30 novembro 2007

FOI UM SUCESSO!


É hora daquele texto imenso a respeito do lançamento. Peço desculpas antecipadamente pela demora, mas estava esperando as fotos chegarem (nunca sou eu quem as faz, obviamente), além de uma falta de tempo quase crônica em minha vida. Mas divago.

O lançamento foi além de minhas expectativas. Sério. Nas horas que antecederam o evento lá no Santa Zoé eu estava com os nervos em frangalhos. Não que fosse uma experiência completamente nova para mim, nada disso. Era o quarto livro que eu lançava em dois anos. Mas este tinha um diferencial importante: era só meu. Eu não mais dividia a autoria com outros. Era o meu nome que estava na reta. Era a minha responsabilidade que o lançamento fosse um sucesso.

Felizmente minhas dúvidas e temores se dissiparam bem rápido, visto que os primeiros convidados começaram a chegar antes mesmo da hora marcada. Em poucos minutos o salão vazio nos fundos do bar ficou lotado, deixando eu e os garçons em autêntica polvorosa. Mas minha alegria era maior que quaisquer preocupações imediatas. Lá estavam meus parentes, amigos, colegas e leitores, todos prestigiando mais esta maluquice minha. Tudo num clima extremamente informal e agradável, como devem ser todas as reuniões de amigos.

Sim, as vendas foram bastante boas, mas confesso que naquele momento era o que menos me preocupava. Queria que todos ficassem bem a vontade, que se divertissem, que participassem comigo desta nova etapa. E tudo correu muito bem. Tão bem que ainda tinha gente no bar às 2 da manhã, quando fomos discretamente expulsos pelos garçons.

Sobre o livro: eu o vi completamente acabado pela primeira vez naquela noite e confesso que foi uma sensação bizarra. Não sei quantos sabem disso, mas este livro tomou três anos de minha vida em sua realização, dois deles apenas com pesquisa histórica e coleta de materiais (que são suficientes pra escrever mais uns dois livros!). E como todo autor desconhecido, penei um bocado para vê-lo publicado. E lá estava ele, em minhas mãos, lindo, lindo. Mais lindo que eu poderia imaginar. Agradeço imensamente à editora Multifoco pelo apuro gráfico e pelo acabamento de primeira que deram ao livro. Espero que as vendas correspondam a todo o trabalho que vocês tiveram com ele.

Devo agradecer também a todos os amigos que compareceram e prestigiaram meu lançamento. A presença de vocês é que tornou o evento o sucesso que foi. A vocês meu muito obrigado. De todo coração.

E que venham os próximos!

PS1: Diversas pessoas já entraram em contato pedindo informações de como podem adquirir o livro. A editora está ainda em negociações com as livrarias e assim que tiver novidades eu aviso aqui. Mas caso estejam muito curiosos é possível adquiri-lo através do site da editora (o sistema de compras online entrará no ar, de acordo com eles, na primeira quinzena de dezembro) ou mesmo comigo, via email.

PS2: O site da editora Multifoco passou por uma remodelagem recentemente. Agora além de uma página de meu livro (na seção Catálogo), também está lá um breve perfil meu. Visitem.

PS3: As fotos do lançamento foram feitas por minha fotógrafa oficial, Carmen Mirandinha. Valeu por mais essa, Carmen!

21 novembro 2007

Auto-entrevista comigo mesmo

Quando terminei de escrever O Legado de Bathory comecei a longa peregrinação atrás de uma editora. Eu já tinha experiência anterior no assunto, visto que havia sido sumariamente recusado por diversas editoras quando tentei publicar um outro romance (mais sobre ele, espero, em breve). Sabia que não adiantava nada tentar novamente pelos caminhos tradicionais. Eu já não era mais um autor inédito, tinha um certo currículo a valorizar. Eu já não era um famigerado "novo autor" mendigando atenção.

Mas eu também sabia que eu não era TÃO conhecido como gostaria. Precisava mostrar aos editores quem eu era, e que estava nessa a sério. Como fazer isso?

Simples. Caprichei na carta de apresentação.

Fica aqui uma dica aos autores que estão batalhando uma publicação: caprichem MESMO na carta de apresentação. Esqueçam os templates morféticos do Word. Esqueçam cartas formais. Sejam criativos. É a hora de chamar a atenção, de se diferenciar na pilha. No meu caso fiz um folder, com se fosse uma revista, com capa, matéria a respeito do livro, introdução histórica (veja post abaixo) e, claro, uma entrevista com o autor. Deu certo. Sendo assim transcrevo essa "entrevista" apenas como título de curiosidade.


De onde surgiu a inspiração para o livro?
Alexandre Heredia: Durante a pesquisa para outro livro, me deparei por acaso com a história da Condessa Sanguinária, e posso dizer que foi um caso de fascinação à primeira vista. Passei mais de dois anos compilando tudo o que era possível a seu respeito, até que me deparei com um dilema: como recontar sua história de uma maneira completamente original e mesmo assim ser fiel aos fatos? Pois há dezenas de livros biográficos lançados, e eu não queria partir para o mesmo caminho. Foi aí que surgiu a idéia de utilizar o material que pesquisei como um artifício literário em uma história completamente independente.

E por que ambientar a história em 1938? Há alguma relação deste ano específico na história da condessa?
AH:
Com certeza! Foi nesta época que os primeiros livros a seu respeito foram lançados, principalmente na Hungria e Tchecoslováquia. Mesmo assim, isso nem precisaria ser algo decisivo na escolha, podendo a história se passar até mesmo em tempos atuais. Mas assim que comecei a rascunhar a trama, percebi que, caso se passasse nos dias atuais, muito do charme da história se diluiria em uma pesquisa fria e impessoal, com acesso a informações online ao invés de obrigar os personagens a irem atrás de seus objetivos pessoalmente. Além disso, aquela época foi conhecida pela explosão de expedições arqueológicas, muitas delas as mais importantes da história recente, e eu queria transmitir esse tipo de sensação, como numa viagem no tempo, na qual as pessoas precisavam realmente colocar a mão na massa e sujar o avental caso quisessem algum resultado. É, em última análise, quase uma homenagem aos caçadores de tesouros que desenterraram muitos dos artefatos arqueológicos que hoje vemos nos museus pelo mundo. Além disso, o fato de aquela região ser praticamente uma panela de pressão política naquela época, com os primeiros avanços de Hitler e crises internas que dividiam a população entre o medo e o apoio à onda nazista, ajudou a dar mais um grau de dramaticidade à história.

Qual foi seu objetivo ao escrever o livro?
AH: Meu real objetivo ao escrever foi reacender o debate, já que a Condessa Bathory vem se transformando cada vez mais em uma figura quase mística, cercada de crendices e conceitos falaciosos que, graças à internet, proliferaram-se e tomaram proporções quase épicas. Não há realmente provas de que a Condessa cometeu ou não as atrocidades pelas quais é responsabilizada. Cabe ao leitor tomar sua decisão. Eu apenas forneço os argumentos.

Sua trama termina com um gancho bastante claro. É sua intenção escrever uma continuação?
AH: Quem sabe? (risos).

(Não se esqueceram, né? O lançamento é AMANHÃ, lá no Santa Zoé, a partir das 20hs. Conto com a presença de todos por lá!)

20 novembro 2007

Quem foi Elisabeth Bathory?

Esta é uma pergunta que desde que comecei a divulgar o lançamento tive que responder algumas vezes, visto que, por mais conhecida que seja a Condessa Sanguinária, ela ainda não tem o status de mito pop. Para tentar sanar isso, segue abaixo um breve resumo da figura que inspirou meu romance:

Nascida em 1560 na Hungria, a Condessa Elisabeth Bathory foi uma das figuras mais controversas de sua época, graças aos seus hábitos peculiares no que dizia respeito ao tratamento de suas criadas. De educação avançada para seu tempo, Elisabeth se sobressaiu num mundo puramente machista e até hoje é considerada como um símbolo do feminismo. Fluente em alemão, eslovaco e grego numa época em que poucas pessoas sabiam ler ou escrever em sua própria língua nativa, ela tinha temperamento forte e personalidade marcante, a ponto de repelir uma invasão turca à sua propriedade em Csejthe (atualmente na Eslováquia).

Mas sua fama se deve principalmente ao fato de ela ter o estranho hábito de torturar cruelmente suas jovens criadas. Relatos diferentes atribuem a ela diversas atrocidades, cruéis até mesmo para os padrões da época. Os reais motivos das torturas são misteriosos, variando desde o puro sadismo até uma obsessão estética, que supostamente a teria levado até a banhar-se no sangue de suas vítimas com o intuito de manter-se sempre jovem. Estas alegações nunca foram realmente provadas, mas ainda assim a condessa foi condenada a passar o resto da vida encarcerada em um aposento de seu castelo, onde faleceu três anos depois, em 1614. Após sua morte, seu nome foi declarado proibido por toda a Hungria pelo rei Mathias d'Habsburgo, e esta situação se estendeu por mais de cem anos, até que, em 1744, o monge Laszlo Turoczi, ao escrever a história dos reis da Hungria, dedicou um capítulo inteiro à vida da “Tigresa de Csejthe”, retirando-a de vez da obscuridade.

Desde então, dezenas de autores elaboraram trabalhos fictícios e biográficos sobre a condessa, a maioria deles restrito aos povos húngaro e eslovaco. Até que, na década de 60, duas escritoras, a francesa Valentine Penrose e a Argentina Alejandra Pizarnik, popularizaram a história da condessa em seus livros. No auge da Era de Aquário, a condessa se torna a protagonista de best sellers traduzidos para várias línguas.

Hoje, grande parte do mito sobre a Condessa Sanguinária sobrevive com admirável força, tanto nos meios acadêmicos e literários quanto na Internet, onde uma busca por seu nome no Google oferece mais de um milhão de resultados.

(Mais, só lendo o livro! Espero vocês no lançamento!)

14 novembro 2007

Convite para o lançamento


É isso aí.

Você que é leitor, amigo, colega, conhecido, ouviu falar, nunca ouviu falar, não quer nem saber, sei lá, mil coisas, etc. TEM que comparecer ao lançamento de meu novo livro, O Legado de Bathory.

Não, não tem desculpas. Mesmo.

Seguem os detalhes no press release (chique, né?):

Editora Multifoco lança

O Legado de Bathory

de Alexandre Heredia

Dia 22 de novembro, às 20 horas

Santa Zoé

(R. Cotoxó, 522 - Perdizes - São Paulo)

www.santazoe.com.br
Fone: (11) 3868-3303

Em O Legado de Bathory, Alexandre Heredia utiliza a história da Condessa Elisabeth Bathory como pano de fundo para um romance fictício que se passa na Europa pré- Segunda Guerra Mundial. O autor não deturpa a memória da condessa, nem apela para artifícios místicos. O que ele busca com este artifício é lançar luz sobre o mito, modernizando-o e derrubando estereótipos num romance ágil e envolvente, que prende o leitor do início ao fim. O processo de pesquisa e planejamento para o livro tomou mais de dois anos, durante os quais o autor leu quase tudo referente à vida da condessa Bathory, desde mitos e romances até documentos históricos, para que fosse possível traçar sua trama de maneira coerente e verossímil. Dessa forma, utilizou-se tanto de fatos verdadeiros como de artifícios e licenças poéticas, que tornam seu romance mais saboroso. Ao final, o leitor sente que foi presenteado não só com uma empolgante aventura cheia de tensão e suspense como também com um conteúdo sério sobre uma das figuras mais misteriosas do folclore europeu: Elisabeth Bathory, a Condessa Sanguinária.


O Autor

Alexandre Heredia reside em São Paulo, capital, e é escritor há mais de dez anos. Foi co-editor do NecroZine , um zine voltado à disseminação da literatura brasileira de suspense e terror. Este projeto cresceu e gerou o livro Necrópole – Histórias de Vampiros, lançado pela Editora Alaúde em outubro de 2005, que Alexandre ajudou a organizar e do qual participa com um conto. O volume 2 da coleção, Necrópole - Histórias de Fantasmas foi lançado durante a Bienal do Livro de São Paulo em abril de 2006. Em dezembro do mesmo ano participou da coletânea Visões de São Paulo - Ensaios Urbanos, pela Tarja Editorial. Criou também o blog Memórias de um Psicopata Enrustido, cujo personagem principal, Zebedeu, narra suas agruras da vida cotidiana para seu terapeuta.



O Legado de Bathory

Editora Multifoco

Autor: Alexandre Heredia

Estilo: Romance Histórico/Suspense

Nº de Páginas: 170 (formato 14x21)

Público Alvo: Jovem/Maduro

Contato com o autor:
Fone:
(11) 8136-3206
Email:
alexandre.heredia@gmail.com

(Quero ver todo mundo lá, hein? Sem falta!)

08 novembro 2007

Água mole em pedra dura

Para aqueles que acompanham minha carreira literária não é novidade alguma que desde o princípio meu objetivo era lançar um romance de minha autoria por uma editora comercial. Nunca escondi esse foco que eu tinha para minha carreira, e foi graças a ele que eu acabei conhecendo grande parte dos meus "amigos-em-letras". Sim, nos idos de 2004 eu terminei a realização de meu primeiro romance "maduro" e com ele em mãos comecei a árdua tarefa de vê-lo publicado.

Não vem ao caso narrar cada uma das frustrações deste processo, pois realmente não é o fator determinante desta história. Mas foi durante essa peregrinação que conheci aqueles que seriam, junto comigo, os criadores e co-editores do NecroZine. Foi aí que tudo realmente começou. Abandonei os originais de meu romance e me dediquei a outra tarefa: criar um nome reconhecível no meio.

Depois do NecroZine vieram os dois volumes da Coleção Necrópole. Foram eles os primeiros passos realmente firmes, que cimentaram meu objetivo. Depois disso ainda veio o Visões de São Paulo. E, se tudo continuar no ritmo que está, participarei de outras coletâneas de contos ainda. Algumas (sim, no plural) provavelmente ainda em 2008.

Mas nada disso realmente eu posso considerar como a realização definitiva de meu objetivo. Foram marcos importantíssimos na minha vida e carreira, é claro, e dos quais me orgulho muito. Mas ao mesmo tempo não era uma vitória apenas minha, do começo ao fim. Eu estava junto com outros talentosos autores, e mesmo isso me deixando extremamente satisfeito, não posso dizer que completamente realizado.

Até agora.

Pois é, gente, agora é oficial. Meu primeiro romance finalmente será publicado. E o lançamento será nos próximos dias! Desculpem não ter avisado antes, mas mesmo sendo um desgraçado de um cético descrente, não queria correr o risco de ver tudo ir por água abaixo apenas por conta de minha afobação.

O livro se chama "O Legado de Bathory", e será lançado pela editora Multifoco. Segue abaixo uma breve sinopse:

Budapeste, 1938. A ameaça de uma nova Grande Guerra paira sobre toda a Europa, que acompanha atenta os primeiros avanços de Hitler. Neste cenário conturbado, Yara Ladányi vem do Brasil para o funeral de seu pai, assassinado brutalmente em sua casa em Budapeste. Suspeitando que a morte de seu pai teria motivações misteriosas, ela inicia uma investigação independente, tendo por base um documento antigo enviado a ela por seu pai pouco antes de seu assassinato.

Contando com a ajuda de Laszlo Raduczi, professor de História e genealogista, Yara embarca numa trama de conspiração e morte, na qual a dupla é perseguida continuamente por uma figura assustadora. Enquanto isso, desvendam o estranho documento que os leva a uma exploração da história da infame Condessa Elisabeth Bathory.

E, claro, a capa do livro:


Estou fechando os últimos detalhes do lançamento. Podem deixar que aviso quando e onde assim que eu mesmo souber.

E, me desculpem, mas estou feliz pra cacete!

Espero vocês no dia do lançamento!