rooo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNPyIkwJzGDozVdC0x84capW281ssbAlPf8CHstxXSQkxJGrgsTlsmDw5gZpZ1PoLg64EU9IHCzSLS4LXaSp1WsUBqUstpqCqrFUb4ukCoyUTSmZFus6dp01AyqhSqyuOwwxmr8g/s1600/tumblr_mkr05mjsV21r98rooo1_500.gif" width="213" /></a></div>
Pronto, já melhorou. Um milionário filantropo envolvido em tráfico de mulheres? Uma viúva conservadora em uma jornada para a descoberta tardia da própria sexualidade? ESSA é uma história que eu queria ver desenvolvida. Perceba a diferença: na primeira tentativa qualquer história podia se encaixar nela. Era uma premissa fraca, frouxa, descomprometida. Pouco mais que um conceito. Já a segunda instiga uma série de perguntas, que sua história precisará responder. Os personagens ainda estão pouco delineados, mas já há um direcionamento maior. Sabemos QUAL história será contada.<br />
<br />
Deu vontade de escrever, não deu? Essa é a função da premissa. É seduzir não apenas um leitor hipotético, mas também o(a) escritor(a). Tema, Conceito e Premissa são ferramentas essenciais no processo criativo. Um Tema leva à um Conceito, que se solidifica em uma Premissa. Vapor, água e gelo. O etéreo começa a tomar forma, mesmo que ainda necessite de uma boa lapidação para se tornar arte.<br />
<br />
E qual o próximo passo? Você adivinhou: Construção de Personagens. Mas isso é o assunto do próximo artigo.<br />
<br />
Até lá.<br />
<br />
<hr style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;" />
<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.2000007629395px;">Este artigo é o quarto de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" style="color: #4d469c; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>, o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">aqui</a> e o terceiro <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2015/04/a-conceituacao-do-conceito.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos. </i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-80767371068327601892015-04-15T09:59:00.001-03:002015-05-28T13:07:16.810-03:00A Conceituação do Conceito<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0EOcFN3r_jbYGPw3h96vNXcwO9TzRTCIdqyBM5LZYZSLZSZXuYJ2BGaoxSM6DjsYZxXL62lG3-fDSa4PxFeRwuWvybFstGmPIsNWcuVE5EZsXPrQMj_D4X1C3nxUr1HmifjWWOQ/s1600/Writers-are-desperate-people.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0EOcFN3r_jbYGPw3h96vNXcwO9TzRTCIdqyBM5LZYZSLZSZXuYJ2BGaoxSM6DjsYZxXL62lG3-fDSa4PxFeRwuWvybFstGmPIsNWcuVE5EZsXPrQMj_D4X1C3nxUr1HmifjWWOQ/s1600/Writers-are-desperate-people.jpg" width="308" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Escritores são pessoas desesperadas e quando elas deixam de ser desesperadas elas deixam de ser escritoras." - Bukowski</td></tr>
</tbody></table>
Talvez lendo os artigos anteriores desta série você tenha se perguntado: E quando é que vamos sentar e escrever? Afinal um escritor é uma pessoa que escreve, não é mesmo? Por que perder tanto tempo com detalhes que poderão mudar a qualquer momento, que me impedem de despejar no papel todas as histórias que estão fervilhando em minha cabeça? Histórias têm personagens, tramas e reviravoltas. Todo o resto aparecerá durante a realização. No máximo durante a revisão. Por quê não estamos escrevendo então? Por quê? POR QUÊ?!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGdGnJfNIDDQ79uk4DJ0kMAEs4iSrEPfMiesMsh8IZM9fzue515NzRi3CyduAdc_R-bXGhNyKdiVgIRCsNTkoA3xWABW6luJrDWOaBslBr5c3NwqRfifoiMjB8Q-RkY_-VoyCfnQ/s1600/everybody-be-cool.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="151" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGdGnJfNIDDQ79uk4DJ0kMAEs4iSrEPfMiesMsh8IZM9fzue515NzRi3CyduAdc_R-bXGhNyKdiVgIRCsNTkoA3xWABW6luJrDWOaBslBr5c3NwqRfifoiMjB8Q-RkY_-VoyCfnQ/s1600/everybody-be-cool.gif" width="320" /></a></div>
Então deixa eu te contar uma coisa: Você <i>já está</i> escrevendo sua história. A diferença é que aqui você está deixando de lado toda essa coisa de tentativa-e-erro (e correção e revisão, e re-revisão, e etecéteras e tais) e está preparando o terreno <i>antes</i> de efetivamente sentar e escrever. É o que difere um escritor intuitivo de um planejador (como vimos no <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" target="_blank">primeiro artigo</a> dessa série). É a diferença entre simplesmente escrever e criar uma história envolvente, coerente e publicável.<br />
<br />
Aqui cabe uma analogia. Imagine um pintor de quadros. Ele tem uma ideia para uma pintura, fruto de uma inspiração, ou encomenda, ou mesmo do tédio, tanto faz. Antes de sair despejando suas tintas na tela, ele fez estudos, esboços, rascunhos. Experimenta técnicas, se sentir que precisa. Faz todo um planejamento prévio já que terá pouca ou nenhuma chance de corrigir a obra depois que a tinta secar. Só quando está seguro do que pretende fazer, de <i>como </i>vai fazer, é que ele monta o cavalete, separa suas tintas, escolhe os pincéis, limpa o godê e veste a boina.<br />
<br />
Qualquer atividade é assim, sejam elas mais ou menos artísticas. Há a intenção, o planejamento e a realização. Cada qual em sua devida ordem, ou a chance de que o resultado saia satisfatório caem drasticamente. Um cirurgião que não planeja a operação nos seus mínimos detalhes corre o sério risco de perder o paciente. O engenheiro que só sai empilhando tijolos é, no mínimo, irresponsável. Toda atividade necessita de três coisas: conhecimento, planejamento e ferramentas.<br />
<br />
Por quê com a literatura seria diferente?<br />
<br />
No <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">artigo anterio</a>r eu expliquei a primeira dessas ferramentas: o Tema. Ele será o norte que sua bússola apontará, que dará direção à sua história. Mas um tema não é o suficiente para que você comece a escrever. Não ainda. Um tema é apenas uma ideia, uma fagulha inicial. É preciso expandir o tema. Ampliá-lo. É preciso estabelecer um CONCEITO para a sua história.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkvZu4PR_eSqiYfiKtbHvd-YKkM7crN9xJIglNKZNIcMKMctrQCTUL4omRPE0A1tEFXELqb2WTrEJrAbpzXWCjRne8vsSt-aTxTLg5-DMlFiGgEfFPG4CNepmCHanUPlFjv_V7BQ/s1600/tim-and-eric-mind-blown.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkvZu4PR_eSqiYfiKtbHvd-YKkM7crN9xJIglNKZNIcMKMctrQCTUL4omRPE0A1tEFXELqb2WTrEJrAbpzXWCjRne8vsSt-aTxTLg5-DMlFiGgEfFPG4CNepmCHanUPlFjv_V7BQ/s1600/tim-and-eric-mind-blown.gif" /></a></div>
E o que é o conceito de uma história? Um conceito é um pouco mais do que um tema, e um pouco menos do que uma premissa (veremos sobre premissas no próximo artigo). Um bom conceito estabelece as fronteiras do tema e planta a semente da história. É aquele que já começa a traçar as linhas gerais, mas sem se aprofundar na trama ou nos personagens ainda. É o desenho com grafite duro na folha de rascunho, voltando à analogia do pintor.<br />
<br />
É quando você se faz uma pergunta do tipo "E se...?", descrevendo um cenário hipotético qualquer. E essa pergunta desencadeia uma série de perguntas semelhantes. E é dessas perguntas, dessa ânsia em respondê-las, que surgirá a história.<br />
<br />
Deixe-me exemplificar. Abaixo listo alguns conceitos de histórias já escritas. Tenho certeza que você será capaz de reconhecê-las:<br />
<ul>
<li><i>E se</i> um rapaz fosse picado por uma aranha radioativa que desse a ele as habilidades de um aracnídeo?</li>
<li><i>E se</i> o mundo estivesse dominado por máquinas que transformaram os humanos em baterias, e a realidade nada mais fosse que uma elaborada simulação implantada em nossos cérebros?</li>
<li><i>E se</i>, em um mundo fantástico habitado por cavaleiros e dragões, um rei morresse e deixasse o trono para seu filho, sem saber que na verdade o garoto é fruto de um incesto de sua esposa com seu cunhado, culminando em uma guerra pela sucessão?</li>
<li><i>E se </i>um casal de adolescentes apaixonados, vindos de famílias rivais, forjasse um pacto de suicídio que os levaria realmente à morte?</li>
</ul>
<div>
Deu pra entender, não deu? Perceba que os personagens, mesmo que em alguns casos tenham sido referenciados, na verdade não foram realmente construídos. São apenas esboços. O que interessa aqui não é <i>quem </i>irá ter sua história narrada, mas <i>O QUÊ</i> será contado, de onde partirá a história. Todo o resto, as tramas, subtramas, reviravoltas e conclusões germinarão deste primeiro conceito.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiZGAIN2HTBWU3WgY10g77DE27K4DT0OYoaClAB-oijfi898BhY7yknJ6c_2MufT8VJDuC7pLWfEFdprd3ed6H7Mv65cpmMBVYNAYXw4MgCcAwjYl0u3W5xHVM62p2NcFyeKbmYw/s1600/output_ywb9mm.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiZGAIN2HTBWU3WgY10g77DE27K4DT0OYoaClAB-oijfi898BhY7yknJ6c_2MufT8VJDuC7pLWfEFdprd3ed6H7Mv65cpmMBVYNAYXw4MgCcAwjYl0u3W5xHVM62p2NcFyeKbmYw/s1600/output_ywb9mm.gif" width="320" /></a></div>
<div>
É importante destacar que, diferente de um tema, que permite a inclusão de diversos subtemas ao tema central, um bom conceito não tem essa flexibilidade. Uma história com diversos conceitos na verdade não tem nenhum. Estabeleça um conceito, expanda-o o quanto for necessário, mas mantenha o foco, ou sua história ficará desgovernada e sem sentido. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Outra coisa: Seu conceito não precisa ser diretamente relacionado a seu tema, mas deve, de alguma forma, remeter a ele. Isso é essencial, ou então de nada valerá esse esforço inicial. Lembre-se: sua história existe para que você trate do tema escolhido, e o conceito é a uma de suas ferramenta para este fim.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Faça você este exercício. Tente extrair o conceito de alguma história que você já tenha lido ou de algum filme que tenha assistido. Lembre-se: não é hora de colocar personagens nem trama. Apenas fazer perguntas hipotéticas a respeito da história.<br />
<br />
Depois faça isso com aquela história que você está matutando há tempos, aquela que você quer escrever.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mas não faça isso apenas em sua mente. Sente e escreva. Abra um bloco de notas e coloque em palavras. Trace o primeiro esboço. Faça as perguntas certas. Algumas apenas, que deixarão você (e, se tudo der certo, seu leitor) intrigado a respondê-las. Coloque o máximo de drama possível, o máximo de tensão que puder colocar em um conceito hipotético. É a hora de pirar o cabeção. Cadê aquele uísque?<br />
<br />
Algumas dicas:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Conceito não é sinopse!</b> Esse é um erro comum. O conceito não é sobre o personagem, é sobre a história onde os personagens estarão circunscritos. É um questionamento que o fará pensar no que você faria naquela situação. Fique tranquilo que você escreverá a sinopse em breve.</li>
<li><b>Tenha culhões.</b> Evite conceitos genéricos e sem brilho. "Garoto sai de casa e vive grandes aventuras" não é um conceito. "E se um garoto fugisse de casa para escapar de um pai abusivo e entrasse em uma gangue de viajantes do tempo?" é muito mais instigante, por exemplo.</li>
<li><b>Adicione Drama e Conflito.</b> Sei que é difícil, em linhas conceituais, explorar o drama e o conflito, mas dentro dos limites estabelecidos é possível sim já prenunciar o que virá. Sua história precisará de drama e conflito para funcionar. É hora de dar uma pista sobre quais dramas e conflitos surgirão. "E se uma prisioneira de um campo de concentração nazista fosse obrigada por seus captores a escolher qual de seus dois filhos irá sobreviver?". Alguém tem dúvida que há drama e conflito nesse conceito?</li>
<li><b>Não exagere.</b> Temos a tendência de expandir tudo o que sentamos para escrever. Se sua história está implorando para ser escrita (e lida), isso significa que está no caminho certo. Mas vamos por partes. Expanda seu conceito até o ponto que perceber que está começando a contar a história. E então pare. Você escreverá essa história depois. Conceito é uma coisa, história é outra. Devagar com o andor.</li>
<li><b>Seduza</b>. Seu conceito precisa ser instigante, convidativo, interessante o suficiente para que um leitor separe um tempo livre para se dedicar à sua história. Olhe nos olhos deste leitor hipotético. Ofereça uma bebida e uma promessa de horas e horas de entretenimento recompensador. E seja seduzido também. Criar é se comprometer. Comprometa-se.</li>
</ul>
</div>
<div>
Como exemplo coloco o <i>teaser </i>trailer de <a href="http://www.imdb.com/title/tt1964418/" target="_blank">Tomorrowland</a>, o novo filme de <a href="http://www.imdb.com/name/nm0083348/?ref_=tt_ov_dr" target="_blank">Brad Bird</a> (<a href="http://www.imdb.com/title/tt0317705/?ref_=nm_ov_bio_lk3" target="_blank">Os Incríveis</a>, <a href="http://www.imdb.com/title/tt0129167/?ref_=nm_flmg_wr_8" target="_blank">Gigante de Ferro</a>), ainda não lançado, que mostra de maneira magistral o que é um conceito. Aliás, este trailer é um conceito em sua forma mais pura. Temos vislumbres dos personagens e da premissa, mas nada além disso. Ele levanta uma questão hipotética instigante, e termina com uma simples pergunta: "Gostaria de ir?"</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eu sei que gostaria. E que vou.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/3STisY5xnuw/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/3STisY5xnuw?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div>
<hr />
<i>Este artigo é o terceiro de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" target="_blank">aqui</a> e o segundo <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/nao-tema-o-tema.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos.
</i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-84751427560346117312015-04-08T13:11:00.000-03:002015-05-28T13:07:24.748-03:00Não Tema o Tema<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7aHbmyudOnaQ-02Yl6yqp2hH0JFDbkh4ZA-NsQV59JlkJM-bw29rbPn3E58m1fXnlZZzo3wD6SaQW20FHDjhTqYdti-4q7cK51n3tTvgbVfz8CPxztHfrvjV9Tez2w-UYbmU5eg/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7aHbmyudOnaQ-02Yl6yqp2hH0JFDbkh4ZA-NsQV59JlkJM-bw29rbPn3E58m1fXnlZZzo3wD6SaQW20FHDjhTqYdti-4q7cK51n3tTvgbVfz8CPxztHfrvjV9Tez2w-UYbmU5eg/s1600/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ok, então
você decidiu escrever um livro, fazer parte da elite intelectual, tornar-se
imortal através de suas palavras e ideias, participar de saraus, encontros
literários, noites de autógrafos, passar fome, viver na miséria e morrer como
um indigente tuberculoso... Não, péra, me perdi aqui. Você quer ser um(a) Escritor(a).
Com E maiúsculo. É isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Legal.
Muito bom. O primeiro passo foi dado. É essencial ter um objetivo, uma meta.
Não permita que ninguém o(a) desanime ou o tire de seu caminho. Estufa o peito
e cospe o chiclete. Estala o pescoço e os dedos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas antes
de sentar e marretar o teclado, quero te fazer uma pergunta:<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<h3>
<span lang="PT-BR">Por quê escrever um livro?</span></h3>
<div>
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não me olha
assim. É uma pergunta honesta. Não precisa responder agora. Calma. Deixe-a marinar um
pouco em sua cabeça. Caminha um pouco comigo. Cadê aquele uísque?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Escrever um
livro é uma trabalheira desgraçada. Você vai perder horas, dias, meses, anos.
Vai abdicar de grande parte de seu tempo livre no processo. Vai se frustrar,
se desesperar, sofrer física e emocionalmente. Vai brigar com familiares, chefes e
bichos de estimação por cada minuto livre. Vai ter uma ideia genial quando
estiver longe do computador, apenas para esquecê-la quando conseguir garimpar
um tempo para escrever. E no final de tudo ainda terá que revisar, reescrever, cortar, mudar,
corrigir. Isso sem garantia nenhuma de publicação. E, mesmo se conseguir
publicar, sem nenhuma garantia de sucesso. As chances de seu livro não passar
da primeira edição e desaparecer nos catálogos é muito maior que o contrário. E
nem me faça falar sobre o rendimento financeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MWX95q9K2IPSUO4bW4LkOPtADwR_BS2sgkEavyQizPwRkpAKFFd3uQvjwB0XMbaBrWDZMgSPY69VA7M2amiJkJLwtI_C-v2L3zgxDM-C-uzb_GowmfdNReThCXegssjCMMs3kQ/s1600/775330.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MWX95q9K2IPSUO4bW4LkOPtADwR_BS2sgkEavyQizPwRkpAKFFd3uQvjwB0XMbaBrWDZMgSPY69VA7M2amiJkJLwtI_C-v2L3zgxDM-C-uzb_GowmfdNReThCXegssjCMMs3kQ/s1600/775330.gif" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Desistiu?
Não? Bom. Muito bom. Isso é um bom sinal. Isso te ajuda a responder a pergunta
lá em cima. Você quer escrever um livro pois você não consegue <i>não</i> escrever esse livro, contar essa
história. Mesmo com as perspectivas mais sombrias e recompensas limitadas. Você
quer escrever um livro porque você <i>precisa</i>
escrevê-lo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Esse é o
espírito. Vamos em frente. Próxima pergunta:</span><br />
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<h3>
<span lang="PT-BR">Sobre o quê escrever?</span></h3>
<div>
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Parece bem básico, não é? Se você quer escrever, quer escrever sobre algo. Isso não é apenas importante, é essencial. Você não escreve para se tornar um escritor, você se torna um escritor escrevendo. E escrevendo sobre algo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas é nesse ponto que a maioria dos escritores trava. Sobre o que é o seu livro? Do que ele trata? Em suma, qual é o <b>TEMA </b>de seu livro?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">"Ah, é um livro de vampiros", alguém responde. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Errado. Esse não é o tema. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">"É uma ficção científica <i>hard </i>passada em um planeta distante e...", diz outro, na fileira da frente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nope. Também não é o tema, é o gênero. Mais básico que isso. Mais simples. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">"É a história de uma menina que..." - deixe-me interrompê-lo. Também não é o tema, é o começo de uma sinopse. Pense na pedra fundamental de sua história, sobre a qual toda a trama e os personagens vão ser construídos. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">"É uma história de amor, pombas!".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pronto. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">É isso.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Esse é o tema.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoeuaAPAHemqkhjXCUt3jGj-NS5pUZKlbwlws-nAIF1c0q7XetaiUNE4WuFVUhd2Gg9HUOv1hSmXe6NkC7wGKJzFVQaV8SQ5VUi-Ck823R0IKSpCozO8HMM7_l93Awmak1AbBOhA/s1600/What-the-fuck-GIFS.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoeuaAPAHemqkhjXCUt3jGj-NS5pUZKlbwlws-nAIF1c0q7XetaiUNE4WuFVUhd2Gg9HUOv1hSmXe6NkC7wGKJzFVQaV8SQ5VUi-Ck823R0IKSpCozO8HMM7_l93Awmak1AbBOhA/s1600/What-the-fuck-GIFS.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">É isso mesmo. Não interessa se sua história tem vampiros chorões, alienígenas purulentos, ou se passe em um mundo paralelo onde o chocolate é um veneno mortal (NÃÃÃÃOOO!!). Esses são os cenários, os personagens e as alegorias que você vai utilizar. Suas ferramentas de trabalho. Os meios para um fim. </span><br />
<span lang="PT-BR"><br /></span>
<span lang="PT-BR">E o fim é o tema. </span><br />
<br />
Toda boa história tem um tema central, algum assunto específico sobre o qual o autor quer tratar, e sobre o qual o autor quer levantar questionamentos.<i> <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Slaughterhouse-Five" target="_blank">"Matadouro 5"</a></i>, de<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Kurt_Vonnegut" target="_blank"> Kurt Vonnegut</a>, não é sobre um cara que viaja no próprio tempo, é sobre os horrores da guerra. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Senhor_dos_An%C3%A9is" target="_blank"><i>"O Senhor dos Anéis"</i></a> não é sobre <i>hobbits </i>tentando destruir um anel, é sobre a morte da mitologia. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dr%C3%A1cula" target="_blank"><i>"Drácula"</i></a> é uma história de amor. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankenstein" target="_blank"><i>"Frankenstein"</i></a> é sobre os limites éticos da ciência. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamlet" target="_blank"><i>"Hamlet"</i></a> é sobre vingança.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu poderia continuar, mas acho que você entendeu.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De acordo com <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Milan_Kundera" target="_blank">Milan Kundera</a> em seu <i><a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=80086" target="_blank">"A Arte do Romance"</a></i> (1986, Companhia de Bolso), um tema é "<i>uma interrogação existencial</i>". É algo que mira para além da superfície, que lida com temas profundos da existência humana. E é sobre isso que sua história tem que falar. Escolha um tema antes de escolher seus monstros. Vasculhe seus sentimentos, desencave seus medos e aflições. Descubra sobre o quê quer escrever antes de começar a escrever. Isso lhe dará um norte, um objetivo a almejar com sua história. Uma boa história começa com um bom tema.<br />
<br />
E onde encontrar um bom tema? Bom, aí é com você. O importante é que este seja um tema que você considere importante, algo que você é apaixonado(a), que te incomode, que sacuda suas crenças e convicções, que traga uma mensagem que você quer passar e um questionamento que você quer plantar na mente de seu leitor. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvD4gUdCAA6l8VepCeFQqYiwlTnohho74Z6aSrwz7Zxmi41DV6XxwYjg-6ShPrPqlKUA8cu4N3zob9TmoFIoySQDXbG2VEyZIPxbKA7FZsYXoukAwsivtS99T8VGz_thxv8-8oNQ/s1600/anigif_enhanced-buzz-25797-1416185591-25.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvD4gUdCAA6l8VepCeFQqYiwlTnohho74Z6aSrwz7Zxmi41DV6XxwYjg-6ShPrPqlKUA8cu4N3zob9TmoFIoySQDXbG2VEyZIPxbKA7FZsYXoukAwsivtS99T8VGz_thxv8-8oNQ/s1600/anigif_enhanced-buzz-25797-1416185591-25.gif" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Apenas tome cuidado para não ser óbvio ou cair no didatismo, ou em um moralismo panfletário. O tema deve permear a trama, mas nunca se fazer claramente presente. Ele deve estar implícito. Lembre-se da analogia da pedra fundamental, aquela que sustenta toda a estrutura mas que nunca é vista. O tema é o norte, mas nem toda jornada precisa ser até o Pólo Norte. Aliás, quase nenhuma é.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Também nada impede que a história tenha vários temas, mas é importante que ela tenha um tema CENTRAL, mesmo que cercado de subtemas. É sobre este tema que estamos falando aqui. A espinha dorsal de sua história. Todo o resto é acessório. Antes de pensar em como vai contar a história é importante definir sobre o quê será a história. Dê esse passo. Comprometa-se a ele. Você vai ver que, quando se sabe onde deve ir, o caminho se torna muito mais claro.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de escolher o tema, é hora de traçar o conceito de sua história, ou o caminho até ele. Mas isso é o tema (viu o que eu fiz aqui?) do próximo texto.<br />
<br /></div>
<hr />
<i>Este artigo é o segundo de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. O primeiro pode ser lido <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2015/04/o-discurso-do-metodo-ou-pantsers-vs.html" target="_blank">aqui</a>. Continuem ligados para ler os próximos.
</i><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-92172090273254453772015-04-01T11:03:00.000-03:002015-08-19T14:37:16.034-03:00O Discurso do Método (ou Pantsers vs. Plotters)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgru5pAmEfJ27UuxYIM834mVCQhT6XLYrwSh5IcBFoQLGGojAExQ29fmOQnlnA0HdJSDgO27-9557Az0OOMu0c6R4Ef1YoA6DCNwfTXRp7Sb8i9xtgSFZ4ISQtsOQpYTfB0uxQROw/s1600/writ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgru5pAmEfJ27UuxYIM834mVCQhT6XLYrwSh5IcBFoQLGGojAExQ29fmOQnlnA0HdJSDgO27-9557Az0OOMu0c6R4Ef1YoA6DCNwfTXRp7Sb8i9xtgSFZ4ISQtsOQpYTfB0uxQROw/s1600/writ.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Visualize por um instante a figura romântica do “Escritor”. Aquela figura mítica, culta e inteligente, um tanto excêntrica, cercada de livros, papéis, anotações e copos de uísque. O cigarro pende no canto da boca enquanto o cérebro flana no meio das nuvens, desbravando a névoa do imaginário e pescando histórias no éter do inconsciente coletivo, munido apenas de sua criatividade natural, sendo carregado nos ombros de suas musas inspiradoras. O escritor de vocação, o gênio inato das palavras e sentenças, cujos dedos enfeitiçados tamborilam incansáveis o teclado de uma velha máquina de escrever, produzindo sempre obras-primas imortais. Tudo o que ele precisa é de um gole de uísque, tempo e um estoque infinito de papel.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Imaginou? Você queria ser ele, não queria? Confessa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, hora do choque de realidade:</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esse escritor não existe.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGn79v8Ktri8HejqPj0NdCO1eZdSaf88ZQfMSZH2rswQMjmLueTXSEEZiQfQa_SHANQIM2cx9xnHW_4sCaG5Lghr2UwlFOqnJ1yBqq96eBIl6U6kRYx38sXlOXcHWYfQOBLlerwg/s1600/tumblr_mn5rdwTXD41s2pgxzo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGn79v8Ktri8HejqPj0NdCO1eZdSaf88ZQfMSZH2rswQMjmLueTXSEEZiQfQa_SHANQIM2cx9xnHW_4sCaG5Lghr2UwlFOqnJ1yBqq96eBIl6U6kRYx38sXlOXcHWYfQOBLlerwg/s1600/tumblr_mn5rdwTXD41s2pgxzo1_500.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Ponto, parágrafo, outra linha e travessão.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Calma. Toma uma água. Ou um gole de uísque. Não, não tome o veneno que está em cima do piano ainda. Respira. Fica comigo. Não é porque não existe esse arquétipo do Escritor Divino que você precisa desistir da carreira. Talvez, mas não por esse motivo. Realidade é bom. Realidade põe os pés no chão e os dedos no teclado. Suas histórias precisam voar. Você não. Pega minha mão e caminha comigo um instante. Traz o uísque.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aquele escritor não existe. Mas quais existem? Há muitas tentativas de catalogar os diferentes tipos de escritores. A mais recente os separa entre <i>pantsers</i> e <i>plotters</i> (ou <i>planners</i>). Uma tradução livre para estes termos seria “intuitivos” versus “planejadores”, no sentido que os primeiros simplesmente sentam e escrevem, tendo em mente apenas um fiapo de conceito e um esboço de protagonista, enquanto os outros planejam toda a história, criam toda a trama, constroem personagens, delineiam capítulos e reviravoltas antes mesmo de escrever a primeira linha. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vamos tirar um preconceito do caminho antes de continuarmos: É possível que um escritor “intuitivo”, que senta e escreve sem pensar a respeito, consiga produzir uma obra-prima? Claro. Perfeitamente possível. Aliás, muitos dos grandes gênios da literatura mundial podem ser considerados desta categoria. São os que mais se aproximam da descrição romântica lá do começo do texto. Mas estes são raridades. Se você é um deles, pare de ler esse texto imediatamente e vá escrever. Agora. Não olhe pra trás. Fique tranquilo, estarei na fila de seu lançamento. Mas saiba que te odeio com todas as fibras de meu ser. Dedicatória para seu grande fã, Alexandre, por favor. Morra afogado numa pilha fumegante de estrume, seu desgraçado. Obrigado.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas eu não sou um desses. E, muito provavelmente, você também não é. Pense um pouco em sua produção até aqui. Quantas vezes você tirou aquela história da sua cabeça, despejou-a no papel e ela se transformou em uma obra de arte logo na primeira versão?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nenhuma, né?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nem eu.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkxCrolZXmmIOV_8I2z656ZnGRF1AMbQZpODXHVxAZP6z_mAD3nKSTpiSKNa8Pa7CT7MzTJyz1L1OaATfinuWvJZvF4RlQFo4l2eeacUvqLljqguKIvJlml8g5_SGKv0KIXzO1Zg/s1600/tumblr_ml3sx4xHAa1rzapx4o1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkxCrolZXmmIOV_8I2z656ZnGRF1AMbQZpODXHVxAZP6z_mAD3nKSTpiSKNa8Pa7CT7MzTJyz1L1OaATfinuWvJZvF4RlQFo4l2eeacUvqLljqguKIvJlml8g5_SGKv0KIXzO1Zg/s1600/tumblr_ml3sx4xHAa1rzapx4o1_500.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Calma! Fica comigo. Não tem nada de errado nisso. Todos nós começamos como escritores “intuitivos”, cujos primeiros escritos impublicáveis jazem inéditos em sua gaveta e que você não permite nem que sua mãe leia. Aqueles em que você morre de vergonha só de lembrar deles. Textos que você escreveu na empolgação, de uma sentada só, que jorraram sem controle ou plano. Eles são um passo necessário para a evolução, para o aprendizado. Deixa eles lá quietos na gaveta que é o lugar deles. Levanta a cabeça e siga em frente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Alguns de nós sobem um degrau e começam a pensar <i>durante </i>a criação. A qualidade melhora um pouco, mas mesmo assim quase sempre terminam com um primeiro rascunho deplorável, que precisará de diversas revisões e reescrituras para se tornar minimamente legível, quiçá publicável. Isso quando conseguem terminá-lo. Porque, quando pensamos apenas durante a produção, corremos o risco de travar, de não saber pra onde ir em seguida. Alguns chamam isso de “bloqueio de escritor”. Outros botam a culpa em seus personagens, que subitamente “ganharam vida própria” e saíram do controle. Bobagem. Personagens não criam vida. E mesmo que criem, é você quem deu vida a eles, pode tirar quando quiser. Você é o deus de seus personagens, responsável por suas atitudes e destinos, então não se acovarde. E o tal “bloqueio” nada mais é que uma desculpa, um mito. Você se deixou levar pela maré e ela te jogou numa ilha deserta, sem chance de resgate, onde sua história definhará até morrer de inanição. Acontece. É um risco quando se é um escritor intuitivo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E existem os planejadores. Os que pensam <i>antes </i>de escrever. Que delineiam toda a história antes de contá-la. Que sabem onde ela vai terminar antes mesmo de darem o primeiro passo. Que perdem dias, meses, escrevendo panos de fundo para cada personagem, mesmo que quase nada daquilo será diretamente usado ou referenciado na história. Que sabem o que vai acontecer em cada capítulo, em cada diálogo. Que efetivamente terminam a história que começaram a escrever.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7mpfwbaQ4w_VF_TC6Wwlc718qQCm1Nltkpn-pJ8GT6ytupNP-D-u-SLQjSyhrx0ypJYS8lACSrpnI8qMn4vL7O7MdhRuZDEzvgN_8EVoP8gzueD6PMT2LCrYB2tyDRGLVVgnjlQ/s1600/tumblr_n6k4fhDFiT1s73qs0o1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7mpfwbaQ4w_VF_TC6Wwlc718qQCm1Nltkpn-pJ8GT6ytupNP-D-u-SLQjSyhrx0ypJYS8lACSrpnI8qMn4vL7O7MdhRuZDEzvgN_8EVoP8gzueD6PMT2LCrYB2tyDRGLVVgnjlQ/s1600/tumblr_n6k4fhDFiT1s73qs0o1_500.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Eu consigo ouvir seu Artista Interior berrando daqui. <i>“Esse filho da puta quer matar sua criatividade! Fuja, salve-se, proteja sua obra! Ele quer assassinar sua integridade artística!”</i>. Acredite, eu já ouvi esses mesmos berros em minha cabeça várias vezes. E, quer saber? Eles estão errados. Há hora e lugar para tudo. Organizar sua produção não significa suprimir sua criatividade, apenas concentrá-la onde ela é útil e necessária. Lembra-se daquele ditado, que a criação é <i>“um por cento inspiração e noventa e nove por cento transpiração”</i>? É sobre isso que estou falando. Não supervalorize a inspiração. Quem escreve só quando está inspirado não escreve nunca. E raramente termina o que começa. Consegue escrever talvez um conto curto. Uma anedota ou um poema, quem sabe? Mas se seu objetivo é escrever uma história longa, com diversos personagens, tramas, subtramas e reviravoltas, algo que irá consumir meses ou anos de sua vida, não dá pra contar apenas com inspiração, criatividade e espontaneidade. Você vai travar. Você vai abandonar o barco. E, mesmo que consiga terminar, terá em mãos um original impublicável que necessitará de inúmeras revisões e meses de retrabalho, sem nenhuma garantia de sucesso (neste caso, ser publicado). Pode ser que você dê a sorte de conseguir, por pura sorte ou talento inato, que sua obra fique boa de primeira. Mas as chances estão contra você.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dentre as vantagens de planejar sua obra antes de escrevê-la, posso listar:</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<ul>
<li><b>Sobrepujar o medo de começar:</b> escrever um livro é uma tarefa hercúlea, e a perspectiva opressiva do trabalho ainda abstrato na mente faz com que muitos desistam antes mesmo de começar. Planejando você reduz o monstro desconhecido a um monstro mais familiar e manejável. Não diminui o trabalho, mas tira o medo de encará-lo.</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Aumentar a agilidade:</b> chega de perder horas e horas olhando a página em branco, sem saber pra onde a história deve ir ou o que fazer a seguir. Um planejamento prévio te dá o caminho das pedras de sua trama. Você sabe, no momento que senta pra escrever, o que irá escrever. Isso te livra das amarras da inspiração (mas não da criatividade). Se bem feito, um livro que levaria anos para ser realizado poderá levar uma fração deste tempo.</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Reduzir as revisões e reescrituras:</b> quando você terminar sua história, seu primeiro rascunho não será tão ruim (em comparação com a produção intuitiva). Claro, ainda serão necessárias algumas revisões e reescrituras, mas a vantagem é que, com um planejamento, você saberá exatamente <i>onde </i>e <i>o que</i> revisar, reescrever, adicionar ou cortar.</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Terminar sua história:</b> chega de bloqueios inconvenientes ou personagens rebeldes. Você é o dono da história, você dita a trama. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o_de_S%C3%A3o_Paulo_%28cidade%29" target="_blank"><i>Non dvcor dvco</i></a>! <i><a href="http://terribleminds.com/ramble/2014/11/26/why-its-important-to-finish-your-shit/" target="_blank">Finish your shit!</a></i></li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal">
Não estou aqui dizendo para você chutar seu Artista Interior pra fora do escritório e virar um <a href="http://memoria.oglobo.globo.com/institucional/promocoes/operaacuterio-padratildeo-9260928" target="_blank">"Operário Padrão"</a> literário. Se você entendeu isso, por favor volte ao início e leia tudo de novo com mais atenção. A Arte precisa estar presente, precisa guiar cada passo. Mas ela não pode ser a única responsável pela sua produção. Você sabe como são os artistas. A Arte é uma soma de Inspiração e Criatividade, mas ela também depende de Esforço e Dedicação para sair do campo das ideias e se tornar algo concreto, compartilhável e apreciável. É preciso terminar sua obra de uma vez por todas. E para que você consiga isso, um pouco de planejamento prévio não fará mal algum. Muito pelo contrário. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Planejar não significa engessar. Você é o dono de seu trabalho. Se no meio do caminho você perceber que seu planejamento está furado ou que descobriu um caminho melhor, nada impede que você mude todo o planejamento. Há margem para a criatividade, para o improviso, para a inspiração. A diferença é que nem você nem sua obra serão reféns destes elementos. Você sabe onde quer chegar. Se o caminho escolhido não funcionou, tente outro. Mas o destino não muda.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Então, ao invés de ficar aí resmungando sobre uma pretensa integridade artística idílica e romântica, por que você não tenta? Sente-se, planeje, delineie sua história. Depois a escreva de acordo com este plano. Você vai ver como é possível aplicar uma metodologia na criação sem necessariamente retirar o prazer da sua realização, nem a criatividade e a originalidade do produto final. Dê uma chance. Você não vai se arrepender.<br />
<br />
<hr />
<i>Este artigo é o primeiro de uma série sobre a aplicação de metodologias no processo de escrita. Acompanhem o blog para ler os próximos.</i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-4211819597086952942015-02-06T10:34:00.001-02:002015-04-08T17:21:58.153-03:00Utopia x Distopia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhPFbcTr-I5qcgySgiFEaGWbtj5z_UY3keoySYlqQ7CpR9xsNTVVcyFoc9s5Jl2tCHTdscV42AzSwxLDnKmAz4RP7Z-iRq3_krnJhU9frUFxiohw0ezHrLsvfz-M1qEpobE3RJ9Q/s1600/167-1257833237-f5f9b7925c850970dadfbefe68ac367b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhPFbcTr-I5qcgySgiFEaGWbtj5z_UY3keoySYlqQ7CpR9xsNTVVcyFoc9s5Jl2tCHTdscV42AzSwxLDnKmAz4RP7Z-iRq3_krnJhU9frUFxiohw0ezHrLsvfz-M1qEpobE3RJ9Q/s1600/167-1257833237-f5f9b7925c850970dadfbefe68ac367b.jpg" height="355" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Mesma cena: pai sentado assistindo TV num domingo a tarde. Chega a filha.<br />
<br />
<h3>
REALIDADE 1:</h3>
<br />
- Pai, queria te apresentar meu namorado...<br />
<br />
- Namorado? E desde quando você namora?<br />
<br />
- Pai, esse aqui é o Arlindo. Arlindo, esse é meu pai.<br />
<br />
- Arlindo, é? Arlindo de quê? Bom, não interessa. Pelo menos não é uma garota. Você não é uma garota, é?<br />
<br />
- Pai!<br />
<br />
- Não senhor. Sou homem. Desde que nasci.<br />
<br />
- Não dê uma de engraçadinho comigo, rapaz. Não sei quem você pensa que é, mas aquela lá é minha princesa, está me entendendo? Criada nos bons valores morais, vai à missa todo domingo e é virgem como um querubim. E é assim que ela vai permanecer até o dia do casamento, tá compreendido?<br />
<br />
- Pai!<br />
<br />
- Claro, senhor. Perfeitamente. Minhas intenções com sua filha são as mais...<br />
<br />
- E eu lá estou interessado em suas intenções? Suas intenções são as minhas intenções, tá entendido? Se você pensar em mijar fora do balde eu pessoalmente vou garantir que você nunca mais mije de pé, compreendeu?<br />
<br />
- Pai!<br />
<br />
- Sim, senhor. Claro senhor. Quero assegurar que...<br />
<br />
- Quem vai assegurar aqui sou eu. Você parece ser um bom rapaz. Já foi preso, se meteu em alguma encrenca? Onde foi que vocês se conheceram?<br />
<br />
- No grupo dominical.<br />
<br />
- Você não vai no grupo dominical. Que história é essa?<br />
<br />
- É online, pai.<br />
<br />
- Tanto faz. Me diga uma coisa, rapaz: em sua casa tem água?<br />
<br />
- Três dias por semana, senhor.<br />
<br />
- Pra mim é o suficiente. Vocês têm minha bênção. Agora me deixem em paz que vai começar o jogo.<br />
<br />
<h3>
REALIDADE 2</h3>
<br />
- Oi pai.<br />
<br />
- Oi filha. Quem é sua amiga?<br />
<br />
- É a Eleanor. E ela é mais que amiga.<br />
<br />
- Outra namorada? Foram quantas essa semana? Três? Quatro?<br />
<br />
- Pai!<br />
<br />
- Estou brincando. Seja bem vinda, Eleanor. Você bebe?<br />
<br />
- Um pouco.<br />
<br />
- Maravilha. Senta aí que eu já trago uma cerveja e a gente conversa. Vai começar o jogo. Quer uma também, filha?<br />
<br />
- Só um copo d'água, pai, por favor.<br />
<br />
- Saindo um copo d'água e duas cervejas. No capricho!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-43099266079027046182014-05-20T09:55:00.000-03:002015-04-08T17:22:12.107-03:00RESENHA: Sensações - Rafael Bertozzo Duarte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQSDAD31XKpr8MAS2Vp0LULZBsHH4mYDSJD6XNTRyEO4s31epOEzbUwC-uecNqjTtWBbJqpDb16scV_ZswQhdXWYJkiNLUAxQ1oseHEZp6GtrE1Di53JG01mz-Fy9tOnbTvli2Qg/s1600/81-x274GoVL._AA1500_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQSDAD31XKpr8MAS2Vp0LULZBsHH4mYDSJD6XNTRyEO4s31epOEzbUwC-uecNqjTtWBbJqpDb16scV_ZswQhdXWYJkiNLUAxQ1oseHEZp6GtrE1Di53JG01mz-Fy9tOnbTvli2Qg/s1600/81-x274GoVL._AA1500_.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
Título: <b><a href="http://www.amazon.com.br/Sensa%C3%A7%C3%B5es-Rafael-Bertozzo-Duarte-ebook/dp/B00GEBGEL8/" target="_blank">Sensações</a></b><br />
Autor: <b>Rafael Bertozzo Duarte</b><br />
Páginas: <b>862 toques</b> (Kindle)<br />
Editora: <b>Auto publicação</b><br />
Ano: <b>Não informado</b><br />
<br />
"Sensações" é uma coletânea de contos de literatura fantástica de autoria do gaúcho Rafael Bertozzo Duarte, editado pelo próprio em formato e-book. Na capa vemos o selo "Oficina de Escritores", que descobri ser um coletivo de autores empenhados no aprimoramento literário através de leituras críticas, e não uma editora.<br />
<br />
Os contos não seguem uma temática única, variando de gêneros como ficção científica, feitiçaria e lendas. Variam também na extensão, sendo alguns curtos e rápidos, e outros mais longos.<br />
<br />
Em comum, senti a falta de um trabalho editorial mais acurado. Há diversos erros gramaticais e ortográficos, e uma série de problemas que uma revisão mais cuidadosa não deixaria passar, como repetições de nomes e palavras, além de descrições verborrágicas desnecessárias. A editoração não é primorosa, mas não compromete.<br />
<br />
Vamos aos contos:<br />
<br />
<h3>
Sensações</h3>
Logo após a primeira menstruação, a menina Isabela descobre ser capaz de sentir fisicamente os desejos e intenções sexuais direcionados a ela, o que a faz se distanciar de relacionamentos afetivos por toda a vida.<br />
<br />
Partindo de uma premissa interessantíssima, o autor coloca a protagonista em uma série de situações, por vezes divertidas, muitas vezes humilhante. A "condição" de Isabela é uma metáfora curiosa, pois nos coloca como "culpados" de seu sofrimento, e nos faz compadecer das vítimas de assédio sexual, uma situação ainda muito comum em nossa sociedade. O final feliz da história dilui um pouco este impacto, e é corrido e artificial, o que é uma pena, pois a premissa inicial merecia um final melhor.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></div>
<br />
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<br />
<br />
<h3>
Epifania Cósmica</h3>
Um casal de humanos viaja em uma espaçonave rumo ao centro do Universo, no local onde ocorreu o Big Bang. Lá eles encontram uma civilização alienígena avançada, que os coloca em contato com o Criador do Universo.<br />
<br />
Tentando parecer mais profundo do que realmente é, esta noveleta desperdiça uma premissa interessante em uma longa e desnecessária filosofada que não diz nada e não leva a lugar algum. Os personagens principais, o piloto Lurien e a cientista Andrira, são desinteressantes e unidimensionais. Lurien recebe o benefício de encontrar-se com o Criador sem muito mérito, e Andrira frequentemente se perde em longas e maçantes explicações didáticas que não agregam muito à trama, que já é confusa. O conto tropeça em ritmo e extensão, diluindo o impacto da "epifania" antecipada pelo título. E mesmo essa é internalizada pelo protagonista, o que é decepcionante. Dentre todos os contos do livro, este é o que mais se beneficiaria de uma revisão profunda.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" /></a></div>
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<br />
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<br />
<h3>
Diálogo na fábrica de universos</h3>
Dois funcionários em uma "fábrica de universos" conversam a respeito do trabalho escolar do filho de um deles.<br />
<br />
Tentando fazer uma anedota existencial, ou exercício de imaginação, este conto se perde em uma troca de amenidades permeadas com detalhes técnicos irrelevantes que, no final, não tem graça, não é imaginativo e nem cumpre a pretensão de trazer uma reflexão sobre a existência de macro-micro-universos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" /></a></div>
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<br />
<h3>
A morada dos espíritos</h3>
O garoto Felipe fica intrigado com um mistério: a impossibilidade de atravessar o rio de seu vilarejo. Após diversas tentativas frustradas, decide construir uma ponte para chegar ao outro lado.<br />
<br />
Diferente dos outros textos do livro, esta noveleta cumpre a função de fazer uma reflexão existencialista instigante, ao mesmo tempo em que narra uma história de superação divertida e interessante. Há um ar de lenda, um misticismo implícito que levanta questões fundamentais. O texto tem alguns problemas de ritmo e a tendência de explicar demais. A construção da ponte é inverossímil, mas este é um pecado leve. É o melhor texto do livro.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></div>
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<br />
<br />
<br />
<h3>
Procura-se Príncipe Encantado</h3>
Anúncio classificado de vaga para príncipe encantado.<br />
<br />
Piadinha boba, nem pode ser considerada um conto. No máximo uma postagem no Facebook. Engraçadinha mas descartável.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<h3>
Apoteose</h3>
Releitura do Genesis sob o ponto de vista de Lúcifer, descoberta por uma seita religiosa denominada "Apoteóticos".<br />
<br />
Neste conto há uma tentativa de escrever os "Evangelhos segundo Lúcifer", e narrar a sua descoberta por um grupo religioso que acreditava nesta linha de pensamento. Os trechos do "texto" encontrado são interessantes, deturpando as escrituras católicas e incutindo uma nova mensagem que, mesmo não sendo muito original, é revolucionária (e sacrílega) o suficiente para atrair a atenção. Já a aventura dos apoteóticos é enfadonha e sem ritmo, com personagens descartáveis e um conflito desnecessário. Fica a impressão de uma boa ideia desperdiçada em um grande clichê cinematográfico. Uma pena.<br />
<br />
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</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></div>
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<br />
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<br />
<h3>
Longe de casa</h3>
Diálogo entre um humano criado em cativeiro que tenta copular com uma humana capturada, em uma gaiola alienígena.<br />
<br />
Uma ideia no mesmo nível de "Diálogo na fábrica de universos", remete aos clássicos mais trash de "Além da Imaginação", mas sem o mesmo charme. O diálogo rápido e desinteressante entre o casal deságua em uma "reviravolta" previsível e tola. O texto se beneficiaria caso o mistério e a construção da expectativa fossem melhor trabalhados, e a interação entre personagens fosse mais divertida, mas do jeito que está é um texto descartável.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" /></a></div>
<br />
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<br />
Publicou um livro e quer vê-lo resenhado aqui? <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2014/03/faq-envio-de-livros-para-resenha.html">Leia as regras de envio.</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-18661923128857960802014-05-14T10:47:00.001-03:002015-04-08T17:22:23.395-03:00RESENHA: A um Passo da Tragédia - Antonio Rocco<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgChXWo-9IkFovWkrY3Z5VT4Q3rG1rCpL4m3C72SX6WH1JJ3-_4RrFcqiQE-fSi9iTJ47wdY87Y_XmoMxr8cIum8qaAKjXvqJjNh3TPzO3H9DaVd4UW737kEpPMDiHJOWOh_v19vQ/s1600/DSC_0136.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgChXWo-9IkFovWkrY3Z5VT4Q3rG1rCpL4m3C72SX6WH1JJ3-_4RrFcqiQE-fSi9iTJ47wdY87Y_XmoMxr8cIum8qaAKjXvqJjNh3TPzO3H9DaVd4UW737kEpPMDiHJOWOh_v19vQ/s1600/DSC_0136.JPG" height="320" width="227" /></a></div>
Título: <b>A Um Passo da Tragédia</b><br />
Autor: <b>Antonio Rocco</b><br />
Páginas: <b>180</b><br />
Editora: <a href="http://www.teatronext.com.br/"><b>N.Ex.T</b></a><br />
Ano: <b>2008</b> (2a. Edição)<br />
<br />
"A Um Passo da Tragédia" é uma coletânea de textos teatrais, com uma temática cômica, mas que, como o título indica, estão prestes a escalar para um drama maior. Alguns textos são curtos e diretos, sketches simples. Outros são mais complexos, com mais personagens e jogos de cena que exigirão maiores esforços da trupe que os adaptar.<br />
<br />
Antonio Rocco faz um esforço para que seus textos tenham uma reviravolta no final, que tenta dar um sentido diverso ao que acabamos de testemunhar. Em alguns casos é bem sucedido, em outros nem tanto.<br />
<br />
Os textos "Por favor, deixe-me tentar novamente", "Ato falho" e "Mera coincidência" compuseram uma trilogia chamada "Os Dez Mandamentos do Jogo dos Sete Erros" (ótimo título) que foram encenadas em 1994 no Teatro Ruth Escobar e em 1995 no Crowne Plaza, ambos em São Paulo.<br />
<br />
<h3>
Por favor, deixe-me tentar novamente</h3>
<div>
Um sketch rápido, com apenas dois atores (um casal de velhinhos), onde apenas a mulher fala para um marido entretido na leitura de uma revista Playboy. A conversa escala rapidamente para uma DR cheia de mágoa e ressentimento, no limite do desconforto, especialmente dada a ausência de reação do marido. Infelizmente essa premissa interessante é desperdiçada em uma piada tola e fora de contexto no final.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" /></a></div>
<br />
<h3>
</h3>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<h3>
Ato falho</h3>
<div>
Uma mulher volta de uma festa bêbada, e tenta conversar sobre o relacionamento com o marido, que voltou antes por uma crise de ciúmes e aparenta estar dormindo no sofá. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Outro sketch rápido com um casal como protagonista, mas desta vez há um maior experimentalismo, especialmente na parte do absurdo da situação. A "conversa", de novo monopolizada pela esposa, beira o surreal, com variações de humor bem dosados. O final pontua a cena de maneira chocante, mas coerente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<h3>
Mera coincidência</h3>
<div>
Uma mulher encontra o ex-marido no meio da noite em uma rua escura e testemunha seu suicídio. Ou isso é o que ela quer convencer a polícia que aconteceu. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
O autor descreve essa cena como "Drama em um átimo", e não há melhor maneira de defini-la. Uma cena curta, rápida e que deixará confusos aqueles que não prestarem atenção nos detalhes. Mas isso não tira o brilho e a inteligência, em especial no final, que nos faz rever tudo em retrospecto.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a><br />
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<h3>
Ser mãe</h3>
<div>
Duas mulheres grávidas, amigas do tempo do colégio, se encontram na fila do banco. Uma delas é pudica e recatada, e outra desbocada e sincera. A conversa escancara as diferenças entre as duas amigas e, com isso, a hipocrisia da sociedade. Um texto ferino e interessante, divertido e ao mesmo tempo perturbador, especialmente no final.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a><br />
<br />
<h3>
O Natal mais feliz da minha vida</h3>
<div>
Na véspera de Natal o dono de um boteco precisa lidar com sua esposa, um bêbado, clientes, uma briga de trânsito, um assalto e sua amante grávida. O texto tem potencial, é interessante desde o começo, e possui personagens marcantes (o bêbado, Birigui, é ótimo). Utilizando o formato "comédia de erros", as situações se sucedem em uma escalada frenética. Uma pena que, mesmo o texto tendo dois finais, nenhum deles seja satisfatório. O primeiro termina a confusão de maneira abrupta e abusando do pastelão. O segundo arrasta a resolução ineficiente (e, por que não dizer, até mesmo repreensível) sem um foco, diluindo o início promissor em lugares-comuns. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" /></a></div>
<br />
<br />
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<br />
<br />
<h3>
Os mais miseráveis</h3>
<div>
Não li. Além de não ser grande fã de musicais, o texto é inteiro em versos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
<h3>
Muro</h3>
<div>
Este eu tentei, mas abandonei. Um longo monólogo de 9 páginas, com frases encadeadas sem pontuação, confuso e sem muito nexo. Provavelmente possa ficar interessante se encenado, mas como leitura não deu.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nota:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" /></a></div>
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Publicou um livro e quer vê-lo resenhado aqui? <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2014/03/faq-envio-de-livros-para-resenha.html">Leia as regras de envio!</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-27549814701836918322014-04-24T10:06:00.000-03:002015-04-08T17:23:41.392-03:00RESENHA: “Os Carangonços de Riobaldo”, “O Xenólogo de Sirius” e “Eram @s Deus@s Crononautas” de Antonio Luiz M. C. Costa <div class="MsoNormal">
Desta vez não será analisada apenas
uma obra, mas três noveletas de ficção científica do <a href="http://www.cartacapital.com.br/autores/antonio-luiz-m-c-costa" target="_blank">escritor Antonio Luiz M. C. Costa</a> publicadas exclusivamente em e-book pela
<a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Editora Draco</a>. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estas noveletas têm em comum se passarem em um mesmo
universo ficcional, e também por referenciarem livros clássicos de
literatura fantástica, seja nos títulos, formatos ou mesmo na temática. Sem
mais delongas, vamos a elas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Título: <a href="http://editoradraco.com/2012/04/15/os-carangoncos-de-riobaldo-antonio-luiz-m-c-costa/" target="_blank">Os Carangonços de Riobaldo</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp1sWlGY6FQlKsoHHgN8IrVdZlb1VRTc3VtUwaE8BuBV5WcVDcNbo8I3umbipjUCisPUmHJTpZhHp-gBRVb3O361q1pJdYuD83BV62Vozwm0mQlxLnmj-0jwBTzxAQrpCX2THr_Q/s1600/999040-200x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp1sWlGY6FQlKsoHHgN8IrVdZlb1VRTc3VtUwaE8BuBV5WcVDcNbo8I3umbipjUCisPUmHJTpZhHp-gBRVb3O361q1pJdYuD83BV62Vozwm0mQlxLnmj-0jwBTzxAQrpCX2THr_Q/s1600/999040-200x300.jpg" /></a></div>
Autor: <b>Antonio Luiz M. C. Costa</b><br />
Páginas: <b>480 posições</b> (Kindle)<br />
Editora: <a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Draco</a><br />
Ano: <b>2012</b><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nesta primeira novela o autor presta homenagem ao clássico
brasileiro “<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Sert%C3%A3o:_Veredas" target="_blank">Grande Sertão: Veredas</a>”, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Guimar%C3%A3es_Rosa" target="_blank">Guimarães Rosa</a>, não apenas com
referências de nomes dentro da própria história, mas também no formato narrativo. Da
mesma maneira que na obra homenageada, aqui temos o testemunho de Tiago,
militante da Solidariedade Galáctica alocado no planeta Riobaldo, que orbita a estrela
Veredas, para um documentarista do Canal Descobrimento, sobre o primeiro
encontro com as criaturas denominadas “carangonços”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A estrutura narrativa segue o padrão criado por Guimarães
Rosa: Tiago fala com um dialeto que mistura um sertanejo mineiro rústico com
o de um técnico em expedições planetárias, o que por vezes gera um
estranhamento, mas nada que atrapalhe a leitura. Tiago conta sobre o dia em que recebeu a notícia que chegaria a
Riobaldo sua antiga namorada da Terra, Isabel, e decide tirar alguns dias de
folga para tentar resolver as pendências deste relacionamento. No
caminho encontra Aisha, uma amiga com quem tem um caso não definido, e passam a noite juntos. No dia seguinte ambos são convocados para uma missão de
resgate de um grupo de biólogos que foram sequestrados por criaturas não
catalogadas. Entre os biólogos está a antiga namorada de Tiago, Isabel. No processo de
resgate eles descobrem que as criaturas, nomeadas pejorativamente pelo narrador como
“carangonços”, possuem inteligência e auto-consciência, além de uma estrutura de sociedade primitiva, o que pode colocar em
xeque a colonização do planeta, pois vai de encontro com as normas de
terraformação vigentes.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A história é bastante criativa e o universo criado é coeso e interessante. Detalhes técnicos, que vão desde a maneira que os
veículos navegam até como as roupas se comportam (!), são explicados de forma
didática. A trama, apesar de simples e direta, tem implicações claras, que
dariam margem a uma história mais longa. É uma pena que, pela brevidade do
texto, personagens como Aisha e Isabel não tenham espaço para crescimento. A
história termina de maneira apressada, com uma resolução satisfatória demais
para todos os envolvidos, dadas as implicações que a descoberta dos carangonços
poderia trazer. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nota: </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Título: <a href="http://editoradraco.com/2012/04/15/o-xenologo-de-sirius-antonio-luiz-m-c-costa/" target="_blank">O Xenólogo de Sirius</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCWf6G-OCq9jOHLG2i_JwfFGPlyMdDAEc019lIjvj0b1a__v_ValXjUmWjiB0FhgSPG-A57ciYhryxcjC8FT6ehvPzweH7DFYGHkriUcVYxMJSfyFo2OBUmjMUq-TWszF9b2s2jQ/s1600/999041-200x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCWf6G-OCq9jOHLG2i_JwfFGPlyMdDAEc019lIjvj0b1a__v_ValXjUmWjiB0FhgSPG-A57ciYhryxcjC8FT6ehvPzweH7DFYGHkriUcVYxMJSfyFo2OBUmjMUq-TWszF9b2s2jQ/s1600/999041-200x300.jpg" /></a></div>
Autor: <b>Antonio Luiz M. C. Costa</b><br />
Páginas: <b>1186 posições</b> (Kindle)<br />
Editora: <a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Draco</a><br />
Ano: <b>2012</b><br />
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
A obra referenciada aqui é “<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Microm%C3%A9gas" target="_blank">Micrômegas</a>”, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Voltaire" target="_blank">Voltaire</a>,
lançada em 1752. Narrado em terceira pessoa, a
história acompanha o hermafrodita siriano 4138-383C-463E-A434 (todos os nomes
sirianos são cadeias de caracteres hexadecimais), um xenólogo que estuda a
evolução da espécie humana na Terra desde o surgimento das primeiras sociedades
primitivas. Quando os humanos atingem o estado tecnológico e evolucionário
suficiente para que possam ser aceitos dentro da Solidariedade Galáctica, o
xenólogo tem a oportunidade de embarcar em uma nave terrígena para aprofundar
seus estudos. Durante a viagem ele se envolve com a humana Luli, através de
simulações em espaço virtual, onde ambos compartilham sensações e pensamentos íntimos de suas raças.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Neste texto há um cuidado maior na formação dos personagens.
A estrutura episódica, com o foco narrativo em Micrômegas (como o siriano foi
apelidado pelos humanos, em referência explícita) facilita a compreensão do
ponto de vista alienígena com a troca de experiências entre as raças. Da mesma
forma, somos capazes de simpatizar com a humana Luli e seus dramas existenciais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Novamente o ponto alto da história é a criatividade com que
o autor cria a biologia alienígena, bem como as estruturas funcionais de uma
sociedade avançada, abusando de nanotecnologias e traquitanas inventivas. Um ponto interessantíssimo foi
a maneira como os humanos “superaram” a morte, e o conceito de “união” de
indivíduos para perpetuação da espécie sem a preocupação com a explosão demográfica. Outro ponto importante foi a maneira como o autor lidou com um
tema espinhoso: o sexo inter-racial (uma humana com um alienígena hermafrodita).
A utilização de simulações em espaço virtual foi uma solução elegante não
apenas para este problema, mas também para que possamos compreender o drama que
advém dessa prática quando os personagens se encontram no “mundo real”. Até a antagonista, a inteligência artificial que comanda a nave, Hwantla, é
interessante, mesmo seguindo ao pé da letra a cartilha de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/HAL_9000" target="_blank">HAL-9000</a> (de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/2001:_A_Space_Odyssey" target="_blank">2001 –Uma Odisséia no Espaço</a>).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pecando apenas na conclusão, novamente apressada e entulhada
de soluções rápidas, satisfatórias para os personagens, mas frustrantes ao
leitor, “O Xenólogo de Sirius” é uma história
intrigante o suficiente para merecer mais algumas páginas. Ou mesmo um romance
mais extenso.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nota: </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj_kgvOVkSEqSbel98GcSPOxoG4eaE12_IGHr9a_Ye03mAAwa1wsDUCp-2kqo576oqK5QDWBaglDP_ndoE-gRp7znkEsAEya98b7wLNkitb1AEY3UTEMK1KOsxyNhBPdXrAmyUog/s1600/999039-200x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj_kgvOVkSEqSbel98GcSPOxoG4eaE12_IGHr9a_Ye03mAAwa1wsDUCp-2kqo576oqK5QDWBaglDP_ndoE-gRp7znkEsAEya98b7wLNkitb1AEY3UTEMK1KOsxyNhBPdXrAmyUog/s1600/999039-200x300.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Título: <a href="http://editoradraco.com/2012/04/11/eram-s-deuss-crononautas-antonio-luiz-m-c-costa/" target="_blank">Eram @s Deus@s Crononautas</a><br />
Autor: <b>Antonio Luiz M. C. Costa</b><br />
Páginas: <b>585 posições</b> (Kindle)<br />
Editora: <a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Draco</a><br />
Ano: <b>2012</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
Após um defeito em um veículo de transporte interplanetário,
Naji, um blimundano hermafrodita, e Yavi, um humano evoluído (<i>Homo Novus</i>) são enviados para a Terra
pré-histórica, em uma vila ubaidiana de proto-humanos na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesopot%C3%A2mia" target="_blank">Mesopotâmia</a>. Incapazes de retornar a seu próprio tempo, eles acabam se
incorporando àquela sociedade ancestral, compartilhando seus conhecimentos e sendo
venerados como deuses.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A referência aqui é clara desde o título, parodiando o
clássico pseudo-científico “<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Eram_os_Deuses_Astronautas%3F" target="_blank">Eram os Deuses Astronautas?</a>”, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Erich_von_D%C3%A4niken" target="_blank">Erich Von Däniken</a>.
Este talvez seja o maior problema deste texto, visto que já sabemos seu
desfecho assim que os protagonistas são enviados em sua viagem no tempo. Mas,
superado isso, o texto consegue se sustentar, fugindo do maniqueísmo. O foco
narrativo está na alienígena reptiliana, Naji, e em seu choque cultural por ser a
única de sua espécie em um planeta primitivo. Já Yavi age quase como um robô,
tomando decisões extremamente lógicas e tendo um conhecimento quase infinito, o
que o torna um personagem pouco interessante, diferente de Naji, que reage às
situações que a trama apresenta de maneira coerente e divertida. O momento em
que ela “perde as estribeiras” é o ponto alto do texto, pecando apenas por ser
tão curto e com uma solução muito fácil.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Da mesma maneira que “O Xenólogo de Sirius”, aqui também
temos uma cena de sexo inter-racial. Mas diferente do outro texto, aqui sobra
estranheza na descrição do ato, que soa forçado e fora do tom. E, de novo,
temos uma resolução rápida demais e conveniente demais, diluindo o impacto que
uma viagem no tempo como essa possa ter nos personagens e até mesmo no tecido da realidade.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nota:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em resumo, são histórias muito bem escritas, com uma fluência excelente e com grande
inventividade na construção, especialmente no que diz respeito à biologia
alienígena e nas tecnologias utilizadas, sempre coerentes e bem explicadas. Os
protagonistas estão bem construídos, mas os personagens secundários mereciam um
pouco mais de cuidado. As tramas, apesar de simples e diretas, são instigantes e convidam ao questionamento. Não é uma leitura recomendada para leitores pouco
habituados à ficção científica, mas os leitores do gênero com certeza se
divertirão com as tramas e as referências pinceladas aqui e ali.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i>P.S.:</i> Nas três histórias há personagens hermafroditas (em
duas delas são os protagonistas) e, devido a inexistência de uma grafia
específica para este “terceiro gênero”, Antonio optou por utilizar o ‘@’ como
caractere definidor de ambiguidade. Esta solução distrai o
leitor e torna a leitura truncada (“El@” é “Ele”, “Ela”, “Elo”? Como se
pronuncia? Elea? Elae? El-arroba? El-at?). Concordo que é preciso encontrar
uma alternativa. Só não acho que ainda seja essa.<br />
<br />
Publicou um livro e quer vê-lo resenhado aqui? <a href="http://gardenalcomfantauva.blogspot.com.br/2014/03/faq-envio-de-livros-para-resenha.html">Leia as regras de envio!</a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-73522286952699726482014-03-18T19:20:00.000-03:002015-04-08T17:22:46.474-03:00Caçadores do Sinal Perdido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWrGghCClqS_4wK3ianH5YqHL_PhmTrC2I1f7Dz6HtjIBLdWdJHnAQj6n9G7zfR5v9B6Z0rKK2IaRva9-w5MuIONMbj_-sRQYpmt0suqY5uIiwow08Ubxqp8DyZJOM-1ie64WNsA/s1600/cell+phone+repair-nokia+no+signal+solution.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWrGghCClqS_4wK3ianH5YqHL_PhmTrC2I1f7Dz6HtjIBLdWdJHnAQj6n9G7zfR5v9B6Z0rKK2IaRva9-w5MuIONMbj_-sRQYpmt0suqY5uIiwow08Ubxqp8DyZJOM-1ie64WNsA/s1600/cell+phone+repair-nokia+no+signal+solution.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
- Bom dia! Em que posso ajudá-lo?<br />
<br />
- Bom dia. Eu precisava de uma conexão para mandar um e-mail.<br />
<br />
- Entendo. Qual é o seu plano?<br />
<br />
- 4G.<br />
<br />
- Olha, o 4G é meio difícil de encontrar. A gente nunca sabe onde ele está. Ele até aparece de vez em quando, mas vai embora rapidinho... Olha ele lá do outro lado da rua!<br />
<br />
- Onde?<br />
<br />
- Já foi embora. Eu não disse?<br />
<br />
- Tudo bem, pode ser o 3.5G mesmo. É só pra mandar um e-mail...<br />
<br />
- O que o senhor disse?<br />
<br />
- 3.5G.<br />
<br />
- Nunca ouvi falar. Ah, claro! Me desculpe. Esqueci completamente que o 3G de vez em quando exagera no RedBull e se acha mais rápido do que realmente é.<br />
<br />
- Tudo bem, pode ser o 3G mesmo.<br />
<br />
- Estou verificando por aqui, mas não sei o 3G se encontra neste momento. Ele assinou a folha de ponto, está dentro da área de cobertura, mas por algum motivo não consigo localizá-lo. Provavelmente está no banheiro. Sabe como é, né? Muito RedBull...<br />
<br />
- Será que ele demora? Eu estou com um pouco de pressa.<br />
<br />
- Não sei. Mas olha, se o senhor quiser posso chamar o EDGE.<br />
<br />
- EDGE? Eu nem sabia que isso existia ainda.<br />
<br />
- Pois é, ele já devia ter se aposentado. Aliás, acho que até já se aposentou. Mas ele não vai embora. A gente fica com dó e deixa ele ficar. Pra mandar um tuíte ou coisa assim. Ele é um pouco devagar, mas se o senhor tiver um tempinho tenho certeza que ele cumpre a tarefa. Eventualmente. Se não cair.<br />
<br />
- Cair?<br />
<br />
- É. Ele está meio velhinho, sabe? Anda mal das pernas. Cai o tempo todo. Tecnologia defasada, essas coisas. Mas se for só pra mandar um e-mail pode ser que ele dê conta do recado. Quer que eu o chame?<br />
<br />
- Tem certeza que não dá pra encontrar o 4G ou o 3G por aí?<br />
<br />
- Vou fazer o seguinte: vou chamar o EDGE e, enquanto a gente espera tenta encontrar o 3G ou o 4G. Tá bom assim?<br />
<br />
- Pode ser.<br />
<br />
- Tá bom. Então só aguar...<br />
<br />
- Alô? Alô?<br />
<br />
- Sua bateria está fraca. Conecte a um carregador.<br />
<br />
- Não tem tomada aqui, mas é só pra mandar um e-mail. É urgente!<br />
<br />
- ...<br />
<br />
- Você está aí ainda?<br />
<br />
- Bom dia! Em que posso ajudá-lo?<br />
<br />
- Uma conexão! Pra mandar um e-mail!<br />
<br />
- Desculpe, mas entramos no modo de economia de bateria. Todas as conexões foram desabilitadas.<br />
<br />
- É só um e-mail! Pelamordedeus, é importante!<br />
<br />
- Desculpe, não posso fazer nada. Conecte a um carregador.<br />
<br />
- Não tem tomada aqui perto!<br />
<br />
- Desculpe. Não posso fazer nada.<br />
<br />
- Eu te odeio.<br />
<br />
- Você quis dizer "Eu te amo"?<br />
<br />
- Não.<br />
<br />
- Ok. Vou desligar agora.<br />
<br />
- Não, espera!<br />
<br />
- Tchau.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-37471649389744437332014-03-14T16:19:00.000-03:002015-04-08T17:24:44.939-03:00FAQ - Envio de livros para resenha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyjHzcipNYWInGxWwBrrogs3mLgYYVguuTrdYaT-mbvgAz8BdmHrjI05-yH0WwLNjX3T8wpPdeM0dtf-zqbCLihrvsM-xe9MXxUWCrcy3mIedBEDakN40DBnDqCgaY9a4__xv2g/s1600/californication.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyjHzcipNYWInGxWwBrrogs3mLgYYVguuTrdYaT-mbvgAz8BdmHrjI05-yH0WwLNjX3T8wpPdeM0dtf-zqbCLihrvsM-xe9MXxUWCrcy3mIedBEDakN40DBnDqCgaY9a4__xv2g/s1600/californication.jpeg" height="225" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Como vocês já devem ter notado pelas últimas postagens, estou empenhado em fazer resenhas de livros. Isso desencadeou uma pequena avalanche de pedidos, de autores e editoras, o que me obrigou a estabelecer algumas regras para o envio dos livros e publicação de suas resenhas.<br />
<br />
Mas não encare como mandamentos talhados em mármore. São recomendações e justificativas que, apesar de precisar serem levadas a sério, podem ser alteradas sem aviso prévio de acordo com a necessidade.<br />
<br />
<b><i>- Quem é você e o que te qualifica a resenhar meu livro?</i></b><br />
Meu nome é Alexandre Heredia. Sou escritor com mais de 10 anos de experiência no meio literário. Já lancei 3 romances e participei de uma série de coletâneas (a lista está aí do lado direito). Sou pós-graduado em Criação Literária pela UNICSUL. Já trabalhei diretamente com diversas editoras, analisando originais, fazendo copidesque e leituras críticas. E sou chato. Bastante chato. Especialmente no que diz respeito a literatura.<br />
<br />
<b><i>- Que gêneros literários você resenha?</i></b><br />
Ficção. Prosa. Romances e contos. Infantis, infanto-juvenis, YA, adultos, eróticos, "alta literatura", pulp, terror, thriller, aventura, fantasia, ficção científica, especulativa, distopias, etc. Livros físicos ou e-books. Dependendo do caso posso analisar um livro de não-ficção, mas me reservo o direito de recusar se o assunto não for de meu interesse. Não resenho auto-ajuda ou livros religiosos nem sob ameaça. Também não analiso livros técnicos e didáticos. Poesia também não. Não insista.<br />
<br />
<b><i>- Você faz leitura crítica de originais?</i></b><br />
Faço, mas não neste espaço. Leitura crítica, copidesque, <i>script doctoring</i> e outros serviços editoriais para originais e autores são feitos sob encomenda, e cobrados de acordo. Aqui só faço resenhas de livros já publicados. Caso seja esse seu interesse, <a href="mailto:alexandre.heredia@gmail.com" target="_blank">entre em contato por e-mail</a>.<br />
<br />
<b><i>- O que será analisado na resenha?</i></b><br />
Em minhas leituras os seguintes elementos são analisados:<br />
<br />
<ol>
<li><b>Técnicos:</b> Estrutura, linguagem, ritmo, coerência, etc.</li>
<li><b>Narrativos:</b> trama, ideia, desenvolvimento, etc.</li>
<li><b>Editoriais:</b> Capa, contra-capa, acabamento, tipografia, etc.</li>
</ol>
<br />
Estes fatores poderão ou não entrar na resenha, dependendo de sua relevância. Todos estes elementos serão analisados de forma isenta e, sobretudo, sincera. Assim serão expostos os pontos positivos e negativos da obra.<br />
<br />
<b><i>- O que significam aquelas pílulas no final da resenha?</i></b><br />
É uma nota de avaliação final do livro, levando em conta todos os fatores analisados na resenha. É mais uma referência visual rápida do que outra coisa. Elas significam:<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfRXHr3zL00VUB7GutXnNZXxrMKQ4P6hEj566qoFQvMr-uOT4PHztxgTu_wWRKtF2X3McP3R8vENt16rjqYiANG17N_NNwHWTkLUv6YJFzJmvYmluSLJZ8JjyREJmI2UrfLTH3sQ/s1600/5_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfRXHr3zL00VUB7GutXnNZXxrMKQ4P6hEj566qoFQvMr-uOT4PHztxgTu_wWRKtF2X3McP3R8vENt16rjqYiANG17N_NNwHWTkLUv6YJFzJmvYmluSLJZ8JjyREJmI2UrfLTH3sQ/s1600/5_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Excelente</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Muito Bom</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsmELNy4e5xb27PQ5jkuffwjBUlHF_TvZwlVsPCZgKDqR8C4riGCKPs7RZKWIj8IhSn75J1k-5RBkF1qgG0vhaDroCAJ2wfmCqISIb_zBy7NK42u24jEJ59WfHLKt3wlwOUu49ZQ/s1600/3_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bom</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYmMtg9iwTPJ6pvXFGa6HlLnVVqkAiJ-gXNb5nJOSQ4VJVIFwBo-eXLWwr6drUoOHIJOI5ZVHI7eyYuJLgY4P3XYS0ho5wh2sGkGkcjIm6Ik5yWJYtZNJph7P-7Y81nSeqWvxdA/s1600/2_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Medíocre</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzRQBrZIVjX4M8w89yvNKYGwn3-GCgUbNJSvEod0k-vAMxhndAdQ8xw_ZGPmzHKK0n6H1rzJccsvkyaK7r3K652FAbhN8oOENVFW6DOt4uzAuuXBDX3ydOGD2lWbeMv7H-mfm0Pw/s1600/1_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ruim</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMya9XiMnRys9-qL8lwkhmc76LAxAIAmeX3knEHg-udEjWBrd3ZA80yLRAtwjRp_SyoUcvIvkIeoc3IVB3HLTZXn1H2WT7AhDaOTiCC6DIjigGVJc1SeBnE4OBLbhLJO5BqdWSDQ/s1600/0_5.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Abandonado</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<b><i>- Pera aí! Você vai publicar resenhas até dos livros que abandonou a leitura?</i></b><br />
Vou. Todos os livros que forem enviados terão sua chance e serão avaliados. Até mesmo aqueles que eu abandonar a leitura, por qualquer motivo que seja (desde que a culpa seja da obra, não minha, bem entendido). Nestes casos a resenha justificará o abandono, utilizando os fatores de análise já citados e outros fatores que possam aparecer. Por exemplo: caso eu descubra que o livro que estou analisando é uma releitura de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mein_Kampf" target="_blank">Mein Kampf</a>, ou um tratado racista e/ou homofóbico permeado de discurso de ódio. Ou por uso insuportavelmente ruim da gramática e ortografia. Ou mesmo por ser apenas entediante. A vida é muito curta pra perder tempo com um livro que não merece.<br />
<br />
<b><i>- Quanto custa para ter meu livro resenhado?</i></b><br />
Nada. Quero dizer, você não precisará pagar nada para mim. O único custo será o do envio do livro para resenha.<br />
<br />
<b><i>- Quanto tempo levará para você publicar a resenha?</i></b><br />
Depende. O tempo entre início da leitura e finalização da resenha será, em média, de um a dois meses, mas vários fatores podem influenciar neste prazo. Como disse na pergunta anterior, não ganho nada pra fazer as resenhas, então elas irão sair quando forem sair. A fila de leitura será por ordem de chegada. Assim que eu começar a leitura de seu livro irei avisá-lo por e-mail. Meu próximo contato será apenas para avisar sobre a publicação da resenha. Não adianta cobrar, ligar, pressionar, fazer chantagem emocional, subornar, ameaçar de morte, etc. Aliás, cada vez que você cobrar pela resenha de seu livro ela irá automaticamente para o fim da fila. Sério, não me encham o saco. Faço isso por (e com) prazer. Caso vire uma dor de cabeça paro de fazer. Simples assim. Tenha paciência.<br />
<br />
<b><i>- Te dei um livro de graça pra ler e você só falou mal dele. Você não vai com a minha cara?</i></b><br />
Como eu disse antes, seu livro será analisado por fatores técnicos, narrativos e editoriais. E as análises serão SEMPRE isentas e sinceras. Lembre-se: não estou analisando o autor, mas sim sua obra. Se seu livro for ruim ele receberá uma resenha ruim, mas sempre argumentada nos fatores citados (e outros que possam ser relevantes). Seja maduro e aprenda a aceitar uma crítica negativa. Não é o fim do mundo. Caso você discorde da resenha (é um direito seu) estou aberto a discuti-la, seja na caixa de comentários, seja por e-mail. Mas vamos manter o foco do debate na obra e na resenha. Ataques pessoais a mim ou qualquer outra pessoa serão sumariamente excluídos.<br />
<br />
<b><i>- Posso copiar a resenha e colocar em meu blog/página pessoal/perfil do Facebook?</i></b><br />
Não. Isso é plágio, mesmo citando a fonte. Pode colocar um link para a resenha, e utilizar um pequeno trecho dela para atrair seu público. Mas não copie e cole. As resenhas poderão ajudar na divulgação de seu livro, mas são o meu trabalho. E são protegidas por direito autoral.<br />
<br />
<b><i>- O que você vai fazer com o livro após a leitura?</i></b><br />
No momento vou colocá-lo em minha estante. Livros enviados não serão devolvidos. Tenha isso em mente antes de enviá-lo.<br />
<br />
<i><b>- Ok, concordo com as regras. Como eu faço para enviar meu livro pra você?</b></i><br />
Entre em contato comigo por <a href="mailto:alexandre.heredia@gmail.com" target="_blank">e-mail</a>, <a href="http://twitter.com/AleHeredia" target="_blank">DM do Twitter</a> ou pelo <a href="http://facebook.com/alexandre.heredia" target="_blank">Facebook</a>, solicitando o endereço de envio. Envie também uma breve sinopse da obra (pode ser o texto de quarta capa ou orelha). <b>NÃO ENVIE O ARQUIVO POR E-MAIL!</b> Como já disse, apenas faço resenha de livros já publicados, e fatores editoriais também contam na avaliação. No caso de e-books, apenas envie o <i>gift </i>(ou coisa semelhante) após eu aceitar fazer a resenha. É sério. Não quero problemas com editoras me acusando de roubo, pirataria ou coisa parecida.<br />
<br />
<i><b>[Atualização 17/03/2014] </b></i><br />
<br />
A <a href="http://www.amazon.com.br/" target="_blank">Amazon BR</a>, diferente das filiais de outros países, não possui a opção de envio dos livros como <i>gifts </i>(presentes). Sendo assim, caso seu livro tenha sido editado APENAS em formato digital, e você quiser que eu o resenhe, vou adquirir seu livro. Para contos avulsos e novelas não haverá a necessidade de reembolso (a tarifa do DOC é maior que o valor individual do e-book). No caso de livros, será feito um estudo caso a caso.<br />
<br />
Aliás, fica aqui o puxão de orelha na <a href="http://www.amazon.com.br/" target="_blank">Amazon BR</a>. A possibilidade de dar e-books de presente é algo que já existe dentro da própria empresa. Por que não implantar essa alternativa por aqui?<br />
<br />
<i><b>[Fim da atualização]</b></i><br />
<br />
<b><i>- Não gostei dessas regras! O que eu faço?</i></b><br />
Não mande seu livro. Olha que fácil!<br />
<br />
É isso. Nada muito complicado. Ao enviar um livro para que eu faça a resenha você estará automaticamente concordando com esses termos, e não pode alegar ignorância. Depois não adianta reclamar.<br />
<br />
Um grande abraço,<br />
Alexandre Heredia<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-13232425119451296712014-03-11T10:36:00.000-03:002015-04-08T17:23:25.757-03:00RESENHA: Zon, o Rei do Nada, de Andrei Simões e Lupe Vasconcelos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguPdnVt-j3hEgnAcEBJdwnB9YI1GG2wPqMxTuGOMgL_mi-MvY478N24nY9UDUo_EGB_TNSf7uRPS186B178r3ORB1jzMV8r3bb_bZramSclUi4DrLv7yhhhvsUVPRXXYEpME1U1w/s1600/zon.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguPdnVt-j3hEgnAcEBJdwnB9YI1GG2wPqMxTuGOMgL_mi-MvY478N24nY9UDUo_EGB_TNSf7uRPS186B178r3ORB1jzMV8r3bb_bZramSclUi4DrLv7yhhhvsUVPRXXYEpME1U1w/s1600/zon.jpg" height="320" width="215" /></a></div>
Título: <a href="http://editoraempireo.com.br/catalogo/zon-o-rei-do-nada/" target="_blank">Zon, o Rei do Nada</a><br />
Autores: <b>Andrei Simões</b> (texto) e<b> Lupe Vasconcelos</b> (ilustrações)<br />
Páginas: <b>239</b><br />
Editora: <a href="http://editoraempireo.com.br/" target="_blank">Empíreo</a><br />
Ano: <b>2013</b><br />
<b><br /></b>
Quem nunca se olhou em um espelho e, subitamente consciente de sua incapacidade de tomar as rédeas de sua própria realidade, questionou sua existência no universo? É isso que Zon faz aos quarenta e um anos de uma vida maçante e comum. A diferença é que ele chega a uma conclusão surpreendente: ele é um personagem de um livro, fazendo assim parte de uma tríade, junto com Aquele que Escreve e Aquele que Lê. Assim, sua realidade é uma não-realidade e sua existência é uma não-existência. Ele é na verdade um Paradoxo, ou seja, ele não sabe o que é; apenas que não é.<br />
<br />
É este paradoxo que irá permear todas as histórias que compõe o intrigante romance <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Fix-up" target="_blank">fix-up</a> de <b>Andrei Simões</b> e <b>Lupe Vasconcelos</b>. A epifania de Zon o liberta, e ele “sai” da mente d’Aquele que Escreve e torna-se um parasita, uma não-criatura que invade as mentes d’Aqueles que Leem, desta maneira alcançando uma suposta imortalidade existencial. Durante sua jornada pela psique alheia ele navegará entre gêneros literários (fantasia, pulp, terror, realismo, ultrarrealismo), encontrará outras não-criaturas, deuses e dragões, conversará com seu criador e até mesmo testemunhará a própria morte (que não o mata, pois algo que não é não pode morrer).<br />
<br />
O texto de Andrei Simões não faz concessões ao leitor, ora nos jogando a paisagens complexas e oníricas, ora nos esbofeteando com uma realidade fria e cinza, mas sempre tendo como fio condutor a busca existencial do protagonista. Seus questionamentos não são de fácil digestão, e nenhuma resposta pronta é oferecida como alento. São dúvidas psicológicas, teológicas e existencialistas, por vezes um tanto óbvias, mas muitas vezes perturbadoras. Em certo momento a sequência de eventos é tão confusa que parece que o autor perdeu a mão, mas ele mesmo surge metalinguisticamente e retoma as rédeas da história.<br />
<br />
Introduzindo cada conto há sempre uma bela ilustração em nanquim de Lupe Vasconcelos, que, diferente do que se possa imaginar, apenas enriquece a leitura, dando o tom correto à narrativa que se seguirá. Em algumas ilustrações é possível ver que ela utilizou elementos do texto, mas em outras há mais um reconhecimento do sentimento emanado pela história. A sinergia texto/ilustração é orgânica, o que torna a decisão de fazer um livro ilustrado corretíssima.<br />
<br />
<b>“Zon, o Rei do Nada”</b> não é um livro fácil. E nem deveria ser, dado os temas que aborda. Mesmo assim sua estrutura episódica e não linear facilita a leitura, e os contos são curtos o suficiente para que se possa apreciar cada pílula existencial na dose correta. É possível ver ali influências clássicas (<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dante_Alighieri" target="_blank">Dante</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe" target="_blank">Goethe</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Milton" target="_blank">Milton</a> são as que me vem à mente) e mais recentes (a mais óbvia é Sonho, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Neil_Gaiman" target="_blank">Neil Gaiman</a>), mas nada que tire a originalidade da obra. Muito pelo contrário. É um livro interessantíssimo e que deve ser apreciado com a calma que suas questões merecem.<br />
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Nota:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieV_G9iXai6761u1PV4HCbEBuGBHexefmt5WF63n9OztF5vc3Pq8YeE1Mh7GFifbfbwwxY-38dS38P0gM2kxEpZWWnB9b1atk_lLuJ4JUysdso15CM2pf15D9pxDazzsJABOkWFQ/s1600/4_5.png" /></a></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-78694335547958879502014-02-03T12:33:00.000-02:002015-04-08T17:24:00.630-03:00RESENHA: A Última Expedição - Olivia Maia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihv-3j_-my7FIBTAr_NWwITQxYYKPujUO2lL-emQXJYMWHh-bjHRZrCioESKBPx5LSyg8Ui7qfOJJQNS_GJtcnPL-WU6I6L00R8MfH3J0zS3VvdQdpNiARnKxKwrNeBE9IipVHsA/s1600/Ultimaexp-capa-72.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihv-3j_-my7FIBTAr_NWwITQxYYKPujUO2lL-emQXJYMWHh-bjHRZrCioESKBPx5LSyg8Ui7qfOJJQNS_GJtcnPL-WU6I6L00R8MfH3J0zS3VvdQdpNiARnKxKwrNeBE9IipVHsA/s1600/Ultimaexp-capa-72.jpg" height="320" width="213" /></a>Título: <b><a href="http://editoradraco.com/2013/03/27/a-ultima-expedicao-olivia-maia/" target="_blank">A Última Expedição</a></b><br />
Autora: <b><a href="http://oliviamaia.net/" target="_blank">Olivia Maia</a></b><br />
Páginas: <b>224</b><br />
Editora: <b><a href="http://editoradraco.com/" target="_blank">Draco</a></b><br />
Ano: <b>2013</b><br />
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<b>Sinopse:</b><br />
Após uma expedição fracassada ao Polo Sul, Estevão Tavares, neto por parte de mãe de um renomado aventureiro, vê sua carreira e vida pessoal desabarem. Atolado em dívidas e autopiedade, é contratado para uma expedição de busca de um médico irlandês desaparecido por motivos misteriosos no altiplano boliviano. Junto com seu pai, com quem não falava desde o fracasso da expedição antártica, e outros três aventureiros desacreditados, Estevão parte em busca não apenas de respostas para uma missão cheia de perguntas, mas também da própria vida perdida.<br />
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Narrada de maneira truncada e em um português propositalmente inconsistente, “<b>A Última Expedição</b>” se mostra uma história policial pouco ortodoxa, desde a escolha do protagonista (um aventureiro com nenhum conhecimento sobre investigações) até a maneira como é narrada, utilizando um estranho “<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluxo_de_consci%C3%AAncia" target="_blank">fluxo de consciência</a> em terceira pessoa” que, apesar de bastante interessante como experiência narrativa, pode tornar a história confusa em alguns trechos. Em certos momentos chave o evento realmente importante é misturado à profusão de pensamentos entrecortados e erros gramaticais, o que pode obrigar o leitor a retornar alguns parágrafos para melhor compreender o que acabou de acontecer. Depois que se acostuma a isso, porém, essa opção não interfere tanto no ritmo de leitura, visto que os momentos de monólogo interior do narrador ajudam bastante na construção dos personagens, especialmente do protagonista e de sua relação conturbada com o pai. O mesmo não ocorre com o resto dos personagens, que apenas cumprem suas funções acessórias, sem que compreendamos perfeitamente suas motivações ou mesmo nos importemos com seus destinos.<br />
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A trama se inicia em São Paulo e segue em um ritmo arrastado até a Bolívia, sem que o protagonista saiba direito onde está se metendo. Diversas pistas importantes são desperdiçadas pelo grupo desunido, que parece se importar mais com o dinheiro envolvido e com os cenários bolivianos do que realmente em resolver o caso. Neste ponto fica óbvia a experiência da autora nas localidades visitadas e, sobretudo, com a sensação desagradável causada pela altitude (os locais visitados pelo grupo ficam entre 3.600 e 4 mil metros acima do nível do mar). As descrições dos locais são colocadas de maneira orgânica à narrativa, e é possível visualizá-los sem que isso prejudique a fluidez do texto (apesar da insistência em mostrar o desconforto dos personagens com o ar rarefeito às vezes se tornar ironicamente... incômoda).<br />
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A trama é complexa, mas a forma escolhida para a narrativa faz com que os personagens sempre retomem as pistas e os envolvidos, o que facilita a compreensão. É uma pena que a história realmente engate apenas no terceiro ato, com os personagens saindo da zona de indefinição e percebendo que o que está em jogo não é apenas o sucesso ou o fracasso da expedição, mas também suas vidas. Se esta epifania acontecesse um pouco antes talvez a impressão de “lerdeza” na leitura dos dois primeiros atos desaparecesse. Mas quando a revelação finalmente chega, ela não decepciona, fazendo sentido em todo o contexto, mesmo com a sensação de anticlímax que fica quando as respostas aparecem. Há algumas pontas soltas não resolvidas (Como Renato se envolveu com Heitor? Qual a motivação de Helena?), mas nada que atrapalhe a conclusão satisfatória. A explicação para a narrativa truncada, com erros de tempos verbais e construções de frases que remetem ao inglês e ao espanhol, fica para o último parágrafo, como uma “surpresa final” que, em retrocesso, enriquece a história.<br />
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Em suma, “A Última Expedição” é um livro para quem gosta de histórias policiais, mas que não aguenta mais o formato batido das histórias de detetive clássicas (apesar da estrutura original ainda estar bastante presente, bem como suas técnicas). Olivia Maia constrói uma narrativa que traz frescor a um gênero ainda desacreditado, realizando experimentações linguísticas e temáticas interessantes, tornando a fronteira entre a “subliteratura” e a “alta literatura” (seja lá o que estes rótulos signifiquem) um pouco mais tênue, o que por si só já justifica a sua leitura. O fato de a história fugir do lugar comum das obras do gênero, mas sem perder de vista o fator que as atrai em um primeiro momento (um mistério a ser solucionado), mesmo com alguns tropeços aqui e ali, torna o livro um pacote de entretenimento bastante interessante, que não decepcionará nem os leitores mais ávidos do gênero policial nem os pouco habituados com essas histórias.<br />
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<b>Nota: </b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXFYyxCByXPsWZLk62E3XsNlx-98N4JOVAqg3bV8un2ocpfWTli4TcdNIDndPwRGVKPmGa2nxxOt9qG_tcChR30A7M90LWZZRWFUos3L4a_jK_f6uERBYtM6P6VzbVo-DA9MICFA/s1600/3_5.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXFYyxCByXPsWZLk62E3XsNlx-98N4JOVAqg3bV8un2ocpfWTli4TcdNIDndPwRGVKPmGa2nxxOt9qG_tcChR30A7M90LWZZRWFUos3L4a_jK_f6uERBYtM6P6VzbVo-DA9MICFA/s1600/3_5.png" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35798162.post-91557643739410716312013-09-13T14:10:00.000-03:002015-04-08T17:24:19.295-03:00Jurandir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSfIcvuOsbIIVwcV4HDWCYgGwVAjPzW3cGFjnB9FPMiPLNZuDAu6k_0IMsF6B1V6f2BsiRDUGASp49l50OIR9bjUgax5smubrtFLf_0R6C-XeEZ-7SdsGRSgKjLricJp2F9OTTSw/s1600/489253_34desenhocomacrilico_FomeemAfrica_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSfIcvuOsbIIVwcV4HDWCYgGwVAjPzW3cGFjnB9FPMiPLNZuDAu6k_0IMsF6B1V6f2BsiRDUGASp49l50OIR9bjUgax5smubrtFLf_0R6C-XeEZ-7SdsGRSgKjLricJp2F9OTTSw/s1600/489253_34desenhocomacrilico_FomeemAfrica_.jpg" height="224" width="320" /></a></div>
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Nunca chamei Mãe de “maínha”. Nem de “mãezinha” nem de “mamãe”. É só Mãe mesmo, substantivo próprio, com inicial maiúscula e tudo o mais. Construiu sua força com muita bordoada que levou da vida. Mas nunca caiu de cabeça baixa. Engoliu orgulho e lágrimas junto com farinha de rosca, por muitas vezes a única coisa que sobrava pra comer. Chicão, o marido dela, fazia uns bicos na padaria. Trazia pão velho todo dia. De vez em quando alguma mistura. Lascas de queijo, mortadela e presunto que ele juntava dos lados da fatiadora. O dono da padaria não gostava que ele fizesse aquilo. Dizia que não era higiênico, essas coisas. Agora a gente tem que morrer de fome pra não correr o risco de ficar doente? Tinha dia que ele trazia um requeijão que tinha vencido fazia pouco tempo e que iam jogar fora. Dia de Requeijão era uma alegria. A Maninha adorava. Tão bonitinha era a Maninha. Mesmo magrinha e frágil que nem um pardal, ainda mantinha as bochechas do tempo de nenê. E aquele sorriso cheio de esperança inocente. Saudades daquele sorriso.</div>
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A Mãe e o Chicão viviam brigando. Lembro-me de quase todo santo dia ver Chicão berrando e esperneando, enquanto a Mãe só ficava parada, os braços cruzados, falando pouco, mas com a firmeza de um pilão. A briga sempre terminava com Chicão saindo pra gastar o resto dos trocados com cachaça. Tinha que implorar, se desculpar, se humilhar pra voltar. A Mãe nem sempre perdoava. Chicão já teve que dormir no relento mais de um par de vezes. De manhã ela o acordava com um copo de café e muito silêncio. No final faziam as pazes antes mesmo dele sair pro trabalho. De noite começava tudo de novo.</div>
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Um dia a briga foi feia e ele não voltou. Na primeira noite ela não disse nada. Só mandou a Maninha calar a boca quando começou a reclamar de fome. Comemos um resto de pão seco e fomos dormir. Na segunda noite não tinha nem resto de pão, nem nada pra comer. Fomos dormir bem cedo pra tentar esquecer a fome. No meio da noite a Maninha começou a ter uma tremedeira na cama. A Mãe olhou pra ela, botou a mão na testa e falou pra eu cuidar dela que ela ia arrumar leite com alguém, que a Maninha estava muito fraca e que eu não devia deixar ela dormir de jeito nenhum. Foi difícil. Tive que dar uns tapinhas e uns beliscões nela pra conseguir. Ela não tinha força nem pra chorar. A Mãe apareceu com meio copo de leite e deu pra ela. A tremedeira diminuiu, mas ela continuava pálida. Velamos por ela a noite toda. Logo de manhã a Mãe me pediu pra ir até a venda e trazer alguma coisa pra ela comer. Qualquer coisa. Faz fiado, mendiga. Mas traz comida pra essa menina. E eu fui. Entrei na venda, peguei pão, queijo, presunto e leite. Coloquei no balcão e pedi pro Portuga fazer fiado, que o Chicão depois pagava. Ele disse que a conta do Chicão estava grande demais e que não ia fazer fiado coisa nenhuma enquanto ele não pagasse pelo menos uma parte. Pedi por favor, contei que minha irmã estava morrendo de fome, mas ele não cedeu. Até me enxotou pra fora da venda. </div>
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Fiquei desesperado. Não tinha mais ninguém pra recorrer. Comecei a implorar por uns trocados pra quem passava na rua, mas a maioria ou me ignorava ou pedia desculpas com uma cara de piedade falsa. Você sabe como, não sabe? É, a gente também sabe. Aquilo foi subindo meu sangue, me dando uma raiva. Eu não estava pedindo muito. Só queria uns trocados pra comprar comida pra minha irmã não morrer de fome. Mais nada. Mas ninguém tinha nada. Estavam todos atrasados. Não era irmã deles. Um menino forte como você não devia estar mendigando. Devia estar na escola ou trabalhando. Eu estava na escola. A Mãe nunca me deixava faltar. Não estava lá naquele dia porque era uma emergência. Não quero sua piedade. Não quero lição de moral. Quero sua ajuda, pelo amor de Deus!</div>
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Daí eu vi entrar na venda uma menininha de uns nove ou dez anos. Um pouco mais velha que minha irmã. Entrou sozinha e saiu logo depois com um saco de compras. Fui atrás dela, na esperança de que uma criança ainda tivesse um coração caridoso. Ou que fosse mais fácil de roubar. Esperei ela chegar numa rua mais vazia e parei na sua frente. Ela se assustou e nem me ouviu. Agarrou o saco de compras e começou a gritar. Tentei arrancar o saco de compras e sair correndo, mas ela estava tão agarrada que não consegui de primeira. Ela continuou gritando. Dei um tapa na cara dela e mandei calar a boca. Só piorou. Ela começou a chorar e a espernear. Tentei tapar a boca dela com a mão, mas ela me mordeu. Tive que bater forte na cara dela pra ela soltar. Ela soltou e caiu no chão, toda torta. Bateu a cabeça e apagou. Lembro que começou a sangrar na calçada. Fiquei um segundo indeciso se a ajudava ou se pegava as compras que tinham se espalhado no chão, quando ouvi alguém gritar. Saí correndo. Fugi mesmo. O que mais eu podia fazer? Quando eu vi tinha dois guardinhas me perseguindo. Levei um tempo pra despistá-los, e tive que ficar escondido enquanto me procuravam. Só consegui voltar pra casa era mais de meio dia. </div>
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Cheguei e a Mãe não estava lá. Fui até o quarto e encontrei minha irmã esparramada de cara no chão. Corri até ela e deitei-a no meu colo. Ela mal respirava, mas quando conseguiu foi só pra sussurrar uma palavra: “Fome”. Foi a última palavra que ela disse. Tentei não deixá-la dormir, sacudi, bati em suas bochechas, berrei. Não adiantou. Quando a Mãe chegou, eu ainda estava chorando com ela no colo. Ela esfregou minha cabeça e pegou o corpinho de mim. Ajeitou seu cabelo e ninou a filha como se ela estivesse dormindo. Cantou pra ela. Por um instante acreditei que aquela canção iria trazer minha irmã de volta à vida. Juro que acreditei. Mas não funcionou. Não funcionou.</div>
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Maninha morreu.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwfTFBEIBSMjIy-yyA_OVNxgAxnhZxPWO5B0b8kY-ZzjgA0Xv9MZghuUq5W2WDF48NrBCtFdLawiwXaSscoq-soeVhK_Vtx8m2enEvFxkkTwhvsbF_ta0GBhGCA-kcgHb2dgvjKA/s1600/hunger.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwfTFBEIBSMjIy-yyA_OVNxgAxnhZxPWO5B0b8kY-ZzjgA0Xv9MZghuUq5W2WDF48NrBCtFdLawiwXaSscoq-soeVhK_Vtx8m2enEvFxkkTwhvsbF_ta0GBhGCA-kcgHb2dgvjKA/s1600/hunger.jpg" height="320" width="193" /></a></div>
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A Mãe aguentou firme a provação de enterrar a caçula. No final perdoou Chicão, afinal ele também tinha perdido a filha. Ao invés de afastar, a dor os uniu mais ainda. Passado o luto, Chicão parou de beber e se endireitou. Entrou para uma igreja e renasceu em Cristo. Arrumou um emprego melhor. Botava dinheiro em casa e sempre trazia comida. Pouca coisa, mas já dava pra sobreviver. Ele e a Mãe quase não brigavam mais. Entre eles, porque comigo brigavam o tempo todo. Por causa de minhas notas na maioria das vezes, mas muitas vezes por qualquer motivo besta. Chicão vivia me chamando de “desocupado”, “inútil”, dizia que já que eu não ia me esforçar nos estudos, então eu tinha que sair da escola, arrumar um emprego, botar comida em casa. Mas a Mãe não ia permitir isso. Queria um futuro melhor para o filho. Pra que eu não passasse pelo que ela passou. Ela me dizia isso pra cada nota vermelha que eu tirava. E eu a amava por isso. Mas ao mesmo tempo eu concordava com o Chicão. É legal pensar no futuro, mas e se a fome chegasse antes do futuro? Ela já tinha feito uma vítima na família. Eu precisava ajudar. Já tinha idade. Depois eu voltava para a escola. Quando eu pudesse parar de pensar só no presente.</div>
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Eu tinha recém completado dezesseis anos quando veio a bomba: a Mãe estava grávida. Chicão comemorou como se fosse final de campeonato. Gritou aleluias pro céu e agradeceu sua bíblia surrada às lágrimas. A Mãe parecia feliz, mas era aquela felicidade culpada, como se fosse uma ofensa a Deus não ficar feliz com o nascimento de uma criança. Eu sabia o que ela estava pensando. Era mais uma boca. Mais uma despesa que teriam que arcar. Chicão estava melhor, mas não o suficiente pra sustentar de novo três pessoas. Ela já tinha perdido uma filha. Pela primeira vez vi a Mãe fraquejar. Foi só um instante, mas havia uma rachadura. Uma falha que poderia ruir toda sua fortaleza meticulosamente construída. Eu vi, e sei que ela viu que eu vi. Tanto que a primeira coisa que ela me disse quando fui cumprimenta-la foi para que eu não saísse da escola. Me fez prometer. E eu prometi.</div>
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Naquela noite o Chicão veio falar comigo. Falou um monte de abobrinha sobre Jesus e Deus, e umas coisas de desígnios divinos e de redenção. Disse que até já tinha conseguido arrumar um emprego pra mim junto com o pessoal da igreja, mas que a Mãe não tinha permitido. E nunca iria permitir. Não enquanto eu não me formasse. Ouvi sem retrucar, pois eu sabia que ali vinha bomba. E não deu outra. O desgraçado encontrou um jeito de botar em mim a culpa pela morte de minha irmã, e que ele não ia permitir que acontecesse a mesma coisa com seu próximo filho. Disse que naquela casa a partir de agora só teria comida para eles e para o bebê. Que o melhor pra todo mundo seria que eu fosse embora e me arrumasse sozinho. Disse que até pagava a passagem, desde que eu não dissesse nada pra Mãe.</div>
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Eu sabia que ele tinha razão. Não dava mais pra adiar. Depois que todo mundo foi dormir eu juntei minhas coisas, peguei o dinheiro que o Chicão me deixou e parti pra capital. Deixei uma carta pra Mãe, mesmo sabendo que aquilo não me redimiria. Prometi que um dia eu voltaria com um canudo debaixo do braço e dinheiro no bolso. Que ia ajudar ela a sair daquela situação. </div>
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Mas eu sabia que era tudo mentira. </div>
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Porque eu descobri da pior maneira que na cidade a vida pode ser muito pior. Muito mais perversa. Não interessa o quanto você queira, o quanto você reze, o quanto se esforce. Cada degrau que você sobe, escorrega outros dois. Aqui não dá pra subir sem ajuda. Sem uma mão amiga que, mesmo não conseguindo me puxar pra fora do poço, me ajude a evitar que eu caia no fundo dele. Pra escuridão da fome. Para um túmulo de promessas vazias e orgulhos dilacerados. </div>
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<br /></div>
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Eu só queria poder voltar pra casa. </div>
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Tem um trocado?</div>
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<i>O texto acima é um estudo para um personagem que precisei construir como parte do <a href="http://www.escolarecriarte.com.br/teatro/teatro-iniciante-jovens-adultos.asp" target="_blank">Curso de Teatro</a> que estou fazendo no <a href="http://www.escolarecriarte.com.br/" target="_blank">Espaço Recriarte</a>.</i></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08812510441051179536noreply@blogger.com0