21 dezembro 2007

Escadarias para o Céu

Ontem topei com esta página aqui onde fizeram uma compilação com 101 versões gravadas de Stairway to Heaven, do Led Zeppelin. Tem algumas muito boas, outras razoáveis, muitas ruins e várias engraçadíssimas (não perca a versão tirolesa). Num arroubo de insanidade baixei uma a uma, gravei um CD e fiquei ouvindo no carro.

Tirando todas as gozações que sofri por essa minha prosaica loucura, a experiência me revelou algo importante. Algo que quero passar a vocês, escritores e artistas em geral. Pode ser bobagem, mas é inegável a contribuição cultural que uma única música pode ter realizado. Sinceramente nem considero essa a melhor música do Zeppelin, mas de longe é a mais icônica (tanto que Robert Plant por muitos anos se recusou a cantá-la argumentando que não lembrava a letra, demonstrando o quanto estava enfastiado com a referência). É a música que imortalizou a banda, que a tornou o bastião que ela é hoje. E será assim por muito tempo ainda.

É isso que nós, pretensos artistas, devemos almejar com nossa criação. Devemos sempre querer não apenas refletir nossos egos em nossas obras. Temos que refletir o ego geral, o ego mundial. Temos que fazer a coisa toda funcionar através de nossas intervenções. Fazer as pessoas não só assimilarem, mas criarem em cima. Devemos ser originais, buscando sempre a perfeição e aquele momento marcante que nos imortalizará por toda a história.

Como eu já disse diversas vezes, escrever não é fácil. Se deseja mesmo trilhar este caminho, não o faça querendo apenas migalhas. Ou vá para as cabeças ou nem comece. Não imite, copie ou chupinhe outros artistas. Por mais que algumas versões da música sejam interessantes, elas nunca chegarão ao pés da original. Simplesmente porque ela FOI original. Ponto.

Ou você acha que uma maluca cantando a música em ritmo tirolês será o que ficará para a história?

18 dezembro 2007

Lição insone

"É assim que as histórias assustadoras funcionam, ecoando algum temor antigo. Recriando um pavor esquecido. Algo que preferimos achar que já superamos. Mas que ainda nos pode fazer chorar de terror. Algo que já tínhamos esperança de ver curado."
Trecho de "Assombro", de Chuck Palahniuk

17 dezembro 2007

"A gente senta e escreve"


É isso que eu normalmente respondo quando me fazem a reincidente pergunta: "E como é que você faz para escrever?". É isso. Simples assim. Não tem mágica, vodu, macumba ou pactos satânicos envolvendo o sangue de doze unicórnios virgens. Senta e escreve. Viu? Fácil.

Então, Alexandre Heredia, escritor, por que você não...

SENTA

e

ESCREVE?

05 dezembro 2007

Noite de Autógrafos: Theatro dos Vampiros

Quem não teve oportunidade de comparecer ao concorridíssimo lançamento de "O Legado de Bathory" e quer ainda este ano ter em mãos um exemplar autografado, terá mais uma chance.

Dia 8/12 (sábado) estarei no Theatro dos Vampiros, uma festa já tradicional que ocorrerá no Fofinho Rock Bar, autografando livros. Além de, claro, muita dicotecagem e bandas a noite inteira. Venham, apareçam pra tomar umas doses e conversar. Garanto que vai ser um barato.

Seguem as coordenadas:

Theatro dos Vampiros
dia 8/12/2007 - das 23 às 6hs

Local: Fofinho Rock Bar
Av. Celso Garcia, 2728
[próximo ao metrô Belém]
http://www.fofinhorockbar.com.br
Preços: R$ 10,00 (c/ flyer) e R$ 13,00 (s/ flyer)

Maiores informações: http://eventogotico.nafoto.net/

Vejo vocês lá!

30 novembro 2007

FOI UM SUCESSO!


É hora daquele texto imenso a respeito do lançamento. Peço desculpas antecipadamente pela demora, mas estava esperando as fotos chegarem (nunca sou eu quem as faz, obviamente), além de uma falta de tempo quase crônica em minha vida. Mas divago.

O lançamento foi além de minhas expectativas. Sério. Nas horas que antecederam o evento lá no Santa Zoé eu estava com os nervos em frangalhos. Não que fosse uma experiência completamente nova para mim, nada disso. Era o quarto livro que eu lançava em dois anos. Mas este tinha um diferencial importante: era só meu. Eu não mais dividia a autoria com outros. Era o meu nome que estava na reta. Era a minha responsabilidade que o lançamento fosse um sucesso.

Felizmente minhas dúvidas e temores se dissiparam bem rápido, visto que os primeiros convidados começaram a chegar antes mesmo da hora marcada. Em poucos minutos o salão vazio nos fundos do bar ficou lotado, deixando eu e os garçons em autêntica polvorosa. Mas minha alegria era maior que quaisquer preocupações imediatas. Lá estavam meus parentes, amigos, colegas e leitores, todos prestigiando mais esta maluquice minha. Tudo num clima extremamente informal e agradável, como devem ser todas as reuniões de amigos.

Sim, as vendas foram bastante boas, mas confesso que naquele momento era o que menos me preocupava. Queria que todos ficassem bem a vontade, que se divertissem, que participassem comigo desta nova etapa. E tudo correu muito bem. Tão bem que ainda tinha gente no bar às 2 da manhã, quando fomos discretamente expulsos pelos garçons.

Sobre o livro: eu o vi completamente acabado pela primeira vez naquela noite e confesso que foi uma sensação bizarra. Não sei quantos sabem disso, mas este livro tomou três anos de minha vida em sua realização, dois deles apenas com pesquisa histórica e coleta de materiais (que são suficientes pra escrever mais uns dois livros!). E como todo autor desconhecido, penei um bocado para vê-lo publicado. E lá estava ele, em minhas mãos, lindo, lindo. Mais lindo que eu poderia imaginar. Agradeço imensamente à editora Multifoco pelo apuro gráfico e pelo acabamento de primeira que deram ao livro. Espero que as vendas correspondam a todo o trabalho que vocês tiveram com ele.

Devo agradecer também a todos os amigos que compareceram e prestigiaram meu lançamento. A presença de vocês é que tornou o evento o sucesso que foi. A vocês meu muito obrigado. De todo coração.

E que venham os próximos!

PS1: Diversas pessoas já entraram em contato pedindo informações de como podem adquirir o livro. A editora está ainda em negociações com as livrarias e assim que tiver novidades eu aviso aqui. Mas caso estejam muito curiosos é possível adquiri-lo através do site da editora (o sistema de compras online entrará no ar, de acordo com eles, na primeira quinzena de dezembro) ou mesmo comigo, via email.

PS2: O site da editora Multifoco passou por uma remodelagem recentemente. Agora além de uma página de meu livro (na seção Catálogo), também está lá um breve perfil meu. Visitem.

PS3: As fotos do lançamento foram feitas por minha fotógrafa oficial, Carmen Mirandinha. Valeu por mais essa, Carmen!

21 novembro 2007

Auto-entrevista comigo mesmo

Quando terminei de escrever O Legado de Bathory comecei a longa peregrinação atrás de uma editora. Eu já tinha experiência anterior no assunto, visto que havia sido sumariamente recusado por diversas editoras quando tentei publicar um outro romance (mais sobre ele, espero, em breve). Sabia que não adiantava nada tentar novamente pelos caminhos tradicionais. Eu já não era mais um autor inédito, tinha um certo currículo a valorizar. Eu já não era um famigerado "novo autor" mendigando atenção.

Mas eu também sabia que eu não era TÃO conhecido como gostaria. Precisava mostrar aos editores quem eu era, e que estava nessa a sério. Como fazer isso?

Simples. Caprichei na carta de apresentação.

Fica aqui uma dica aos autores que estão batalhando uma publicação: caprichem MESMO na carta de apresentação. Esqueçam os templates morféticos do Word. Esqueçam cartas formais. Sejam criativos. É a hora de chamar a atenção, de se diferenciar na pilha. No meu caso fiz um folder, com se fosse uma revista, com capa, matéria a respeito do livro, introdução histórica (veja post abaixo) e, claro, uma entrevista com o autor. Deu certo. Sendo assim transcrevo essa "entrevista" apenas como título de curiosidade.


De onde surgiu a inspiração para o livro?
Alexandre Heredia: Durante a pesquisa para outro livro, me deparei por acaso com a história da Condessa Sanguinária, e posso dizer que foi um caso de fascinação à primeira vista. Passei mais de dois anos compilando tudo o que era possível a seu respeito, até que me deparei com um dilema: como recontar sua história de uma maneira completamente original e mesmo assim ser fiel aos fatos? Pois há dezenas de livros biográficos lançados, e eu não queria partir para o mesmo caminho. Foi aí que surgiu a idéia de utilizar o material que pesquisei como um artifício literário em uma história completamente independente.

E por que ambientar a história em 1938? Há alguma relação deste ano específico na história da condessa?
AH:
Com certeza! Foi nesta época que os primeiros livros a seu respeito foram lançados, principalmente na Hungria e Tchecoslováquia. Mesmo assim, isso nem precisaria ser algo decisivo na escolha, podendo a história se passar até mesmo em tempos atuais. Mas assim que comecei a rascunhar a trama, percebi que, caso se passasse nos dias atuais, muito do charme da história se diluiria em uma pesquisa fria e impessoal, com acesso a informações online ao invés de obrigar os personagens a irem atrás de seus objetivos pessoalmente. Além disso, aquela época foi conhecida pela explosão de expedições arqueológicas, muitas delas as mais importantes da história recente, e eu queria transmitir esse tipo de sensação, como numa viagem no tempo, na qual as pessoas precisavam realmente colocar a mão na massa e sujar o avental caso quisessem algum resultado. É, em última análise, quase uma homenagem aos caçadores de tesouros que desenterraram muitos dos artefatos arqueológicos que hoje vemos nos museus pelo mundo. Além disso, o fato de aquela região ser praticamente uma panela de pressão política naquela época, com os primeiros avanços de Hitler e crises internas que dividiam a população entre o medo e o apoio à onda nazista, ajudou a dar mais um grau de dramaticidade à história.

Qual foi seu objetivo ao escrever o livro?
AH: Meu real objetivo ao escrever foi reacender o debate, já que a Condessa Bathory vem se transformando cada vez mais em uma figura quase mística, cercada de crendices e conceitos falaciosos que, graças à internet, proliferaram-se e tomaram proporções quase épicas. Não há realmente provas de que a Condessa cometeu ou não as atrocidades pelas quais é responsabilizada. Cabe ao leitor tomar sua decisão. Eu apenas forneço os argumentos.

Sua trama termina com um gancho bastante claro. É sua intenção escrever uma continuação?
AH: Quem sabe? (risos).

(Não se esqueceram, né? O lançamento é AMANHÃ, lá no Santa Zoé, a partir das 20hs. Conto com a presença de todos por lá!)

20 novembro 2007

Quem foi Elisabeth Bathory?

Esta é uma pergunta que desde que comecei a divulgar o lançamento tive que responder algumas vezes, visto que, por mais conhecida que seja a Condessa Sanguinária, ela ainda não tem o status de mito pop. Para tentar sanar isso, segue abaixo um breve resumo da figura que inspirou meu romance:

Nascida em 1560 na Hungria, a Condessa Elisabeth Bathory foi uma das figuras mais controversas de sua época, graças aos seus hábitos peculiares no que dizia respeito ao tratamento de suas criadas. De educação avançada para seu tempo, Elisabeth se sobressaiu num mundo puramente machista e até hoje é considerada como um símbolo do feminismo. Fluente em alemão, eslovaco e grego numa época em que poucas pessoas sabiam ler ou escrever em sua própria língua nativa, ela tinha temperamento forte e personalidade marcante, a ponto de repelir uma invasão turca à sua propriedade em Csejthe (atualmente na Eslováquia).

Mas sua fama se deve principalmente ao fato de ela ter o estranho hábito de torturar cruelmente suas jovens criadas. Relatos diferentes atribuem a ela diversas atrocidades, cruéis até mesmo para os padrões da época. Os reais motivos das torturas são misteriosos, variando desde o puro sadismo até uma obsessão estética, que supostamente a teria levado até a banhar-se no sangue de suas vítimas com o intuito de manter-se sempre jovem. Estas alegações nunca foram realmente provadas, mas ainda assim a condessa foi condenada a passar o resto da vida encarcerada em um aposento de seu castelo, onde faleceu três anos depois, em 1614. Após sua morte, seu nome foi declarado proibido por toda a Hungria pelo rei Mathias d'Habsburgo, e esta situação se estendeu por mais de cem anos, até que, em 1744, o monge Laszlo Turoczi, ao escrever a história dos reis da Hungria, dedicou um capítulo inteiro à vida da “Tigresa de Csejthe”, retirando-a de vez da obscuridade.

Desde então, dezenas de autores elaboraram trabalhos fictícios e biográficos sobre a condessa, a maioria deles restrito aos povos húngaro e eslovaco. Até que, na década de 60, duas escritoras, a francesa Valentine Penrose e a Argentina Alejandra Pizarnik, popularizaram a história da condessa em seus livros. No auge da Era de Aquário, a condessa se torna a protagonista de best sellers traduzidos para várias línguas.

Hoje, grande parte do mito sobre a Condessa Sanguinária sobrevive com admirável força, tanto nos meios acadêmicos e literários quanto na Internet, onde uma busca por seu nome no Google oferece mais de um milhão de resultados.

(Mais, só lendo o livro! Espero vocês no lançamento!)

14 novembro 2007

Convite para o lançamento


É isso aí.

Você que é leitor, amigo, colega, conhecido, ouviu falar, nunca ouviu falar, não quer nem saber, sei lá, mil coisas, etc. TEM que comparecer ao lançamento de meu novo livro, O Legado de Bathory.

Não, não tem desculpas. Mesmo.

Seguem os detalhes no press release (chique, né?):

Editora Multifoco lança

O Legado de Bathory

de Alexandre Heredia

Dia 22 de novembro, às 20 horas

Santa Zoé

(R. Cotoxó, 522 - Perdizes - São Paulo)

www.santazoe.com.br
Fone: (11) 3868-3303

Em O Legado de Bathory, Alexandre Heredia utiliza a história da Condessa Elisabeth Bathory como pano de fundo para um romance fictício que se passa na Europa pré- Segunda Guerra Mundial. O autor não deturpa a memória da condessa, nem apela para artifícios místicos. O que ele busca com este artifício é lançar luz sobre o mito, modernizando-o e derrubando estereótipos num romance ágil e envolvente, que prende o leitor do início ao fim. O processo de pesquisa e planejamento para o livro tomou mais de dois anos, durante os quais o autor leu quase tudo referente à vida da condessa Bathory, desde mitos e romances até documentos históricos, para que fosse possível traçar sua trama de maneira coerente e verossímil. Dessa forma, utilizou-se tanto de fatos verdadeiros como de artifícios e licenças poéticas, que tornam seu romance mais saboroso. Ao final, o leitor sente que foi presenteado não só com uma empolgante aventura cheia de tensão e suspense como também com um conteúdo sério sobre uma das figuras mais misteriosas do folclore europeu: Elisabeth Bathory, a Condessa Sanguinária.


O Autor

Alexandre Heredia reside em São Paulo, capital, e é escritor há mais de dez anos. Foi co-editor do NecroZine , um zine voltado à disseminação da literatura brasileira de suspense e terror. Este projeto cresceu e gerou o livro Necrópole – Histórias de Vampiros, lançado pela Editora Alaúde em outubro de 2005, que Alexandre ajudou a organizar e do qual participa com um conto. O volume 2 da coleção, Necrópole - Histórias de Fantasmas foi lançado durante a Bienal do Livro de São Paulo em abril de 2006. Em dezembro do mesmo ano participou da coletânea Visões de São Paulo - Ensaios Urbanos, pela Tarja Editorial. Criou também o blog Memórias de um Psicopata Enrustido, cujo personagem principal, Zebedeu, narra suas agruras da vida cotidiana para seu terapeuta.



O Legado de Bathory

Editora Multifoco

Autor: Alexandre Heredia

Estilo: Romance Histórico/Suspense

Nº de Páginas: 170 (formato 14x21)

Público Alvo: Jovem/Maduro

Contato com o autor:
Fone:
(11) 8136-3206
Email:
alexandre.heredia@gmail.com

(Quero ver todo mundo lá, hein? Sem falta!)

08 novembro 2007

Água mole em pedra dura

Para aqueles que acompanham minha carreira literária não é novidade alguma que desde o princípio meu objetivo era lançar um romance de minha autoria por uma editora comercial. Nunca escondi esse foco que eu tinha para minha carreira, e foi graças a ele que eu acabei conhecendo grande parte dos meus "amigos-em-letras". Sim, nos idos de 2004 eu terminei a realização de meu primeiro romance "maduro" e com ele em mãos comecei a árdua tarefa de vê-lo publicado.

Não vem ao caso narrar cada uma das frustrações deste processo, pois realmente não é o fator determinante desta história. Mas foi durante essa peregrinação que conheci aqueles que seriam, junto comigo, os criadores e co-editores do NecroZine. Foi aí que tudo realmente começou. Abandonei os originais de meu romance e me dediquei a outra tarefa: criar um nome reconhecível no meio.

Depois do NecroZine vieram os dois volumes da Coleção Necrópole. Foram eles os primeiros passos realmente firmes, que cimentaram meu objetivo. Depois disso ainda veio o Visões de São Paulo. E, se tudo continuar no ritmo que está, participarei de outras coletâneas de contos ainda. Algumas (sim, no plural) provavelmente ainda em 2008.

Mas nada disso realmente eu posso considerar como a realização definitiva de meu objetivo. Foram marcos importantíssimos na minha vida e carreira, é claro, e dos quais me orgulho muito. Mas ao mesmo tempo não era uma vitória apenas minha, do começo ao fim. Eu estava junto com outros talentosos autores, e mesmo isso me deixando extremamente satisfeito, não posso dizer que completamente realizado.

Até agora.

Pois é, gente, agora é oficial. Meu primeiro romance finalmente será publicado. E o lançamento será nos próximos dias! Desculpem não ter avisado antes, mas mesmo sendo um desgraçado de um cético descrente, não queria correr o risco de ver tudo ir por água abaixo apenas por conta de minha afobação.

O livro se chama "O Legado de Bathory", e será lançado pela editora Multifoco. Segue abaixo uma breve sinopse:

Budapeste, 1938. A ameaça de uma nova Grande Guerra paira sobre toda a Europa, que acompanha atenta os primeiros avanços de Hitler. Neste cenário conturbado, Yara Ladányi vem do Brasil para o funeral de seu pai, assassinado brutalmente em sua casa em Budapeste. Suspeitando que a morte de seu pai teria motivações misteriosas, ela inicia uma investigação independente, tendo por base um documento antigo enviado a ela por seu pai pouco antes de seu assassinato.

Contando com a ajuda de Laszlo Raduczi, professor de História e genealogista, Yara embarca numa trama de conspiração e morte, na qual a dupla é perseguida continuamente por uma figura assustadora. Enquanto isso, desvendam o estranho documento que os leva a uma exploração da história da infame Condessa Elisabeth Bathory.

E, claro, a capa do livro:


Estou fechando os últimos detalhes do lançamento. Podem deixar que aviso quando e onde assim que eu mesmo souber.

E, me desculpem, mas estou feliz pra cacete!

Espero vocês no dia do lançamento!

29 outubro 2007

Novidades à vista

Pois é, pessoal, depois de muito trabalho, muitas desculpas para não colocar textos por aqui ou por lá, finalmente há frutos a serem colhidos.

Claro que ainda não é hora, pois frutos verdes azedam rápido, então aguardem com um pouco mais de paciência. Nos próximos dias grandes novidades surgirão.

Mas uma coisa já posso dizer: está ficando lindão!

(Começa a contagem regressiva!)

23 outubro 2007

Et tu, Dumbledore?

Não tenho realmente nada a dizer a este respeito. Pouco me interessa se o Gandal... Merl... Dumbledore é gay. Cada mago deve ter o direito de enfiar sua varinha onde bem entender, desde que não envolva terceiros ou que estes gostem, bem entendido.

Mas a imagem mais divertida dessa "polêmica" é esta aqui:

"Kibado" daqui.

Agora, meninos e meninas, mudemos de assunto.

E de livros, por favor.

17 outubro 2007

Esboço de História

João virou Juan, para o espanto de toda a turma da rua. Naturalizou-se argentino. Justo o João, o melhor goleiro da rua? Não era possível.

Culpa do pai, que fora transferido. Claro que isso não pressupunha uma naturalização. Por isso a surpresa de todos. Justo o João, que era o que mais xingava os hermanos nos Brasil contra Argentina?

Mas as surpresas não pararam aí. João, agora Juan, em pouco tempo se profissionalizou. E em futebol. Era destaque nas categorias de base. Quando ele estava no gol nada conseguia passar. Tinha os reflexos de um leopardo. Um goleiraço. Em pouco tempo já era o goleiro titular do Boca Juniors. Do Boca! Justo o João, sãopaulino roxo?

E ficou pior. Jo... Juan foi convocado para a seleção argentina. Alguns amistosos depois e seu nome já era dito com temor pelas ruas. Traidor. Vira-casacas. Desgraçado. Precisava ser tão bom? Tinha que ser brasileiro mesmo...

Juan arrepia nas eliminatórias. Graças a ele a Argentina se classifica com a defesa menos vazada da história. Vão para a Copa. Favoritíssimos.

Primeira fase invicta. E sem gols. Aproveitamento total. Oitavas, quartas idem. Goleiam na semifinal. Juan está na final. E contra o Brasil.

Suspense absoluto. Justo o João, pô?

O jogo é acirrado. Ambas as equipes jogam como nunca. É uma partida histórica. De ambos os lados. Tanto que termina empatada. Sem gols.

A batalha continua na prorrogação. Juan faz duas defesas magníficas. Bolas praticamente indefensáveis. Desgraçado. Vira-casacas. Traidor.

O pior pesadelo então se concretiza. Pênaltis.

Juan defende dois. Os argentinos desperdiçam outros dois. Juan não consegue defender um, mas felizmente para ele seu atacante não havia decepcionado antes. Mas o outro erra. Feio. Juan defende mais um, quase sem querer. Cai de forma estranha. Parece machucado. Argentinos de cabelo em pé (o que deve se assemelhar a uma floresta de pinheiros sujos de piche). Toma essa, João! Traidor! Quatro pênaltis batidos por cada equipe, mas o empate persiste. Os brasileiros deliram quando seu goleiro, tão desacreditado, tão humilhado pela mídia, defende o quinto pênalti. Está nas mãos de Juan agora. Se ele defender a Argentina terá mais uma chance. Se não...

Ele não defende.

Aliás foi um frango tão medonho que o video virou em poucas horas o viral mais assistido da internet. Humilhante. Uma bola que até minha avó esclerosada e com parkinson pegaria. A Argentina perde a final. E para o Brasil.

Mas logo em seguida a multidão se espanta. Juan se ergue com um imenso sorriso no rosto. Lágrimas escorrem de sua face. As mãos cerradas são erguidas sobre a cabeça. Ele corre em direção aos brasileiros. Comemora junto com eles o campeonato. É o que mais grita, o que mais chora. Não recebe medalha, mas consegue beijar a taça. E dar a volta olímpica. Juan era João novamente.

E havia conseguido.

12 outubro 2007

O Brilho Eterno de uma Mente Plagiada

Eu sempre fui um desenhista razoável. Desde pequeno. Cheguei a ganhar alguns prêmios em concursos amadores. Talvez com mais empenho e dedicação hoje eu vivesse disso. Talvez. Mas não importa. Não mesmo. Não mais.

Quando eu estava no colégio meus colegas de classe sempre me pediam para desenhar caricaturas. De quem quer que fosse. E eu fazia, talvez na vã esperança de que aquele dom ajudasse de alguma forma em minha escalada social pré-adolescente. Claro que não deu certo. Baixinho, fracote, asmático, míope e meio corcunda, que preferia ler a jogar futebol? É de me admirar que algum dia eu tenha perdido a virgindade.

Mas as caricaturas fizeram sucesso. Todo ano eu era o responsável por fazer um desenho com a caricatura de todos os alunos e professores. Esse hábito sobreviveu até o cursinho, mas daquela vez eu fiz a caricatura da Turma do Sala 26. E "Sala 26" não era uma sala de aula, pode acreditar.
Onde estávamos mesmo? Ah, sim: um escritor meio chapado despejando reminiscências inúteis numa sexta feira à noite. Um brinde!

Esse meu dom em caricaturas me fez a escolha óbvia para ilustrar uma camiseta que seria usada pela equipe de uma gincana no colegial. O tema imposto? AIDS. Releve o fato que naquela época testemunhávamos o princípio da "terceira onda", quando ainda chamávamos o pessoal do Greenpeace de heróis, não eco-terroristas. E também era a era do pânico da AIDS.

Tarefa dura. Um autêntico desafio.

E eu adoro ser desafiado.

Desenhei a camiseta. Bolei uma série de espermatozóides engraçadinhos e os coloquei perseguindo um óvulo de cinta-liga com o vírus da AIDS sorrindo malevolamente em seu ombro. O desenho e a camiseta se perderam no tempo, mas recordo-me bem de cada um, que representavam cada um de meus colegas. Tinha o Apressadinho. O Perdido. O Cabeludo (eu). O Retardado. O Negro (perdido naquela "porra branca", que na época era de algum modo uma piada). E tinha o Desencanado. Era um desenho bem simples, de um espermatozóide com óculos escuros. Só isso. Era o menos aparente do grupo, mas de longe o mais icônico. Fizemos várias camisetas e distribuímos. Não lembro quantas. Mas muitas. E ganhamos a prova.
E em seguida esquecemos.

Um ano depois meu pai foi à Espanha fazer o Caminho de Santiago (é, eu sei...). Quando voltou, além de um entorse no tornozelo e uma réplica de uma espada medieval, ele trouxe uma foto. Havia encontrado um rapaz usando uma camiseta com o Desencanado estampado, mas renomeado como "Sperminator" (ele perdeu o ar desencanado...). Sério. Na Espanha. Isso mesmo. Eu havia sofrido meu primeiro plágio.

Momento de Definição: Por plágio eu considero alguém usar algo que eu criei para obter lucro e não dividir comigo. Usar um texto meu no seu perfil do Orkut e não colocar os devidos créditos não é plágio. É patético.

Voltando. Logo depois de ter criado o Sper... Desencanado um colega meu me disse que havia um concurso de desenho que uma empresa estava promovendo com o intuito de criar o novo logotipo. Legal. Rascunhei um esboço simples, mostrei pro cara, ele curtiu, pediu pra que eu fizesse um layout. Me inscrevi no concurso, fiz o layout, mandei e esperei o resultado. E ele veio. Não havia vencedores. O concurso foi cancelado. Rasguei a ficha de inscrição e segui em frente.

Já dá pra prever o resultado? Desculpem. Já fui melhor nisso. E eu REALMENTE estou um tanto chapado demais pra escrever. Mas vamos ver no que isso vai dar.

Dessa vez demorou um pouco mais para eu descobrir o plágio. Alguns anos, na verdade. Mas pulou na minha cara durante um passeio num shopping. É, eu também faço isso de vez em quando. Mas o fato é que estava lá, estampado num daqueles stands de vendas no corredor. E não era apenas o logo da empresa que havia me plagiado. Era o logo da MATRIZ INTERNACIONAL da empresa. Ou seja, esta empresa (que não, não vou citar o nome por absoluta ausência de provas) usou uma arte ROUBADA como símbolo dela NO MUNDO INTEIRO? Péssima propaganda, não?

Segundo plágio. Será que essa história tem algum objetivo? Espero que sim.

Há algumas semanas tive mais um caso. Vou ser rápido pois não quero ser mal compreendido. Prontos?

Fui plagiado por Stephen King.

Ainda aqui? Então vamos lá...

Não sei até que ponto um escritor e sucesso lá da Gringolândia presta atenção à criação literária terceiro mundista, nem se ele sabe ler em português, mas independente de qualquer coisa as coincidências são muitas para serem assim consideradas. Não vou me alongar. Desta vez eu tenho evidências para vocês. Comparem este meu conto com o episódio "Autopsy number four", da série "Nightmares&Dreamscapes" (passa no Warner Channel, mas eu sei que você vai procurar em outro lugar) e tirem suas próprias conclusões.

Não eu não vou processar o Stephen King. Sério. Que chances eu tenho? Vamos seguir em frente.

Engraçado que a mesma Warner Channel agora decidiu me aprontar mais uma. A chamada da nova série era forte demais para eu resistir. Eu conhecia aquela história. Ah, se conhecia. O nome da série? Californication. Com David Duchovni. É, o Fox Mulder. Não enche.

Fui atrás e baixei o episódio piloto. Eu PRECISAVA ver aquilo antes da estréia aqui no Brasil. Assisti. Duas vezes. Levei aproximadamente trinta minutos para voltar a pensar. Aquela série era tão parecida com minha vida misturada à do Zebedeu que me deu pânico! Como é que podia? Plagiar meus textos era uma coisa, mas plagiar minha vida era algo insólito demais para ser verdade. Especialmente para um escritor ateu e cético como eu. Não era possível.

Mas sabe o pior? A série é boa. Ótima. Seria algo que eu gostaria de ter escrito, dirigido da maneira que eu queria ver dirigido. Era como se eu realmente a TIVESSE escrito, tamanha a semelhança em tema e enredo. Já baixei mais 5 episódios e vou baixar o resto. É boa pra cacete. Juro. Pode assistir sem medo.

Não, a Warner não me subornou para que eu dissesse isso. Mas aceito, caso seja necessário. Sim, eu sou uma puta fulambenta. Me deixa!
Vejam o trailer:

Onde quero chegar com tudo isso? A lugar nenhum. Mas achei que era uma coisa interessante para compartilhar, qualquer significado isso tenha.

Boa noite.
E boa sorte.