06 setembro 2007

De volta à programação normal

Pois é, gente, estou voltando. Ainda aos poucos, pois os escombros da mudança ainda entulham os espaços úteis, mas é aos poucos que a gente vai longe. Ou não. Foda-se.

A principal novidade (até o momento) é que finalmente troquei de emprego. É isso aí. Acabaram os bloqueios castrantes. Ao menos na internet. Chega de postar via emeio. Chega de se limitar a 0,0001% da informação. Eu quero é saber de putarias, baixarias e transgressões. São essas as coisas que tornaram a internet o que ela é hoje. A partir de agora volto a blogar em paz. Não sei até quando, mas enquanto der estou curtindo.

(Se alguém quiser saber para onde fui, é só cutucar o rato aqui em cima.)

Mas nesse retorno decidi que uma coisa vai mudar, tanto aqui quanto lá no Psicopata Enrustido: a partir de agora só pôstes curtos. Nada de textos imensos, gigantes, morféticos e que vocês (sim, VOCÊS MESMO!) só lêem a metade (e mesmo assim opinam). Coisa rápida. Pá, pum, acabou.

E por hoje chega.

13 agosto 2007

Literatura (inter)Dependente

E aí, qual é a melhor saída para o escritor iniciante aqui nestas terras
tupinambás? Será bater de porta em porta em editoras que normalmente os
ignoram? Será publicar por conta própria, vendendo carro, apartamento e
passando fome? Ou será que é disponibilizar o trabalho de graça na
internet?

O assunto já deu pano pra manga pela blogosfera. A Olivia Maia
(http://www.verbeat.org/blogs/forsit), que já lançou um livro por uma
editora grande (http://www.editorabrasiliense.com.br), deixou sua opinião e
destilou sua frustração em um pôste em seu blogue
(http://www.verbeat.org/blogs/forsit/arquivos/012009.html) e em uma
entrevista para o Digestivo Cultural
(http://www.digestivocultural.com/blog/post.asp?codigo=1542). O Biajoni
(http://www.verbeat.org/blogs/biajoni/), que disponibilizou seu primeiro
livro de graça em PDF e lançou o segundo por uma editora independente
também deu seus pitacos a respeito. O Branco Leone, que é editor d'Os
Viralata (http://www.osviralata.com.br/), também
(http://brancoleone.wordpress.com/2007/08/02/eu-sou-baixinho/). Assim como
o Valter Ferraz
(http://outrasestorias1.blogspot.com/2007/08/uma-discusso-interessante.html).
Enfim, a discussão está aberta.

O ponto é simples: Vale a pena publicar "formalmente" no Brasil?

Há diversas maneiras de analisar isso. Como tenho alguma experiência no
assunto vou deixar minha singela opinião.

Em primeiro lugar faço questão de descartar completamente a produção por
conta própria, nas famigeradas editoras "sob demanda". Se quer saber meus
motivos leia este pôste aqui:
http://gardenalcomfantauva.blogspot.com/2006/11/quer-pagar-quanto.html

Já disponibilizar seu trabalho de graça na internet eu considero uma saída
interessante. Corajosa até. Claro, há o risco de você ver sua chance de um
sucesso financeiro ser jogada pelo ralo em nome de uma atitude "rebelde" e
"transgressora". Mas é uma saída. Aliás foi essa uma das maneira que
encontrei para sair do anonimato literário. Quem acompanha minha carreira
sabe que tudo começou com uma publicação independente e gratuita, o hoje
finado NecroZine (http://necrozine.blogspot.com). Graças à base de leitores
angariada com essa iniciativa tivemos o suporte de uma editora para o
lançamento da Coleção Necrópole (http://www.necropole.com.br), que está a
caminho de seu terceiro volume.

Agora você me pergunta: o que valeu mais a pena, o zine ou o livro? Não há
como dissociar um do outro. O zine foi um sucesso. Seu último número teve
uma tiragem esgotada de 2.000 exemplares. Isso sem contar os downloads dos
PDF's. O livro também foi um sucesso editorial. Vendemos no Brasil inteiro.
Houve algum bafafá na mídia. Nada explosivo, mas o suficiente para valer a
pena todo o trabalho (que não foi pouco, acreditem).

Claro que monetariamente falando este sucesso não foi tão grande. Não deu
pra abandonar o emprego. Aliás, nem pra comprar muita coisa, pra falar a
verdade. No máximo pagar algumas dívidas antigas. Mas nenhum dos autores
passou fome por conta do livro, muito pelo contrário. E fomos lidos.
Bastante.

Então, qual vantagem Maria leva? Se não encheu o bolso de dindin, por que
perder tempo? Não é mais fácil simplesmente jogar na internet? Não gasta,
não ganha e é lido. Tudo resolvido, não é?

Quase. Por mais que me doa assumir isso, o livro "físico" possui uma
vantagem que o "digital" ainda não tem:

Credibilidade.

Os autores "independentes" podem me apedrejar agora. Com todo o direito.
Mas eu explico.

Não tem jeito, pessoal. Livro na estante da livraria tem outro status. O
autor não é mais um bolchevique anarquista escavando romanticamente
trincheiras na periferia do mercado. Ele se torna um Autor (com "A"
maiúsculo mesmo). Ele tem o aval de uma empresa que, no final das contas,
viu em seu trabalho uma chance de lucro. É como um "selo de qualidade" que,
por mais triste que essa constatação seja, os leitore/consumidores
valorizam. O cabra vai ter que botar a mão no bolso pra ler o seu trabalho,
não vai simplesmente baixá-lo, guardar num canto obscuro do agadê e
esquecer. Se ele comprar vai ler. E não vai ler por obrigação de amizade.
Vai ler porque (pasmem!) ele se interessou pelo assunto abordado.

Assim, minha opinião a respeito das editoras tradicionais é a mesma da TV
por assinatura: ruim com elas, muito pior sem elas.

Doa a quem doer.

O que nós autores temos que perceber de uma vez é que não é o caso de
escolher entre uma mídia e outra. A resposta está em somar as vantagens de
ambas em benefício próprio. Pela primeira vez na histórioa os escritores
tem disponível uma janela imensa para expor seus trabalhos, ser notado. Mas
não dá pra ignorar o mercado antigo, do papel e tinta. Isso pode mudar no
futuro (e eu espero que mude!), mas não dá pra viver de romantismo. O bom
idealista é o que sabe que para se ir de A para B é preciso muito trabalho.
Não adianta querer revolucionar do mesmo modo que se tira um bandêide. Como
disse o personagem de Billy Crystal em "Meu Querido Bob": passinhos de
bêbê.

Com paciência a gente chega lá.

P.S.: Os linques desse texto estão entre parênteses pois estou enviando
essa mensagem via emeio. Mas prometo que este empecilho será resolvido
muito em breve.

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02 agosto 2007

Eu estou bem. Obrigado pela preocupação.

Pessoal,

recebi recentemente alguns emails de pessoas preocupadas com minha saúde após o grave acidente que supostamente sofri em Cascavel no último dia 27/07. A princípio não compreendi, pois que eu saiba NUNCA fui a Cascavel e, pelo que tenho notícia, não me envolvi em nenhum acidente grave de trânsito. O mistério só foi elucidado após uma simples busca no Google.

Era um homônimo.

Ufa! Pensei que já estava ficando esquizofrênico!

Gente, caso vocês cheguem aqui atrás de notícias a respeito de minha saúde, saibam que estou bem, saudável (mais ou menos) e que não era eu o acidentado. Desejo força a meu homônimo em sua recuperação, mas respiro aliviado por não ter sido eu desta vez.

Ah, as notícias sobre o acidente (que divergem no modelo do carro) estão aqui, aqui, aqui e aqui.

23 julho 2007

Teste

Só para ver se essa porcaria de envio por email funciona.

(Embedded image moved to file: pic05097.jpg)


Se não aparecer a foto, sinta-se um(a) felizardo(a).

Se apareceu, babau, negão...


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21 julho 2007

Desculpas Rotas e Esfarrapadas

Mais uma vez venho aqui cheio de dedos explicar uma ausência inexplicável, tanto aqui quanto lá no Psicopata Enrustido. Mas desta vez não sou o causador do desaparecimento. Sou a vítima.

Primeiro pois simplesmente BLOQUEARAM o acesso a todas as páginas do Blogger no escritório. Acabou, babau. Mais um pouco e eles bloqueiam também o acesso ao Google.

Ok, mas eu poderia simplesmente enviar os textos de casa, certo?

Errado.

Infelizmente o computador de casa deu pane novamente. Das grossas. A coisa está feia. Estou escrevendo isso de um micro emprestado. Entrei para fazer apenas 3 coisinha e já vou sair:

1) Escrever essa desculpinha esfarrapada;

2) Configurar o envio de textos via email. Espero que desta maneira eu consiga resolver o problema;

3) Colocar o video abaixo, que encontrei sem querer e curti bastante (mesmo o narrador sendo daqueles cariocas da gema):



É isso. Vamos ver se a coisa funciona e eu consigo burlar o Homem mais uma vez.

PS1: O Meme Literário abaixo deu o que falar. Sigam os linques e vejam por si próprios.

PS2: Por conta deste bloqueio e apagão internético não vou conseguir ler os comentários, mas fiquem a vontade para fazê-los. Assim que der eu leio.

PS3: Tá caro. Muito caro ainda...

13 julho 2007

Meme Literário: Entrei de bico!


Descobrir que não é um cara muito popular pelo fato de NUNCA me convidarem para um meme literário é triste. Tudo bem, não sou o blogueiro mais assíduo do mundo, não escrevo diariamente, não atualizo o Psicopata Enrustido como deveria, essas coisas. Mas não é por essa razão que vocês da dita "blogosfera" (denominação tão cretina quanto o famigerado "internauta") precisam me ignorar tanto assim.

Não, não estou carente nem preciso comprar um cachorro. Me deixa!

O lance é depois que vi lá no Rosebud é o trenó e no Hedonismos dois pôstes com esse meme que pede que o blogueiro (aaaaaahhh!) liste seus 5 livros favoritos eu afiei meu ego literato e fiquei morrendo de vontade de ser chamado.

Não fui.

Então como o importante na vida é não passar vontade, listo aqui os tais livros. Atropelei mesmo e quero que se foda. Não sou bom em fazer essas coisas de listas e garanto que se fizer outra daqui a alguns meses os títulos irão variar. Não interessa. Listas não devem ser coisas cimentadas e nenhuma verdade é absoluta. Clássicos envelhecem e nascem todos os dias. Só basta procurá-los. E chega de papo.


Pergunte ao Pó - John Fante
Esqueçam o filme. Sério. Assistam mas esqueçam. Não há como rivalizar a experiência de acompanhar as primeiras desventuras de Arturo Bandini e Camilla Lopez em Bunker Hill se não for direto na fonte. Uma narrativa sincera, deliciosamente melancólica, com uma poesia implícita tão forte que é difícil não se emocionar. Fante é uma das muitas referências que usei para criar o Psicopata Enrustido, especialmente este pôste aqui. Leiam Fante. Não irão se arrepender.




Factotum - Charles Bukowski
Este foi o primeiro livro que li do Velho Safado e o que mais me marcou. A crônica rasgada, escatológica, quase pornográfica de Bukowski assusta numa primeira leitura, mas a minha recomendação é que você leia com a mente aberta, sem preconceitos. Por mais "mundo cão" que sejam as histórias de Henry Chinaski (alter ego de Bukowski) é possível enxergar ali uma mensagem até otimista, repleta de poética e, ironicamente, amor à vida. Especialmente seus excessos. Bukowski é foda. Ah, e neste caso o filme é animal.



O Jardim do Diabo - Luis Fernando Veríssimo
Já não considero os textos de Veríssimo a unanimidade que um dia considerei. Mas esta primeira incursão do cronista no mundo dos romances é uma obra prima. Humor ácido, metalinguagem e um ritmo delicioso fazem deste um dos poucos livros que volta e meia me pego relendo. Uma lição para escritores. Se precisar escolher apenas um livro do Veríssimo para ler, leia esse sem pensar duas vezes.






O Orador dos Mortos - Orson Scott Card
É estranho colocar uma continuação numa lista, mas este livro merece. Seqüência do já excelente Ender's Game (que aqui foi traduzido bizonhamente como O Jogo do Exterminador) ele narra as andanças de Andrew "Ender" Wiggin, o protagonista genocida-por-acaso do primeiro livro, cuja missão auto-infligida é espalhar a mensagem de paz das criaturas que ele ajudou a exterminar. Um libelo anti guerra como poucos. Curiosidade: o cenário da trama é uma colônia BRASILEIRA num planeta chamado Lusitânia. Ironia pouca é bobagem.



Matadouro 5 - Kurt Vonnegut
Este eu conheci completamente por acaso. Precisava ler e estava duro. Comprei o livro num Carrefour e paguei com vale alimentação. Juro. E nunca fiquei tão feliz por tê-lo feito. Vonnegut é um dos melhores satiristas que eu já li e este livro é a sua obra prima. Seu humor é tão ácido que você se sente até um pouco culpado por rir. Novamente um libelo anti guerra, mas narrado de uma maneira tão original que é preciso ler muito nas entrelinhas para conseguir compreender completamente. Altamente recomendável.



E como um meme não é apenas sobre responder ao desafio, seguem abaixo os convites para os próximos desafiados:

Camila Fernandes e o seu Demo Sentado Em Meu Ombro.
Cristina Lasaitis e a sua Sinfonia para Narciso.
Dóris Fleury, da Turma da Groselha.
Luciana Muniz e o seu The Shadow of the Moon.

E finalmente, para não dizerem que só escolhi mulheres:

Jean Canesqui e sua recém lançada Oficina do Diabo.

Lembrem-se, galera: tem que escrever a lista (devidamente justificada) e depois convidar outros 5 blogueiros.

Bom trabalho!

03 julho 2007

A Prova Fotográfica

"Faz logo essa PORRA de foto!"

A foto acima foi tirada durante a crise de dor narrada no pôste anterior. Reparem o sorriso forçado e com os dentes rilhados, além da tipóia improvisada e a qualidade do meu "analgésico". Ainda bem que eu estava entre amigos, ou então teria que passar a noite num abrigo de mendigos.

Mas não só de traumas foi feito o final de semana. Houve vários momentos inspirados, a maioria graças a uma mente fértil somados a um barril, como pode-se atestar pelas fotos abaixo:

Chaves Metaleiro?


Pulo ou não pulo?


Ganha um tapa quem NÃO sacar a referência.


E que venham os próximos, com braço contundido ou não.

02 julho 2007

Meu momento Tri-Lambda

Não me recordo qual dos filmes dos nerds tem essa cena (me ajudem!) mas acho que é em Os Nerds Saem de Férias, logo no começo, quando o personagem de Anthony Edwards (muitos anos antes de E.R.) diz que não ia viajar com a trupe pois estava com os dois braços quebrados após uma "jogada arriscada" durante uma partida de XADREZ!

Hilário, eu sei. E completamente improvável, certo?

Mais ou menos.

Este final de semana estavamos eu e a galera em um sítio em Itatiba, curtindo um monte quando, no final da tarde, durante uma prosaica partida de truco, eu distendi o braço esquerdo!

Não me perguntem como. Não sei também como consegui essa proeza. Só sei que de uma hora para outra eu estava urrando de dor. Coisa horrorosa de se ver. Saí atrás de algum analgésico qualquer, mas ninguém tinha nem uma mísera aspirina disponível. Em desespero fiz uma tipóia com um lençol (valeu, Ballico!) e parti para a solução medieval: vodka. Meia garrafa depois, com a dor ainda incomodando, surgiu a Ritinha com um comprimido de PROFLAM (relaxante muscular) não sei de onde. Minha única pergunta: "Pode misturar com álcool?". Ela disse que achava que sim. Foi o suficiente. Engoli o comprimido com a vodka mesmo.

O ministério da saúde adverte: Não faça isso em casa. Não seja idiota. Faça no seu vizinho.

Desnecessário comentar que alguns minutos depois eu já estava inutilizado, tal qual uma geléia vencida esquecida num fundo de armário. A dor passou, isso é certo, mas era impossível me distinguir de um bicho atropelado de beira de estrada.

Graças aos amigos consegui voltar são e salvo pra casa. Hoje a dor já diminuiu o suficiente para trabalhar (droga!) e até dirigir. Mas foi um final de viagem bastante trash, até mesmo para os meus padrões.

A boa notícia é que o final de semana gerou alguns videos hilários, que nos próximos dias pretendo editar e colocar no YouTube.

Fiquem ligados.

29 junho 2007

Nota de falecimento


Mais uma excelente iniciativa morre na praia da internet brasileira, vítima de inanição. O aglutinador de blogues NoMinimo fechou hoje definitivamente suas portas, para tristeza não só de seus colaboradores e leitores, mas também de todos aqueles que valorizam um conteúdo inteligente e de qualidade.

Durante os últimos anos o NoMinimo foi um porto seguro quando eu queria ler algo descompromissado, mas com algo a acrescentar, nem que fosse apenas um pequeno sorriso de canto de boca. Escritores e leitores encontravam nos excelentes textos de Sérgio Rodrigues motivos para enaltecer a literatura, dentro de seu espaço Todoprosa (citado por aqui diversas vezes). Cinéfilos que buscavam fontes pouco ortodoxas de informações sabiam que sempre podiam contar com a irreverência de Ricardo Calil no seu delicioso Olha Só. Malandros e boêmios se encontravam nas divertidas crônicas de Xico Sá dentro do Ponte Aérea/SP. Isso sem contar o passeio pelas bizarrices desencavadas por Luiz Antonio Ryff no Nonsense ou a relevância improvável de Daniel Galera dentro do Jogatina. Tinha outros, mas me alongo desnecessariamente.

É triste ver um espaço com tanto a oferecer ao faminto internauta brasileiro desaparecer por conta de um motivo tão fútil. Quero dizer, fútil para nós, leitores abandonados, pois todos sabemos que sem dinheiro não se vive, e mesmo o mais intelectual dos intelectuais sabe que suas idéias só valerão alguma coisa caso coloquem comida na mesa. Não me julgue mesquinho. É difícil ser inteligente e sagaz com o estômago interrompendo cada raciocínio.

Ainda é uma grande barreira a ser quebrada esse lance da capitalização do conteúdo. Não há uma saída óbvia. Até mesmo os maiores especialistas divergem a respeito. Produzir conteúdo de qualidade é caro e trabalhoso. Quem vai pagar essa conta? Com certeza não serão anúncios do Google. Isso é dinheiro de pinga. A gente não quer só comida, como diria Arnaldo Antunes. Se um portal com mais de 3 milhões de leitores mensais (números deles) não consegue, qual o horizonte para blogueiros independentes como nós?

É difícil ter esperanças com uma notícia destas. Mas ao mesmo tempo que enxugamos as lágrimas pelo falecido vemos uma outra notícia que reacende a chama que pensávamos ter sido há muito apagada. Há esperança sim, caros leitores. Só temos que procurar com mais afinco.

Infelizmente, não será mais dentro do NoMinimo.

Descansa em paz, véio!

P.S.: Alguns dos blogueiros decidiram continuar seus textos por conta própria em blogues pessoais (e não-remunerados). A maioria ainda não está no ar, mas vale a pena se informar quando estiverem.

21 junho 2007

Dois pelo preço de um!


Barganha!

Tem texto novo lá no blogue do Psicopata Enrustido.

E, coincidentemente, hoje também é o dia que sai mais um texto meu no blogue do Novas Visões de São Paulo.

Mas atenção:

Não aceito devoluções.

(Essa é para os que reclamaram que ando escrevendo pouco. Unf!)

19 junho 2007

Elementar, meu asno Watson!

Olhem só que interessante.

Estava eu navegando tranqüilamente pelo blogue da Débora Fortes, no Portal Info Exame (para quem não se lembra, além de escritor sou analista de sistemas) quando me deparo com a interessante notícia: Um carregador universal de baterias sem fios!

Legal a idéia, né? Eu também gostei. E fiquei com a mesma pulga atrás da orelha que a Débora: como esse treco funciona? Sou assim mesmo. Quando não entendo alguma coisa fico meio obcecado pelo tema até descobrir.

O mais engraçado foi que a resposta veio logo em seguida, totalmente sem querer. Tá lá no MeioBit, num pôste do Ricardo Bicalho: WiTricity - transmissão de energia sem fio.


Tá, um é o anúncio de um produto de uma empresa. O outro é o anúncio de uma pesquisa realizada pelo MIT. Pode até ser que não haja nenhum tipo de correlação entre um e outro e tudo não passe de uma viagem de minha cabeça insone. Mas que a coincidência é grande demais para não ser citada, isso lá é.

E agora, de volta a nossa programação habitual.

04 junho 2007

Vacas Anoréxicas

Não, este pôste não é sobre o mundo féxion ou mesmo uma crítica aos hábitos alimentares das somalis desfilantes. Não, nada disso. É outra coisa. Mas, pra variar, me adianto.

Sabe aquele tipo de encontro que vez por outra aparece nos seriados e shows de "realidade" chamado speed dating? Claro que sabe. Mas vou aceitar seu fingimento e vou explicar. Speed dating é uma estratégia cretina que alguns bares estadunidenses inventaram para atrair solteiros involuntariamente inveterados. O esquema é o seguinte: pega-se um determinado número de encalh... solteiras e um igual número de punhet... solteiros. Digamos 15 potenciais casais. Daí colocamos as desesper... solteiras sentadas e distribuímos fichinhas de avaliação a todos. Cada perded... solteiro terá então três minutos per capita para pavonear seus minguados dotes às mocré... solteiras. Ao final de um circuito completo as fichas são recolhidas e comparadas. Caso alguma afinidade seja detectada um novo encontro é agendado (que, eu espero, tenha mais do que 3 minutos). É isso. Eu sei, é imbecil demais para ser levado a sério. Não culpe o mensageiro.

Agora alguém por favor me explique esta notícia que saiu no Yahoo! News (acesso livre, em inglês) que dá conta que por lá a nova onda é utilizar esse formato "inovador" não apenas para desencalhar sociopatas crônicos, mas também como forma de apresentar idéias de romances para editoras! Sim, você leu certo. Troque "solteiras" por "editoras" e "solteiros" por "escritores" no parágrafo acima e você terá um Speed Dating Literário!

Agora, convenhamos! Se já é muito difícil (para não dizer impossível) conhecer uma pessoa em apenas três minutos de exposição, o que se dirá de uma obra! Isso sem contar a clara desvantagem da modalidade literária em termos de comprometimento. Pois seria mais algo como um speed engaging ("noivado relâmpago", em tradução livre), já que no caso dos pretensos namorados nada impede que já no segundo encontro ambos percebam que aqueles três minutos foram na verdade uma propaganda enganosa e nunca mais se encontrem. Já em sua contraparte "literária" é como se já se firmasse um pré-contrato. E com certeza uma recusa posterior sairá bem mais cara do que o custo de um cinema e (quiçá!) um motelzinho.

O problema é que o negócio literário não anda bom para ninguém (com exceção das livrarias, claro). Editores e escritores ainda não encontraram uma solução para suprir a demanda exorbitante de lançamentos. Há milhares de escritores inéditos tentando ver seus trabalhos publicados. Os editores reclamam da falta de qualidade dos originais. Os escritores reclamam do corporativismo das editoras. Estas se defendem dizendo que o custo de produção é muito alto e o retorno arriscado. Os escritores esperneiam, choram, fazem bico. As livrarias dão risadas obesas. E com isso nós, as vacas literárias, morremos de inanição (viu como consegui chegar na analogia pretendida?).

Que algo precisa ser feito para melhorar esta situação isso é claro. Mas, da mesma maneira que tenho dúvidas da eficácia dos tais speed datings na construção de relacionamentos, duvido que a versão literária algum dia nos proporcione a ascensão de um novo clássico da literatura. Pode parecer um comentário cínico, mas...

Bom, é cínico mesmo.

"Quer publicar seu livro? Depende. Você engole?"

29 maio 2007

Prêmio de Consolação à Fidelidade

Para compensar minha ausência para meus poucos (mas queridos) leitores, segue abaixo uma maneira simples de descontar as frustrações, principalmente quando o alvo é assim tão específico: