20 novembro 2007

Quem foi Elisabeth Bathory?

Esta é uma pergunta que desde que comecei a divulgar o lançamento tive que responder algumas vezes, visto que, por mais conhecida que seja a Condessa Sanguinária, ela ainda não tem o status de mito pop. Para tentar sanar isso, segue abaixo um breve resumo da figura que inspirou meu romance:

Nascida em 1560 na Hungria, a Condessa Elisabeth Bathory foi uma das figuras mais controversas de sua época, graças aos seus hábitos peculiares no que dizia respeito ao tratamento de suas criadas. De educação avançada para seu tempo, Elisabeth se sobressaiu num mundo puramente machista e até hoje é considerada como um símbolo do feminismo. Fluente em alemão, eslovaco e grego numa época em que poucas pessoas sabiam ler ou escrever em sua própria língua nativa, ela tinha temperamento forte e personalidade marcante, a ponto de repelir uma invasão turca à sua propriedade em Csejthe (atualmente na Eslováquia).

Mas sua fama se deve principalmente ao fato de ela ter o estranho hábito de torturar cruelmente suas jovens criadas. Relatos diferentes atribuem a ela diversas atrocidades, cruéis até mesmo para os padrões da época. Os reais motivos das torturas são misteriosos, variando desde o puro sadismo até uma obsessão estética, que supostamente a teria levado até a banhar-se no sangue de suas vítimas com o intuito de manter-se sempre jovem. Estas alegações nunca foram realmente provadas, mas ainda assim a condessa foi condenada a passar o resto da vida encarcerada em um aposento de seu castelo, onde faleceu três anos depois, em 1614. Após sua morte, seu nome foi declarado proibido por toda a Hungria pelo rei Mathias d'Habsburgo, e esta situação se estendeu por mais de cem anos, até que, em 1744, o monge Laszlo Turoczi, ao escrever a história dos reis da Hungria, dedicou um capítulo inteiro à vida da “Tigresa de Csejthe”, retirando-a de vez da obscuridade.

Desde então, dezenas de autores elaboraram trabalhos fictícios e biográficos sobre a condessa, a maioria deles restrito aos povos húngaro e eslovaco. Até que, na década de 60, duas escritoras, a francesa Valentine Penrose e a Argentina Alejandra Pizarnik, popularizaram a história da condessa em seus livros. No auge da Era de Aquário, a condessa se torna a protagonista de best sellers traduzidos para várias línguas.

Hoje, grande parte do mito sobre a Condessa Sanguinária sobrevive com admirável força, tanto nos meios acadêmicos e literários quanto na Internet, onde uma busca por seu nome no Google oferece mais de um milhão de resultados.

(Mais, só lendo o livro! Espero vocês no lançamento!)

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