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Tento esquecer seu último olhar, entristecido em meu colo, a vida se esvaindo rapidamente. Prefiro me lembrar de seu olhar como sempre foi: jovial, alegre, livre de preconceitos e de um amor irrestrito. Prefiro lembrar-me de você saltitando aos meus pés sempre que eu chegava em casa, como se eu tivesse acabado de retornar do Japão, e não de uma simples saída à padaria. De sua cabeça apoiada em meu colo, tentando de todas as maneiras me manter junto o maior tempo possível. De sua alegria quando falávamos uma de suas palavras prediletas (“Ossinho”, “bifinho”, “biscoito”, “brincar”, “passear”, entre outras). De sua simpatia sem limites, que cativava a todos, independente de onde você estivesse. Era, nas palavras de todos, o cachorro mais bonzinho do mundo. E não era exagero.
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E é por isso que vai fazer tanta falta. Você se foi do jeito que eu sei que sempre desejou, aninhado em meu colo até seu último suspiro. De repente, sem dor ou sofrimento, como merecia depois de uma vida tão cheia de percalços. Foi feliz, deixando em nós uma grande tristeza por sua partida, mas ao mesmo tempo uma grande certeza que você trouxe muito mais alegria que eu posso mensurar. Foi em paz.
Missão cumprida, Negrão. Muito obrigado por ter compartilhado sua vida e sua alegria com todos nós. Sua ausência será profundamente sentida, mas sua presença nunca será esquecida.
Isso eu prometo.
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